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11/11/2003 - 20h23

Dream Theater se afasta do progressivo em "Train of Thought"

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FRANCISCO MADUREIRA
Editor de Ciência e Informática da Folha Online

Se você é fã de metal progressivo e mudou seu conceito sobre música durante os anos 90 com a evolução da banda norte-americana Dream Theater, é bom voltar a vasculhar prateleiras ou armazéns de MP3 pela web em busca de algo inovador, melódico e agradável.

Com seu novo álbum "Train of Thought", lançado hoje nos Estados Unidos, a banda resgata o tom obscuro de "Awake" (1994), mas se afasta da complexidade harmônica e melódica que caracterizou seu som no início dos anos 1990 e a partir de 1999, com o álbum "Scenes From a Memory" e o novo tecladista Jordan Rudess.

Músicas do álbum já estão circulando na internet em softs de download. No site oficial da banda, que mudou de visual e permaneceu instável durante todo o dia, é possível baixar a versão para rádio da música "As I am", que abre o álbum.

Nada original. O teclado de Jordan Rudess continua a lembrar bastante o do projeto paralelo "Liquid Tension Experiment". Em "As I am", por exemplo, os primeiros minutos mostram riffs pesados e simplórios da guitarra de John Petrucci. A melodia repetitiva das letras e os efeitos "manjados" usados pelo vocalista James LaBrie ficam abaixo do esperado. Parece simples heavy metal, e não o que o Dream Theater já mostrou saber fazer.

John Myung parece ter encarnado definitivamente o papel de figurante: não duela mais com Petrucci, nem mostra tudo o que pode tirar de seu baixo. E Mike Portnoy, que sempre esteve à frente da banda com ritmos e viradas de tirar o fôlego, tira um som burocrático da bateria.

Frustra saber que os músicos da banda têm técnica e estrada suficientes para compor coisa muito melhor. Tudo parecia ter melhorado em 1999, com o ingresso do tecladista Jordan Rudess (ex-Dixie Dregs). O Dream Theater, com seu álbum monotemático "Scenes From a Memory", voltava ao estilo pomposo e trabalhado de seus primeiros álbuns.

Considerados os dois melhores discos da banda, "Images and Words" (1992) e "Awake" (1994) traziam como integrante o tecladista Kevin Moore, responsável pela maioria dos arranjos instrumentais. Mas antes mesmo da conclusão de "Awake", Moore resolveu deixar a banda e investir em um projeto solo pop (e bem interessante, diga-se de passagem): o Chroma Key. Recentemente, Moore se reaproximou da banda e participou do projeto paralelo OSI.

No lugar de Moore, assumiu Derek Sherenian, que participou do apático e comercial "Falling Into Infinity" (1997). Dois anos depois, o Dream Theater parecia retornar às origens com "Scenes From a Memory" (2001), com solos monumentais de Petrucci e ótimas harmonias nas mãos de Rudess. O álbum seguinte, o duplo "Six Degrees of Inner Turbulence" (2003), mantinha o tom inicial da banda, com trabalho instrumental, dinâmica e uma trilha de 41 minutos, composta por oito músicas "costuradas" umas nas outras, como se fossem uma só.

Agora, com "Train of Thought", mais uma fase de baixa, quem sabe pelo ritmo de produção exigido pela gravadora. Quem espera inovação em metal progressivo tem três alternativas: esperar o próximo álbum do Dream Theater, buscar outra banda ou então formar sua própria.

Train of Thought
Grupo:
Dream Theater
Lançamento: Elektra/Asylum
Quanto: US$ 13,49 (em www.cdnow.com)

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