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21/02/2008 - 17h00

Documentários sobre guerra dominam indicações ao Oscar

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da Ansa, em Los Angeles

É tempo de vingança para diretor norte-americano Michael Moore, que há cinco anos foi vaiado na premiação do Oscar por ter transformado seu discurso de vitória, pelo documentário antiarmas "Tiros em Columbine", em uma denúncia contra os absurdos da guerra no Iraque. Neste ano, três dos cinco candidatos ao Oscar de melhor documentário são dedicados aos horrores do combate à violência no Iraque e no Afeganistão.

Divulgação
Novo filme do polêmico cineasta Michael Moore critica o sistema de saúde norte-americano
Novo filme do polêmico cineasta Michael Moore critica o sistema de saúde norte-americano

Completando a lista dos indicados estão a história de um grupo de crianças de Uganda que escapa de um massacre e a abordagem um outro tipo de guerra, a dos doentes norte-americanos contra o sistema de saúde do país, dirigido pelo próprio Michael Moore.

"Os tempos claramente mudaram", declarou, com ironia, o polêmico Moore.

A categoria de documentários - nobre nos últimos anos por filmes polêmicos como o de Michael Moore e pelo sucesso de "Uma Verdade Inconveniente", denúncia do ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore sobre a ameaça das mudanças climáticas - é uma das mais esperadas em 2008.

Reuters
Iraque ocupado por tropas norte-americanas e a tortura nas prisões iraquianas é tema do documentário "No End in Sight"
Iraque ocupado por tropas norte-americanas e a tortura nas prisões iraquianas é tema do documentário "No End in Sight"

O filme "No End in Sight" retrata, através de uma impressionante série de entrevistas com militares norte-americanos e outros protagonistas do caso, os erros no planejamento da invasão do Iraque e, sobretudo na obra de reconstrução por parte do governo George W. Bush. Ao Iraque é dedicado também "Operation Homecoming", que usa uma ampla coleção de mensagens enviadas pelos soldados norte-americanos no fronte às suas famílias americanas para contar os aspectos mais dolorosos do conflito.

O documentário mais difícil de se ver, sobretudo para o público norte-americano, é "Táxi to the Dark Side", de Alex Gibney, que conta a história de um motorista de táxi, Dilawar, preso no Afeganistão pelas tropas norte-americanas e levado para a prisão de Bagram, onde é espancado e torturado até a morte mesmo após a comunicação de que é inocente das acusações de terrorismo.

Gibney, que já havia realizado um aclamado documentário sobre a falência da companhia energética norte-americana Enron, entrevistou inúmeros soldados que haviam participado do espancamento do pobre taxista. "O verdadeiro objetivo dos terroristas é levar as sociedades democráticas a renunciar a seus princípios de liberdade e justiça. Neste caso alcançaram perfeitamente sua missão", observou Gibney.

O documentário "War/Dance" escolhe um outro caminho para contar os erros da guerra e dos conflitos mostrando um grupo de crianças de Uganda empenhadas na tentativa de reconstruir suas vidas, através da música e da dança, após terem vivido uma experiência atroz.

O último filme concorrendo ao Oscar é "Sicko" que conta no estilo agressivo de Michael Morre as peripécias dos pacientes norte-americanos lidando com a crueldade e o cinismo do sistema sanitário de seu país, cuja ineficiência é mostrada com ironia. O filme foi o único entre os concorrentes que obteve grandes lucros para os produtores, acumulando mais de US$ 25 milhões em ingressos vendidos nos cinemas americanos. Na segunda colocação ficou "No End in Sight" com US$1,4 mihão.

Uma vitória no Oscar pode apontar para todos os documentários na briga, com exceção talvez de "Sicko", a possibilidade de multiplicar espectadores, além dos lucros, oferecendo grande visibilidade ao autor e à mensagem do mesmo.

 

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