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03/07/2004
-
03h15
CASSIANO ELEK MACHADO
da Folha de S.Paulo
Leia abaixo a entrevista que a Folha fez com o blogueiro mozart:
Folha - Na sua opinião, que características, além do fato de escreverem blogs e os ancorarem no Wunderblogs, unem os autores coligados no livro?
mozart - Obviamente, ArB e BrC e CrD não significa ArD. Apesar das relações fortes entre os escritos de alguns membros, as posições e estilo diferem bastante a partir de certo ponto.
As características que nos unem, portanto, além da amizade forjada pelo convívio, não poderiam ser excepcionais. Talvez a desconfiança ou desprezo ao lugar-comum; tentar enxergar as cordas, mas nem por isso perder o bom humor; ojeriza ao patriotismo e a outras forma de indigência mental. Uns mais, outros mais ou menos.
Folha - Quando você começou a escrever blogs e por quê? Você já escrevia antes com freqüência? Como?
mozart - Tenho amigos em diversas partes do Brasil, é uma forma de manter contato. Além disso, despendia, à época, pensamentos demais em assuntos que não considerava importantes o suficiente para me tomarem a mente, comecei a escrever para me forçar a pensar em outros.
Folha - Quais as principais vantagens e desvantagens do blog em relação a outros formatos, como diários, iluminuras, livros, apostilas, panfletos etc.?
mozart - As vantagens e desvantagens referem-se a algum objetivo que você se proponha. O fato de ser gratuito me parece bom. Atingir, em tese, um grande público, não sei --até retirei aquele objeto virtual que se convencionou denominar caixa de comentários, a fim de evitar os malas.
Folha - Quantos posts vocês escreve em média a cada mês? Quanto tempo você gasta com os blogs? Quem é o mais prolífico dos Wunders? Quem é o mais conciso?
mozart - Em média três posts ao dia, embora o desvio-padrão seja grande, e o tempo despendido, aleatório. O mais prolífico, em número de posts, é o Dante Gabriel Rossetti, que também é bastante conciso quando precisa.
Folha - Além dos blogs, você escreve alguma forma de ficção? Com que características?
mozart - Dedico algum tempo a escrever histórias 'infanto-juvenis', pois tais livros são, em sua maior parte, para débeis-mentais --um adulto não os poderia ler.
Nada tenho, porém, que julgue merecedor de publicação; e, quando tiver, não será escrito com a pretensão de moldar o caráter ou mudar o mundo.
Talvez eu devesse acrescentar que, ao chegar aos sessenta, pretenda escrever livros adultos realmente adultos, talvez poemas com pactos demoníacos, mas duvido que o faça.
Folha - Quem são seus "modelos" intelectuais e literários?
mozart - Jacinto Figueira Júnior, o homem do sapato branco.
Folha - Por que você usa pseudônimo?
mozart - Radamanto deve saber responder melhor à questão, talvez relacionando a prefácios e outros mecanismos de defesa. No que me concerne, bastou que me perguntasse "o que ganho usando meu nome?" Acho que é só. Além disso, é o usual na internet; talvez pôr seu nome em algo seja uma forma de perversão, não quero ser perverso.
Folha - Quais dessas características você acha que tem seu blog: pessimismo, otimismo, bom humor, mau humor, misticismo, moralismo, anglofilia, "antibrasileirismo", liberalismo, catolicismo, cristianismo, classicismo, ironia, passadismo.
mozart - Inadjetivável seria a melhor definição; mas, ok, bom humor, às vezes alguma ironia --não que as pessoas que leiam pensem assim, imagino.
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Blogueiro mozart aponta desprezo ao lugar-comum
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da Folha de S.Paulo
Leia abaixo a entrevista que a Folha fez com o blogueiro mozart:
Folha - Na sua opinião, que características, além do fato de escreverem blogs e os ancorarem no Wunderblogs, unem os autores coligados no livro?
mozart - Obviamente, ArB e BrC e CrD não significa ArD. Apesar das relações fortes entre os escritos de alguns membros, as posições e estilo diferem bastante a partir de certo ponto.
As características que nos unem, portanto, além da amizade forjada pelo convívio, não poderiam ser excepcionais. Talvez a desconfiança ou desprezo ao lugar-comum; tentar enxergar as cordas, mas nem por isso perder o bom humor; ojeriza ao patriotismo e a outras forma de indigência mental. Uns mais, outros mais ou menos.
Folha - Quando você começou a escrever blogs e por quê? Você já escrevia antes com freqüência? Como?
mozart - Tenho amigos em diversas partes do Brasil, é uma forma de manter contato. Além disso, despendia, à época, pensamentos demais em assuntos que não considerava importantes o suficiente para me tomarem a mente, comecei a escrever para me forçar a pensar em outros.
Folha - Quais as principais vantagens e desvantagens do blog em relação a outros formatos, como diários, iluminuras, livros, apostilas, panfletos etc.?
mozart - As vantagens e desvantagens referem-se a algum objetivo que você se proponha. O fato de ser gratuito me parece bom. Atingir, em tese, um grande público, não sei --até retirei aquele objeto virtual que se convencionou denominar caixa de comentários, a fim de evitar os malas.
Folha - Quantos posts vocês escreve em média a cada mês? Quanto tempo você gasta com os blogs? Quem é o mais prolífico dos Wunders? Quem é o mais conciso?
mozart - Em média três posts ao dia, embora o desvio-padrão seja grande, e o tempo despendido, aleatório. O mais prolífico, em número de posts, é o Dante Gabriel Rossetti, que também é bastante conciso quando precisa.
Folha - Além dos blogs, você escreve alguma forma de ficção? Com que características?
mozart - Dedico algum tempo a escrever histórias 'infanto-juvenis', pois tais livros são, em sua maior parte, para débeis-mentais --um adulto não os poderia ler.
Nada tenho, porém, que julgue merecedor de publicação; e, quando tiver, não será escrito com a pretensão de moldar o caráter ou mudar o mundo.
Talvez eu devesse acrescentar que, ao chegar aos sessenta, pretenda escrever livros adultos realmente adultos, talvez poemas com pactos demoníacos, mas duvido que o faça.
Folha - Quem são seus "modelos" intelectuais e literários?
mozart - Jacinto Figueira Júnior, o homem do sapato branco.
Folha - Por que você usa pseudônimo?
mozart - Radamanto deve saber responder melhor à questão, talvez relacionando a prefácios e outros mecanismos de defesa. No que me concerne, bastou que me perguntasse "o que ganho usando meu nome?" Acho que é só. Além disso, é o usual na internet; talvez pôr seu nome em algo seja uma forma de perversão, não quero ser perverso.
Folha - Quais dessas características você acha que tem seu blog: pessimismo, otimismo, bom humor, mau humor, misticismo, moralismo, anglofilia, "antibrasileirismo", liberalismo, catolicismo, cristianismo, classicismo, ironia, passadismo.
mozart - Inadjetivável seria a melhor definição; mas, ok, bom humor, às vezes alguma ironia --não que as pessoas que leiam pensem assim, imagino.
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