Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
07/10/2005 - 08h00

Veja crítica de "Batalha dos Vegetais" e de mais 20 filmes em cartaz

Publicidade

RICARDO FELTRIN
Editor-chefe da Folha Online

Leia abaixo as "minicríticas" da animação
"A Batalha dos Vegetais", que estréia hoje, e de mais 20 filmes em cartaz nos cinemas.
A lista parte do filme mais indicado para o menos indicado, de acordo com a opinião pessoal da reportagem. Ou seja, como toda crítica, trata-se de uma avaliação subjetiva. O objetivo é oferecer aos leitores dicas do que vale ou não vale a pena assistir neste final de semana.




A Batalha dos Vegetais - ("Wallace & Gromit: The Curse of the Were-Rabbit") - Animação de primeira, perfeita e adorável para qualquer idade. História inteligente, divertida e recheada de personagens cativantes (especialmente os coelhinhos). Destaque para a fleuma e sotaque da aristocrata inglesa e as citações culturais contemporâneas, das quais nem John Updike escapa. O ingresso vale ainda mais porque antes do filme há um curta com os hilários pingüins que tanto sucesso fizeram em "Madagascar". Sem dúvida, a melhor animação desde "Shrek 2".

Amor em Jogo" ("Fever Pitch") - Baseado em um livro de Nick Hornby ("Febre de Bola"), este filme conta com um entrosamento perfeito entre os protagonistas Drew Barrimore e Jimmy Fallon que, desta vez, está convincente no papel de um torcedor fanático pelo time de beisebol Boston Red Sox (vencedor da Major League Baseball em 2004, algo que não ocorria desde 1918). Mesmo sendo uma comédia, tem um texto muito acima da média do que costumamos ver por aí. Para quem quer diversão inteligente.

Da Cama para a Fama ("Torremolinos 73") - Quase pornochanchada, mas muito bem feita, que conta a história de um casal de classe C que conquista fama e dinheiro após começar a trabalhar em vídeos pornôs "educativos", destinados ao mercado escandinavo. O desfecho é comovente e surpreendente.

De Tanto Bater meu Coração Parou ("De Battre Mon Couer S'Est Arrêté!) - Mais uma grande atuação de Romain Duris (o mesmo do recente "Exílios"), que encarna o papel de um músico brilhante que trocou o caminho artístico pelo de leão de chácara do próprio pai. Uma bela história humana, contada de forma simples. Daí sua grande qualidade. Para quem gosta de música (especialmente, piano) vale ainda mais a pena. Ou o ingresso.

Doutores da Alegria - A diretora Mara Mourão admite que tinha tanto material e tantas personagens reais e histórias fantásticas para filmar, que só teve o trabalho de capturá-las e depois editá-las. Os Doutores já atenderam a mais de 300 mil crianças doentes no Brasil, muitas em fase terminal. E com o único objetivo de fazê-las rir. O filme não leva apenas riso ao público, mas também lágrimas. Um dos melhores documentários do ano, ovacionado com justiça em Gramado (RS).

A Luta Pela Esperança - ("Cinderella Man") - Logo que o filme começa, um narrador avisa: "Não existe na história do boxe uma história mais interessante do que a de Jim Braddock". Mesmo se você não for expert nesse esporte, pode acreditar nele. Braddock foi uma lenda e marcou seu tempo e toda uma geração, em plena Grande Depressão nos EUA
--graças à sua força de vontade, imenso caráter e o imenso amor que tinha por sua família. Mesmo sendo um filme um tanto longo demais (144 minutos), acaba sendo um tempo maravilhosamente gasto pelo público. Também pela atuação primorosa de Russel Crowe --sério candidato ao Oscar em 2006. Este filme deve ser catalogado no "setor de grandes heróis americanos", entre os que atingiram a superação no esporte, incluindo aí o lendário cavalinho Seabiscuit --que, por sinal, foi contemporâneo de Braddock.

Hotel Ruanda (idem) - Não foi apenas a ONU e os EUA, em especial, que fecharam os olhos para massacre-genocídio que ensangüentou Ruanda em meados dos anos 90. Em pouco mais de oito meses, 800 mil tutsis foram assassinados a sangue frio, com facões e machadinhas. Mulheres, crianças, idosos... ninguém foi poupado da sanha dos homicidas. O número de sobreviventes mutilados é até hoje incalculável. Pior é saber que essa "megachacina" não só foi feita com o estímulo de um governo cego e corrupto à época, como ainda teve a aquiescência (ou, quiçá, completa ignorância) da comunidade internacional. A verdade é que "Hotel Ruanda" nem mostra tantas cenas de chacinas. A violência é implícita e está nos olhos do elenco. Seu caminho segue a ótica de alguém que, no meio dessa barbárie, optou em salvar o maior número de vidas que pudesse. Nosso herói é uma espécie de Oscar Schindler africano. Um filme lindo, doloroso e inevitável.

Alila (idem) - Para quem o conhece, até de olhos fechados você sente que é um filme do mestre Amos Gitai que, desta vez, decide mostrar na tela o cotidiano contemporâneo de israelenses e árabes-israelenses, envolvidos também problemas comezinhos. Tem um pouco de humor negro, um pouco de sensualidade e muita, muita reflexão. Como todo filme de Gitai, parece que se "arrasta". Mas a palavra correta é "aprofunda". E é exatamente essa a marca registrada desse grande cineasta.

2 Filhos de Francisco - Já se falou quase tudo pró e contra este filme nacional, que não pára de bater recordes de bilheteria. Grosso modo, seu segredo é justamente o conteúdo. Por trás da dupla de sucesso que já vendeu mais de 10 milhões de CDs está uma história de sofrimento, luta e, obviamente, superação. O fato é que o elenco foi escolhido de forma abençoada e a química é tão grande que, em muitos momentos, o espectador realmente confunde a ficção e a realidade. Ou nesse caso será tudo a mesma coisa?

Casa Vazia ("Bij Jip") - Linda metáfora sobre a solidão e a falta de perspectivas dos jovens sul-coreanos --tanto de quem não tem onde viver, como de quem vive num lugar opressivo. Um filme poético, doce e de ritmo lento, e quase sem diálogos. O desfecho é encantador e surreal. Uma grande obra do cinema oriental.

O Virgem de 40 Anos ("The 40 Year Old Virgin") - Pelo título, muita gente entra na sala com um pé atrás. "Lá vem abobrinha", devem pensar. Nada disso. Assim que o filme começa você percebe que a comédia tem ótimo roteiro, um bom texto e um excelente elenco, a começar pelo convincente protagonista Steve Carell e o coadjuvante Paul Rudd (o famoso "Mike" da Phoebe em "Friends"). O único "senão" ao filme é que ele é um pouco longo demais para o que tem a dizer. Fique firme, porque vale a pena. O final da trama, à la "Hair", é apoteótico e de rolar de rir.

Quatro Amigas e um Jeans Viajante ("The Sisterhood of The Travelling Pants") - Outra comediazinha surpreendentemente agradável, com muito conteúdo e absolutamente distante dos chavões tradicionais do mundo adolescente. Aqui é feita uma abordagem correta e não caricata do mundo teen. Uma grata surpresa, e uma trilha sonora sensacional.

Vida de Menina - Antes de mais nada, o título do filme reflete exatamente seu conteúdo. É a história de uma criança que será contada por ela própria. Tanta simplicidade tem seus méritos, ainda mais quando há um roteiro "redondo", um elenco de primeira e uma fotografia e iluminação impecáveis. Precisamos tirar o chapéu para a excelente atuação de Ludmila Dayer que encarna como uma atriz veterana o espírito da inglesinha cujo pai veio à Minas em busca de diamantes, mas só encontrou desesperança e cascalho.

A Feiticeira ("Bewitched") - Mesmo se você não quiser comparar este longa com o histórico seriado que encantou o mundo na TV, ainda assim ele deve ser classificado de ruim. Aliás, muito ruim. Se já é difícil suportar as piadinhas e trejeitos de Will Ferrell em "Saturday Night Live", imagine ter de agüentá-lo berrando e fazendo micagens durante 90 minutos? Some-se a isso uma Nicole Kidman espantosamente sem graça, quase "standard". Decepcionante.

A Menina Santa - ("La Niña Santa") - Há um evidente exagero nas inúmeras estrelinhas que alguns críticos dão a este filme. Não é tuuuudo isso, não. Voltamos ao tema do abuso, mas desta vez uma espécie de abuso inverso --quando o menor de idade assedia um adulto, com conseqüências desastrosas para o segundo. O final é extremamente insosso. Muita pretensão e pouco conteúdo.

A Sogra ("Monster-in-Law") - A palavra-chave do filme é Jane Fonda, e só por causa dela o seu ingresso já estará pago. Vá lá, Jennifer Lopez não compromete, mas a trama tem suas doses além da conta de pastelão. Mesmo assim, desce bem com pipoca e guaraná.

Sal de Prata - Um drama insosso, mais um filme que conta como se faz um filme, desta vez ancorado numa Maria Fernanda Cândido inodora e insípida. Quem se apodera da atenção do espectador é a coadjuvante Camila Pitanga, no papel da jovem atriz que almeja o estrelato. Tirando isso, zzzzzzzzz... ZZZZZ... Z.... zzz...

Quatro Irmãos ("Four Brothers") - Grosso modo, é um bang-bang contemporâneo. A história dos quatro irmãos adotados que se unem para vingar a morte da mãezinha querida, assassinada de forma fria por... por quem? Se a gente contar, perde a graça. É também um pastelão em alguns momentos, só que em vez de tortas, há balas. Em vez de creme, sangue.

Os Gatões - Uma Nova Balada ("The Dukes of Hazzard") - Bem, se você quer um filme "cabeça", deve ficar longe disso. Mas se sua intenção é só se divertir e dar um punhado de risadas, pode assistir. Mas é bom avisar: o único bônus desse filme é a espetacular silhueta (o tempo todo de shortinho) de Jessica Simpson. E olhe lá. Não digam que eu não avisei.

Penetras Bom de Bico ("Wedding Crashers") - Todas as ressalvas feitas acima valem para este filme também: trata-se de uma comediazinha tosca, de segunda, mas que tem lá seus bons momentos com Vince Vaughan, além do sempre carismático "vilão" Christopher Walken. O final é bem bobo.

A Ilha ("The Island") - Uma ficcão "bobajada" científica sem tamanho. Não bastasse isso, ainda tem 136 minutos de duração. Poupe seu dinheiro e, principalmente, seu cérebro. Nem Scarlett Johansson agrada.

Leia mais
  • "O Coronel e o Lobisomem" aposta em humor no jeito de falar
  • Filme "Os Irmãos Grimm" faz leitura sombria de contos

    Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre outros filmes
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página