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12/05/2005
-
19h39
MARIA CARMONA
da France Presse, em Cannes (França)
Acompanhado da sua nova musa, a atriz Scarlett Johansson, o cineasta nova-iorquino Woody Allen apresentou nesta quinta-feira, em Cannes, seu novo filme, "Match Point", um "crime sem castigo" --referência ao clássico "Crime e Castigo", de Dostoiévski, sua fonte no longa-metragem.
O cineasta americano, referência de cinéfilos e autor celebrado em todos os festivais internacionais -- "Igual a Tudo na Vida" (2003) foi apresentado no festival de Veneza e "Melinda and Melinda" (2204), em San Sebastián-- é um visitante assíduo de Cannes, onde estrearam vários de suas criações.
Mais uma vez, Cannes o recebeu de braços abertos, ovacionando seu último filme, "Match Point", apresentado na mostra oficial em caráter "hors-concours".
Apesar de não concorrer à Palma de Ouro, o cineasta disse não se sentir tentado a competir.
"Gosto muito de estar em Cannes, todo mundo é muito agradável e aqui há um público de cinéfilos que eu adoro, mas não quero competir, não quero ganhar nada, nem tampouco perder nada", disse.
"Match Point" conta a história de um jovem de origem modesta, Chris (Jonathan Rhys Meyers) que, graças ao emprego de professor de tênis em um clube sofisticado, passa a se relacionar com a alta sociedade londrina e faz uma vertiginosa ascensão social.
Dividido entre a relação com a esposa (Emily Mortimer), que o situou na nova posição social, e a paixão por uma aspirante, a atriz americana (Scarlett Johansson), que ameaça colocar em risco tudo o que conquistou, Chris decide driblar o dilema de forma trágica.
A referência ao clássico "Crime e Castigo", de Dostoiévski, é explícita no filme.
"Mesmo antes de avançar na reflexão do filme, pareceu-me que a idéia tinha algo a ver com a literatura do século 19, em particular, a russa. Na minha opinião, a mais fascinante daquele século. Foi natural me inspirar nela. Queria que houvesse um vínculo entre o meu pequeno filme e este grande romance que é 'Crime e Castigo'", disse o cineasta, durante entrevista coletiva.
"Isso me deu certa auto-satisfação, mas a comparação acaba aí. Em um filme não se pode aprofundar as coisas como em um romance, mas a gente pode tentar imitar os escritores que admira", disse.
Com relação ao seu "crime sem castigo", Woody Allen disse não haver nada de cinismo em seu filme, porque "o cinismo é outra palavra para descrever a realidade".
"É evidente que há muita injustiça e crimes que não são punidos, crimes internacionais, crimes físicos, crimes passionais. E com freqüência não só não são punidos, como também beneficiam os que os cometem", afirmou, destacando que o de "Match Point" não é um ponto de vista cínico, mas completamente realista.
Sobre a sua nova musa, a bela e jovem Scarlett Johansson, revelada em "Encontros e Desencontros", de Sofia Coppola, e que também trabalhará no novo filme de Woody Allen, o cineasta afirmou:
"Gosto de tudo nela, é bela, é talentosa, é uma excelente atriz, tanto em papéis dramáticos quanto cômicos, como o do próximo filme", afirmou.
Ele mostrou-se agradecido ao dizer que a atriz aceitou trabalhar "pelo pequeno salário que podíamos propor a ela".
O filme foi rodado em Londres, "mas a história poderia se passar em Paris, Nova York ou qualquer outra cidade do mundo", acrescentou o diretor.
"Filmei em Londres porque a atmosfera se revelou favorável do ponto de vista criativo e porque encontrei patrocinadores que apoiaram generosamente o meu filme sem buscar, em absoluto, interferir nele. E finalmente, para os ouvidos americanos, o sotaque inglês é encantador", concluiu o diretor.
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da France Presse, em Cannes (França)
Acompanhado da sua nova musa, a atriz Scarlett Johansson, o cineasta nova-iorquino Woody Allen apresentou nesta quinta-feira, em Cannes, seu novo filme, "Match Point", um "crime sem castigo" --referência ao clássico "Crime e Castigo", de Dostoiévski, sua fonte no longa-metragem.
Michel Euler/AP |
Scarlett Johansson é a nova musa de Allen |
Mais uma vez, Cannes o recebeu de braços abertos, ovacionando seu último filme, "Match Point", apresentado na mostra oficial em caráter "hors-concours".
Apesar de não concorrer à Palma de Ouro, o cineasta disse não se sentir tentado a competir.
"Gosto muito de estar em Cannes, todo mundo é muito agradável e aqui há um público de cinéfilos que eu adoro, mas não quero competir, não quero ganhar nada, nem tampouco perder nada", disse.
"Match Point" conta a história de um jovem de origem modesta, Chris (Jonathan Rhys Meyers) que, graças ao emprego de professor de tênis em um clube sofisticado, passa a se relacionar com a alta sociedade londrina e faz uma vertiginosa ascensão social.
Dividido entre a relação com a esposa (Emily Mortimer), que o situou na nova posição social, e a paixão por uma aspirante, a atriz americana (Scarlett Johansson), que ameaça colocar em risco tudo o que conquistou, Chris decide driblar o dilema de forma trágica.
A referência ao clássico "Crime e Castigo", de Dostoiévski, é explícita no filme.
"Mesmo antes de avançar na reflexão do filme, pareceu-me que a idéia tinha algo a ver com a literatura do século 19, em particular, a russa. Na minha opinião, a mais fascinante daquele século. Foi natural me inspirar nela. Queria que houvesse um vínculo entre o meu pequeno filme e este grande romance que é 'Crime e Castigo'", disse o cineasta, durante entrevista coletiva.
"Isso me deu certa auto-satisfação, mas a comparação acaba aí. Em um filme não se pode aprofundar as coisas como em um romance, mas a gente pode tentar imitar os escritores que admira", disse.
Com relação ao seu "crime sem castigo", Woody Allen disse não haver nada de cinismo em seu filme, porque "o cinismo é outra palavra para descrever a realidade".
"É evidente que há muita injustiça e crimes que não são punidos, crimes internacionais, crimes físicos, crimes passionais. E com freqüência não só não são punidos, como também beneficiam os que os cometem", afirmou, destacando que o de "Match Point" não é um ponto de vista cínico, mas completamente realista.
Sobre a sua nova musa, a bela e jovem Scarlett Johansson, revelada em "Encontros e Desencontros", de Sofia Coppola, e que também trabalhará no novo filme de Woody Allen, o cineasta afirmou:
"Gosto de tudo nela, é bela, é talentosa, é uma excelente atriz, tanto em papéis dramáticos quanto cômicos, como o do próximo filme", afirmou.
Ele mostrou-se agradecido ao dizer que a atriz aceitou trabalhar "pelo pequeno salário que podíamos propor a ela".
O filme foi rodado em Londres, "mas a história poderia se passar em Paris, Nova York ou qualquer outra cidade do mundo", acrescentou o diretor.
"Filmei em Londres porque a atmosfera se revelou favorável do ponto de vista criativo e porque encontrei patrocinadores que apoiaram generosamente o meu filme sem buscar, em absoluto, interferir nele. E finalmente, para os ouvidos americanos, o sotaque inglês é encantador", concluiu o diretor.
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