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26/12/2003
-
10h12
MARCELO BARTOLOMEI
Editor de entretenimento da Folha Online
A produção nacional cresceu em 2003, mas o número de filmes prontos e que não tem distribuidora ainda emperra o desenvolvimento do que já poderia ser uma indústria cinematográfica brasileira.
Em 2003, segundo dados da Ancine (Agência Nacional do Cinema), 28 filmes nacionais foram lançados comercialmente nos cinemas, e outros 23 estão prontos, mas não estrearam ainda. Se já tivessem entrado em cartaz, 2003 seria definitivamente o ano da retomada, com 51 longas, o maior número dos últimos quatro anos.
A expectativa do cinema nacional, no entanto, é positiva: há 86 longa-metragens --entre ficção e documentários-- em produção (finalização ou filmagem) e outros 256 projetos com registro no MinC (Ministério da Cultura).
De acordo com números da SDF (Superintendência de Desenvolvimento Financeiro) da Ancine, 393 filmes de longa-metragem movimentam o cinema nacional atualmente com incentivos fiscais. Outros 95 filmes também foram (e estão sendo) produzidos sem captação de recursos por meio das leis de incentivo.
Balanço
Em relação a anos anteriores, o cinema nacional lançou menos filmes em 2003, mas produziu muito mais. No ano passado, por exemplo, foram lançados 35 longas nacionais. Em 2001, foram 30. Já em 2000, 24 filmes chegaram aos cinemas. Em 99, foram 31 lançamentos.
A média ainda é baixa se comparada ao número de lançamentos estrangeiros, que sempre ultrapassam os cem e disputam espaço nas salas de cinema --que também cresceram em 2003-- com os nacionais.
Os cineastas, no entanto, apostam na administração petista e na atuação de Gilberto Gil (ministro da Cultura) e Orlando Senna (secretário do Audiovisual) --que priorizaram o cinema nacional em seu primeiro ano de governo-- para uma resolução do problema da distribuição, que ainda tem como prioridade o cinema estrangeiro, especialmente o norte-americano, para exibição nas salas do país.
Trajetória
Neste ano, 23 filmes foram finalizados, mas não entraram em cartaz. Entre eles estão premiados como "De Passagem", de Ricardo Elias (Festival de Gramado) e "Celeste e Estrela", de Betse de Paula (Cinesul); além de longas já apresentados como "1,99 - Um Supermercado que Vende Palavras", de Marcelo Massagão (Festival do Rio BR e Mostra de São Paulo), "Noite de São João", de Sérgio Silva (Gramado) e "Garrincha, Estrela Solitária", de Milton Alencar (Festival do Rio).
Há ainda os documentários, que também já foram premiados em festivais ou apresentados ao público em mostras programadas pelo país.
Esta é a trajetória que os filmes têm de fazer depois que ficam prontos, antes mesmo de estrearem comercialmente. Depois de pronto, um filme pode levar até dois anos para ser lançado, de acordo com a verba disponível para a sua promoção.
Até que isso aconteça, os cineastas apostam em apresentar seus filmes nos festivais do país e até mesmo fora, levando seus trabalhos até mostras importantes como a de Cannes, Berlim, Veneza e ao Sundance Film Festival, entre outros.
Panorama
O panorama, mesmo positivo, também preocupa. Desde a retomada, iniciada em 1995, cresceram as produções, o público e as salas para exibição. Só o número de espectadores passou de 36.093 (em 95) para 7.299.988 (2002), o que corresponde a 8% de quase 91 milhões de pessoas (total de espectadores dos cinemas no Brasil).
Cineastas exigem do governo, no entanto, uma política de incentivos que descentralize a distribuição das verbas e que facilite a captação de dinheiro para a realização dos filmes.
Outra questão polêmica é a produção de filmes para a TV, que pode servir como um canal de distribuição dos filmes para que eles sejam feitos e exibidos, por falta de sala ou de dinheiro para o lançamento.
O governo sinalizou neste ano com ações que podem ajudar a solucionar os problemas. A primeira delas foi transferir a Ancine para o Ministério da Cultura e não para o Ministério da Indústria e Comércio.
Além disso, foram lançados cinco editais de incentivo durante o ano, totalizando R$ 20 milhões em verbas para o audiovisual, distribuídos para cerca de 70 projetos. Entre eles está o Doc TV, lançado para incentivar a produção de documentários para a televisão, que recebeu 628 projetos e vai produzir 26 filmes.
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Cinema nacional cresce, mas distribuição emperra desenvolvimento
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Editor de entretenimento da Folha Online
A produção nacional cresceu em 2003, mas o número de filmes prontos e que não tem distribuidora ainda emperra o desenvolvimento do que já poderia ser uma indústria cinematográfica brasileira.
Em 2003, segundo dados da Ancine (Agência Nacional do Cinema), 28 filmes nacionais foram lançados comercialmente nos cinemas, e outros 23 estão prontos, mas não estrearam ainda. Se já tivessem entrado em cartaz, 2003 seria definitivamente o ano da retomada, com 51 longas, o maior número dos últimos quatro anos.
A expectativa do cinema nacional, no entanto, é positiva: há 86 longa-metragens --entre ficção e documentários-- em produção (finalização ou filmagem) e outros 256 projetos com registro no MinC (Ministério da Cultura).
De acordo com números da SDF (Superintendência de Desenvolvimento Financeiro) da Ancine, 393 filmes de longa-metragem movimentam o cinema nacional atualmente com incentivos fiscais. Outros 95 filmes também foram (e estão sendo) produzidos sem captação de recursos por meio das leis de incentivo.
Balanço
Em relação a anos anteriores, o cinema nacional lançou menos filmes em 2003, mas produziu muito mais. No ano passado, por exemplo, foram lançados 35 longas nacionais. Em 2001, foram 30. Já em 2000, 24 filmes chegaram aos cinemas. Em 99, foram 31 lançamentos.
A média ainda é baixa se comparada ao número de lançamentos estrangeiros, que sempre ultrapassam os cem e disputam espaço nas salas de cinema --que também cresceram em 2003-- com os nacionais.
Os cineastas, no entanto, apostam na administração petista e na atuação de Gilberto Gil (ministro da Cultura) e Orlando Senna (secretário do Audiovisual) --que priorizaram o cinema nacional em seu primeiro ano de governo-- para uma resolução do problema da distribuição, que ainda tem como prioridade o cinema estrangeiro, especialmente o norte-americano, para exibição nas salas do país.
Trajetória
Neste ano, 23 filmes foram finalizados, mas não entraram em cartaz. Entre eles estão premiados como "De Passagem", de Ricardo Elias (Festival de Gramado) e "Celeste e Estrela", de Betse de Paula (Cinesul); além de longas já apresentados como "1,99 - Um Supermercado que Vende Palavras", de Marcelo Massagão (Festival do Rio BR e Mostra de São Paulo), "Noite de São João", de Sérgio Silva (Gramado) e "Garrincha, Estrela Solitária", de Milton Alencar (Festival do Rio).
Há ainda os documentários, que também já foram premiados em festivais ou apresentados ao público em mostras programadas pelo país.
Esta é a trajetória que os filmes têm de fazer depois que ficam prontos, antes mesmo de estrearem comercialmente. Depois de pronto, um filme pode levar até dois anos para ser lançado, de acordo com a verba disponível para a sua promoção.
Até que isso aconteça, os cineastas apostam em apresentar seus filmes nos festivais do país e até mesmo fora, levando seus trabalhos até mostras importantes como a de Cannes, Berlim, Veneza e ao Sundance Film Festival, entre outros.
Panorama
O panorama, mesmo positivo, também preocupa. Desde a retomada, iniciada em 1995, cresceram as produções, o público e as salas para exibição. Só o número de espectadores passou de 36.093 (em 95) para 7.299.988 (2002), o que corresponde a 8% de quase 91 milhões de pessoas (total de espectadores dos cinemas no Brasil).
Cineastas exigem do governo, no entanto, uma política de incentivos que descentralize a distribuição das verbas e que facilite a captação de dinheiro para a realização dos filmes.
Outra questão polêmica é a produção de filmes para a TV, que pode servir como um canal de distribuição dos filmes para que eles sejam feitos e exibidos, por falta de sala ou de dinheiro para o lançamento.
O governo sinalizou neste ano com ações que podem ajudar a solucionar os problemas. A primeira delas foi transferir a Ancine para o Ministério da Cultura e não para o Ministério da Indústria e Comércio.
Além disso, foram lançados cinco editais de incentivo durante o ano, totalizando R$ 20 milhões em verbas para o audiovisual, distribuídos para cerca de 70 projetos. Entre eles está o Doc TV, lançado para incentivar a produção de documentários para a televisão, que recebeu 628 projetos e vai produzir 26 filmes.
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