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16/10/2005 - 03h00

"Belíssima", próxima novela das 21h da Globo, vai opor belos a feios

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DANIEL CASTRO
Colunista da Folha de S. Paulo

Próxima atração das 21h da Globo, "Belíssima" é a novela das novelas de Sílvio de Abreu, 62, que retorna ao horário nobre depois de quase sete anos. Terá todos os gêneros que deram certo na carreira do autor de "Guerra dos Sexos" (1983) e "A Próxima Vítima" (1995): comédia, drama e policial. E se passará em São Paulo, como todas as suas outras 12 tramas.

Drama e comédia, segundo Abreu, geram emoção, cativam as massas (classes C, D e E) que ajudam a obter os recordes de audiência exigidos pela Globo. Racionais, histórias policiais intrigam telespectadores mais sofisticados, das classes A e B, geram repercussão, fazem a novela ser falada e satisfazem o ego do autor.

"Talvez 'Belíssima' seja a minha novela mais amadurecida, na qual eu vou tentar equalizar melhor razão e emoção. Acho que o grande desafio dos profissionais da televisão é atingir as classes D e E sem baixar o nível do trabalho", diz.

O tripé de "Belíssima" será uma trama dramática que opõe as personagens de Fernanda Montenegro (a vilã "meio louca" Bia Falcão) e Glória Pires (a heroína Júlia), um núcleo cômico típico (de classe média baixa) e uma ação policial que começa na Grécia, com o assassinato do irmão da mocinha (Pedro/Henri Castelli).

"Belíssima", que estréia em 7 de novembro, será um "novelão", jargão televisivo para novela clássica. Terá ricos e pobres e será algo sofisticada. O pano de fundo será a indústria da moda paulistana. Seus personagens desfilarão por edifícios envidraçados, restaurantes caros e boates badaladas. Na trilha sonora, muita MPB de qualidade (a abertura deverá ser assinada por Chico Buarque).

Como "novelão", não pretende defender uma tese nem levantar muitas bandeiras sociais, mas, por ser contemporânea, irá discutir a ditadura da beleza.

Na trama, a avó Bia Falcão irá cobrar de Júlia que a neta não herdara quase nada da beleza de sua mãe, a mítica Belíssima, que fora modelo de sucesso nos anos 60. Bia passará a novela culpando Júlia pela morte prematura de sua filha, num acidente de avião.

A oposição entre o belo e não-belo será o mote de outras tramas, como a de duas irmãs do núcleo pobre, filhas da cômica Cláudia Raia (Safira), que sonham ser modelos. "A beleza está em todas as histórias. Vou mostrar que é uma mercadoria", diz Abreu.

"Belíssima" também será marcada por relacionamentos intersociais. A executiva Júlia encontrará seu "mito de beleza" em um operário, André (Marcello Antony). E seu irmão, Pedro, se casará com uma menina de rua, Vitória (Claudia Abreu), com quem irá morar na Grécia --locação dos 20 primeiros capítulos da novela. Na Grécia se desenrolará o "merchandising social" de "Belíssima", o tráfico de mulheres.

É na Grécia que surge Tony Ramos (o grego Nikos). Ele é uma ponta das intricadas relações entre personagens da novela. Nikos é pai de Cemil (Leopoldo Pacheco), que é filho da grega Katina (Irene Ravache), casada com o turco Murat (Lima Duarte), pai de Safira (que, numa síntese de São Paulo, já se casou com um italiano, um judeu, um português e vive com um japonês). Nikos se envolverá com a heroína Júlia.

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