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28/07/2004 - 05h01

Aos 57, Okin faz "versões originais" do pop atual

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da Folha de S.Paulo

Leia a seguir a entrevista com Earl Okin, feita por telefone, de Londres.

Folha - Além de comediante, o sr. é um "autêntico" músico de bossa nova. Como surgiu o interesse em tal gênero brasileiro?
Earl Okin -
A primeira vez que eu ouvi bossa nova foi através de Peggy Lee, por volta de 1965. Ela cantava "Corcovado", do Tom Jobim. Foi a primeira artista da língua inglesa, eu acho, a se aproximar da sonoridade da música brasileira, e da bossa nova em particular.

Algum tempo depois, um brasileiro que eu conheci me mostrou o uso certo da mão direita na guitarra, toque valioso para a bossa nova sair como deveria. Na época eu havia assinado contrato com a gravadora dos Beatles (EMI) e escrevia canções pop. Mas achei que a partir dali deveria aprender os segredos da bossa nova. Ainda estou aprendendo, na verdade.

Folha - Como foram suas outras visitas ao país?
Okin -
Esta é a quarta ou quinta vez que eu vou ao Brasil. A primeira foi em 1975. Na época, eu tinha um amigo brasileiro em Londres que conhecia todo mundo do tropicalismo. Com ele fui à casa da Elis Regina e de seu marido, César Camargo Mariano. Ela tocou o que seria seu novo disco com Tom Jobim. Até cantei junto com ela. Por sorte, andava com um gravador. Até hoje eu tenho uma preciosa fita K-7 com algumas músicas desse dia.

Em 1990, fiz meu primeiro show no Brasil e, em 2000, toquei no Baretto original com o Mutinho, o baterista do Tom Jobim. Foi maravilhoso, mesmo com os problemas de comunicação de sempre.

Folha - Como o sr. descreve seu novo álbum?
Okin -
Eu também tenho uma carreira como comediante, na Inglaterra. Minhas gags incluem música, sempre. O CD representa um das minhas típicas apresentações de comédia, pontuado por guitarras, pianos, e versões bossa de clássicos de música pop. O show do Baretto vai ser basicamente o mesmo, incluindo duas estúpidas bossas que eu escrevi, "Samba of the São Paulo Taxi-Driver" e "Samba das Bundas". E "Walk This Way", do Aerosmith.

Folha - Como um senhor de 57 anos que toca bossa nova resolveu tocar músicas de grupos jovens como Blur e Coldplay?
Okin -
Dois anos atrás, fui convidado a participar de um piloto de seriado cômico-musical de TV, onde eu ia criticar os lançamentos pop do momento. A piada era que eu diria que todas as músicas eram OK, mas que a "original" era melhor. E aí eu tocava uma versão da música na guitarra e no piano, sugerindo que a tal música da semana era cópia. O programa nunca foi ao ar, mas uma pessoa da MTV soube da história e encomendou para um filme "versões originais" minhas para músicas como "Song 2" (Blur), "Yellow" (Coldplay), além de "Smells Like Teen Spirit" (Nirvana), que não entrou no disco.

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