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14/10/2003 - 03h34

Novos projetos e fãs de Fellini mantêm o estilo vivo

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da Folha de S.Paulo

Se o Fellini vive dando seu adeus, pode-se dizer que seus remanescentes vivem um surto de adorável criatividade. O legado permanece, seja através de novos projetos, seja na música de artistas declaradamente fãs.

Há pelo menos dois discos prontos, ainda sem datas de lançamento. No caso de "Tudo que Eu Quero Dizer Tem que Ser no Ouvido", primeiro disco solo de Cadão Volpato, há até o risco de não chegar às lojas. O CD foi enviado para a indie Outros Discos, que ainda não avaliou o material.

Em um final de semana Volpato compôs as oito músicas e logo partiu para o estúdio, onde gravou sozinho, tocando guitarra e teclados. "É um disco conceitual."

Ele conta que a idéia surgiu após assistir a um documentário sobre o pintor surrealista René Magritte (1898-1967) na TV. "Cor de Carrossel" faz referências ao encontro do artista belga com sua mulher e à música "LSD", do Fellini: "Conheci você num carrossel/ uma segunda-feira faz cem anos".

Volpato também canta e toca no Baile Punk, banda que formou com Jair Marcos e Ricardo Salvagni, ambos do Fellini. "Sabe aqueles caras que jogam bola na quarta-feira? É o nosso caso, mas nos reunimos para tocar", diz Cadão. O grupo ainda não tem registro em estúdio e fez apenas dois shows em SP.

Thomas Pappon criou o The Gilbertos com sua mulher, Karla. O projeto, segundo o músico, "é mais experimental, usa mais samples, canta em várias línguas, tem vocal feminino e soa mais como bossa nova". Pappon já tem pronto o segundo álbum, "Deite-se ao Meu Lado", "disco de cantor/ compositor de MPB" que tem participação de Sean O'Hagan, do High Llamas, que toca banjo em uma das músicas.

Influências

O mais notório fã de Fellini, Chico Science (1966-97), chegou a organizar um show em Recife, em 94, ao lado da cantora Stela Campos e integrantes da Nação Zumbi, apenas com músicas da banda paulistana. "Foi um show bem cool, em um lugar pequeno onde não coube nem metade das pessoas", relembra Campos, que fez parte do Funziona senza Vapore, grupo que os remanescentes do Fellini montaram em 1992. "O Fellini é o tipo de banda que, quando uma pessoa descobria, ia compartilhando com outras, como uma coisa valiosa, um segredo."

Foi em Recife que o Fellini ouviu seus ecos mais fortes. Diz Fred Zero Quatro, do Mundo Livre S/ A: "Nos anos 80, tinha uma turma [os principais personagens do mangue beat] que se reunia e promovia sessões de músicas --ouvíamos muito Fellini. São os pioneiros no uso do estúdio caseiro de quatro canais, bateria eletrônica bem tosca, e, mesmo assim, fazendo um som bem sofisticado. Sempre admirei demais o Cadão, que, da geração 80, foi a referência mais inspiradora para mim. O Fellini representava muito uma forma que a gente tentava ser aqui [no Recife]. É a coisa cosmopolita, do antenado, do voltado pro futuro, para a metrópole. É um som mais lugar-nenhum do que paulistano".

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