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11/08/2005 - 20h55

Crítica: Coldplay decola, mas aterrissa com pouso forçado em novo CD

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JULIANO DE SOUZA
Colaboração para a Folha Online

A banda britânica Coldplay, liderada por Chris Martin, lidera a parada de vendas de seu mais novo álbum, "X & Y" em 28 países, incluindo Estados Unidos e Inglaterra, onde o disco entrou direto no topo dos mais vendidos. Atualmente, "X & Y ocupa a 6ª posição no ranking nos EUA, já vendendo 2 milhões de cópias em solo americano e contabilizando mais de 5 milhões de cópias no mundo todo.

Divulgação
Líder do Coldplay Chris Martin, diz grupo
Líder do Coldplay Chris Martin
Em terras brasileiras, eles vão bem, obrigado. Seu primeiro single, "Speed of Sound", está em 1º lugar no Rio de Janeiro, deixando para trás bandas do calibre de Kid Abelha [haja naftalina], da dublê de atriz e cantora Marjorie Estiano, entre outras.

Em São Paulo, a música fica apenas na 11ª posição, com 56 execuções na primeira semana de agosto. Tudo bem, pois é a segunda música pop internacional mais executada em Sampa (só perde pra deliciosa "Sunday Morning", do Maroon 5).

Apesar do mal-estar de a música não figurar entre as dez mais em São Paulo, "Speed of Sound" é a música internacional mais executada no país, desbancando nomes de peso como Jennifer Lopez, Mariah Carey e Backstreet Boys.

Mas será que os garotos do Coldplay deveriam se orgulhar tanto assim da repercussão de sua música e das vendagens de seus álbuns?

Precisamos dar o braço a torcer: o Coldplay é a banda britânica que mais fez (faz) sucesso no mundo nos últimos cinco anos. Conseguiram ter a proeza de unir bons elementos em suas canções: letras tristes, confessionais e baladas bem melancólicas que caíram como um meteoro no gosto do público.

É só lembrar de pérolas como "Yellow", "Sparks" e "Trouble", do primeiro álbum "Parachutes", além de "In my place" e "The Scientist" --um mel com gosto de fel-- e um dos clipes mais criativos de 2004. Essas duas últimas citações fazem parte do multiplatinado "A Rush of Blood to the Head", que catapultou o grupo ao mainstream musical.

Por esses exemplos, com certeza a banda deve se orgulhar. Imagino os caras do Oasis com vários bonecos de vodu, espetando com aquelas agulhas de tricô cada integrante do quarteto inglês por não terem conseguido o mérito de ganhar fama e status em mais de dez anos de carreira que o Coldplay conseguiu em apenas cinco.

Mas convenhamos: quando você escuta "Speed of Sound" numa primeira audição, se lembra automaticamente de "Clocks", do álbum anterior. Para fugir um pouco do fantasma "eles são crias do Radiohead", os garotos decidiram encorpar o som deles com uma roupagem mais pesada.

Apesar dessa "criativa surpresa", quando você escuta as três primeiras músicas do álbum "X & Y", você tem a sensação de estar ouvindo um cd em seqüência contínua. Aí você escuta "Fix You", a quarta canção e pensa: "Ufa, eles voltaram com o estilo musical que os consagrou". Ledo engano. O álbum sucumbe com o excesso das guitarras e com fórmulas repetidas que beiram o naufrágio. E olha que o grupo ficou nada mais, nada menos do que 18 meses para concluir as composições do tão aguardado álbum.

Diante da notável expectativa dos fãs, "X&Y" soa um disco fraco, cansativo de se escutar. É menos do mesmo. Quem sabe um bom analista não seria ideal para livrá-los das pressões da gravadora e da mídia e tornar mais serena a forma de compor dos meninos.

O jornalista Juliano de Souza, 29, é animador cultural e atualmente trabalha no Sesc Vila Mariana, em São Paulo

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