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29/09/2005
-
11h32
MARY PERSIA
da Folha Online
As imagens começaram a ser captadas há quatro anos. Mal a cineasta Dainara Toffoli e sua equipe chegaram a Presidente Epitácio (655 km a oeste de São Paulo, perto da fronteira com o Mato Grosso do Sul), tarde da noite, e dona Helena deu a ordem: "Venham para minha casa agora".
"Ela era uma pessoa muito generosa e muito desconfiada, típica do interior. Tinha temperamento forte", lembra Dainara, que durante dois anos registrou imagens de Helena Meirelles em Presidente Epitácio e São Paulo para o documentário "Dona Helena". O filme, com imagens captadas em DVcam, MiniDV e 16 mm, está em fase de finalização. Deve ser negociado pela produtora Monica Schmiedt (da M. Schmiedt Produções Ltda) com emissoras de televisão.
Da convivência com Helena, ficou para a diretora a forte lembrança de uma mulher íntegra e que não tinha medo de trabalho. "Ela era batalhadora, e tinha como grande companheira a viola", diz Dainara. "O pai e depois o primeiro marido a impediam de tocar, mas ela continuou com a viola."
Helena, nascida em 1924, tomou gosto pelo instrumento aos oito anos. Mas apenas com o segundo marido, também violeiro, pôde exercitar com liberdade sua arte. "Ela estava na casa da mãe e ele chegou tocando serenata", conta Dainara. Ganhou Helena à primeira vista.
O casamento, porém, não durou muito. Segundo relato da violeira, o companheiro "aprontou" e ela resolveu se separar. Deixou a fazenda do avô paraguaio, perto de Porto Quinze (MS), onde morava com o marido. E foi para a zona.
Em Santa Anastácia, perto da fronteira entre os dois Estados, trabalhou como prostituta e se apresentava com sua viola. Não sabia beber nem contar dinheiro, mas ficou famosa e, com 30 anos, passou a trabalhar também em Porto Epitácio.
Teve um filho, Francisco, e conheceu Constantino, com quem viveu até o fim da vida. Com seu companheiro nos últimos 48 anos teve Balbino, morto há cinco anos, aos 40. Ele tinha síndrome de Down e era tido como o filho mais amado de Helena --dos 11 que teve, ela criou consigo apenas Francisco e Balbino, de quem guardava até hoje os pertences.
Religiosa, apesar de não ter sido exatamente católica, a violeira era devota de Nossa Senhora Aparecida.
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da Folha Online
As imagens começaram a ser captadas há quatro anos. Mal a cineasta Dainara Toffoli e sua equipe chegaram a Presidente Epitácio (655 km a oeste de São Paulo, perto da fronteira com o Mato Grosso do Sul), tarde da noite, e dona Helena deu a ordem: "Venham para minha casa agora".
Divulgação |
Foram dois anos de filmagens |
Da convivência com Helena, ficou para a diretora a forte lembrança de uma mulher íntegra e que não tinha medo de trabalho. "Ela era batalhadora, e tinha como grande companheira a viola", diz Dainara. "O pai e depois o primeiro marido a impediam de tocar, mas ela continuou com a viola."
Divulgação |
Autodidata, Helena começou a tocar ainda criança |
O casamento, porém, não durou muito. Segundo relato da violeira, o companheiro "aprontou" e ela resolveu se separar. Deixou a fazenda do avô paraguaio, perto de Porto Quinze (MS), onde morava com o marido. E foi para a zona.
Em Santa Anastácia, perto da fronteira entre os dois Estados, trabalhou como prostituta e se apresentava com sua viola. Não sabia beber nem contar dinheiro, mas ficou famosa e, com 30 anos, passou a trabalhar também em Porto Epitácio.
Divulgação |
Com o marido Constantino |
Religiosa, apesar de não ter sido exatamente católica, a violeira era devota de Nossa Senhora Aparecida.
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