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28/11/2003 - 08h51

Juliette Binoche defende "transformação amorosa"

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da Folha de S.Paulo

A atriz francesa Juliette Binoche, 39, diz que seus personagens no cinema sempre sofrem transformações. E é por isso que ela decide interpretá-los, seja em obras densas como a trilogia das cores, do polonês Krzysztof Kieslowsk (1941-96), seja numa despretensiosa comédia romântica como "Fuso Horário do Amor", de Danièle Thompson, que estréia hoje em São Paulo e Brasília.

"Sou fascinada pela idéia de que a vida está em permanente movimento, não pára de se transformar", diz Binoche. No caso da esteticista Rose, seu papel em "Fuso Horário do Amor", os movimentos são (simultaneamente): de separação de um amor complicado, de fuga temporária de seu país em direção a um paraíso caribenho e de aproximação com um homem em tudo diferente de seus padrões, feito por Jean Reno.

Binoche diz que foi divertido viver a perua Rose (que não se separa de seu estojo de maquiagem e abusa dos adereços) e que a personagem lhe trouxe inclusive memórias infantis, de quando vivia com seu pai e observava, encantada, a companheira dele subir num salto alto até para fazer caminhadas após o café da manhã.

Isolamento

Premiada com o Oscar de melhor atriz coadjuvante em 1997, por seu desempenho em "O Paciente Inglês", de Anthony Minghella, Binoche diz que se sente "isolada" no ambiente artístico francês.

"Tenho a impressão de que os atores americanos conseguem viver em comunidade. Na França, somos mais individualistas. Aqui, não tenho a sensação de fazer parte de um grupo, o que era meu sonho inicial na profissão", afirma.

Binoche considera que o fato de "trabalhar muito internacionalmente" pode contribuir para sua sensação de isolamento em relação aos outros atores franceses. Mas diz que, se pudesse, "trabalharia em todas as partes".

Terminadas as filmagens de "Fuso Horário do Amor", ela partiu para a Suíça, onde participou de um laboratório de interpretação teatral junto com outros atores... norte-americanos.

"A idéia era desenvolver pesquisas de linguagem teatral e fazer com que cada ator encarasse seus medos específicos." Quais são os medos de Binoche: "Cantar, dançar, fazer coisas que não tenho o hábito de fazer e aquelas que nunca experimentei".

Casada com o também ator Benoît Magimel, conhecido no Brasil por sua atuação ao lado de Isabelle Huppert em "A Professora de Piano", de Michael Haneke, Binoche diz que, talvez, dirija um filme em parceria com o marido.

Mas diz que é difícil, para uma pessoa com seu perfil, falar com segurança sobre seus próximos projetos. "Tenho dificuldade de pensar no futuro", diz. A atriz afirma que, para aceitar um papel, leva em conta seu "primeiro sentimento ao ler o roteiro e uma espécie de intuição física" em relação à proposta.

Binoche diz que quanto mais avançou na carreira, mais percebeu que "os filmes têm certas funções" para o público e para quem os faz. "Tenho mais perguntas do que respostas, e os filmes me ajudam a formulá-las", diz.

No caso específico de "Fuso Horário do Amor", a função seria outra, não de indagar, mas de rememorar a todos "o poder transformador do amor".

Binoche filmaria neste ano com o diretor brasileiro Walter Salles o longa "The Assumption of the Virgin". Alterações no cronograma do projeto afastaram ambos da produção, mas ela diz que não está descartada a idéia de trabalhar com Salles em outro filme.

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