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09/08/2004 - 09h45

Selo de alerta pode ajudar artistas a vender mais discos nos EUA

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LEANDRO FORTINO
da Folha de S.Paulo

Dos cem discos mais vendidos da parada norte-americana atual, segundo levantamento da revista Billboard, 24 trazem na capa o selo "Parental Advisory", espécie de alerta criado em 1985 pela Riaa, a associação da indústria fonográfica dos EUA, que serve para avisar pais de crianças e adolescentes sobre letras que poderiam incitar a violência ou que têm conteúdo sexual explícito, como palavrões.

Juntos, esses álbuns somam cerca de 20 milhões de CDs vendidos somente em solo americano. O número comprova que o controle da indústria sobre o assunto de letras não prejudica vendagens. Pelo contrário. Pode até ajudar a emplacar um álbum.

O cantor de rhythm'n'blues nova-iorquino Eamon, 20, tentava conseguir um contrato desde que tinha 16 anos, mas as gravadoras tinham medo de contratá-lo por causa de seu primeiro hit, a música "Fuck It (I Don't Want You Back)". Na letra, ele fala mais de 20 vezes a palavra "fuck" (você sabe o que significa, certo?), e as gravadoras temiam um boicote do mercado. Até que a faixa foi executada no programa matinal de uma rádio e não parou mais de ter pedidos.

Hoje, essa música de Eamon, segundo a gravadora Jive (BMG no Brasil), foi o single mais vendido nos EUA durante oito semanas consecutivas e ficou no primeiro lugar das paradas de vários países europeus. Na capa do CD, que leva o nome da música, o selo é reforçado com os dizeres: "Linguagem sexual de conteúdo forte". "É uma bobagem", disse Eamon, em entrevista ao Folhateen. "Faz com que os garotos fiquem muito mais curiosos. Não acredito em propagada negativa. Qualquer propaganda é boa. Não escrevo músicas para chocar, elas saem desse jeito. Se as pessoas continuam falando de mim, está ótimo."

No Brasil, nem o Estado nem a indústria fonográfica controlam a música que é vendida ou executada em rádios. O Ministério da Justiça faz a classificação indicativa apenas sobre o conteúdo de diversões e espetáculos, como programas de TV, filmes de cinema e jogos eletrônicos. Desde 2002, os videoclipes passaram a ser vistos pelo ministério, a pedido das próprias gravadoras.

O governo federal diz ver esses meios de comunicação como os de maior alcance e interferência na formação da criança e do adolescente. Segundo a assessoria do ministério, está havendo uma discussão para saber se é necessário ampliar ou não a classificação. O ministério diz ainda que sua preocupação é que não se faça censura no lugar de classificação. Para o órgão, o objetivo do governo deve ser orientar a sociedade em relação a conteúdos que possam atingir de forma negativa a criança e o adolescente, então fixa horário, no caso de TV, e faixa etária, no caso de filmes e jogos.

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