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14/11/2005 - 09h25

Iggy Pop faz dois shows no Brasil

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THIAGO NEY
da Folha de S.Paulo

Alguém já o chamou de "a mais exageradamente autodestrutiva criatura do showbusiness", mas de alguma forma Iggy Pop não apenas sobreviveu como ostenta físico invejável para seus 58 anos.

O epíteto tem sua razão. Iggy Pop foi o primeiro roqueiro (pelo menos o primeiro roqueiro conhecido) a fazer "stage diving" (pular do palco à platéia), em 1968, quando os Stooges abriram para Frank Zappa; nos shows, rolava em cima de cacos de vidro, abaixava as calças, chamava o público para a briga, lambuzava o corpo com pasta de amendoim...

Mais comedido, mas não menos domesticado, ele vem ao Brasil no final deste mês, quando os Stooges --os irmãos Ron (guitarra) e Scott Asheton (bateria) e Mike Watt (baixo; o baixista original, Dave Alexander, morreu em 1975)-- se apresentam dentro do festival Claro Que É Rock, em São Paulo e no Rio. É a segunda vez que ele vem ao país --a primeira foi em 1988, em carreira solo.

"O promotor do show de São Paulo [na época] era meio excêntrico, ele tinha um cachorro que era bem furioso... No Rio também foi legal. Um dia fui à praia às 7h e um cara roubou meus tênis! Mas até que foi engraçado...", disse o vocalista à Folha.

Iggy Pop e os Stooges desembarcam no Brasil após uma série de shows pela Europa. O grupo voltou a existir em 2003, após 29 anos. "A turnê está indo muito bem, um sucesso de público e crítica, o que é uma experiência nova para esta banda", cutuca.

A ironia é certeira. Os Stooges lançaram três álbuns que hoje são referências obrigatórias: "Stooges" (1969), "Fun House" (70) e "Raw Power" (73), este produzido por David Bowie, com canções como "I Wanna Be Your Dog", "No Fun", "Loose", "TV Eye"... Mas venderam poucos discos e levaram porrada da crítica.

"Sim, hoje me sinto um pouco vingado. Mas não vou apontar o dedo na cara de ninguém. É algo que desde o começo sempre esteve comigo. "Sei que sou bom, sei que estou certo." Quando a árvore começa a dar frutos, traz junto um monte de emoções, mas atualmente nos concentramos muito nos shows. A primeira reunião foi em 2003, no [festival norte-americano] Coachella. Hoje nós estamos melhores, e as críticas também." OK...

"Outra coisa: você não é bem pago apenas por ser bom, e não é bem pago apenas por ter resolvido seus problemas; você só é bem pago quando junta as duas coisas. E hoje temos as duas coisas. Antigamente éramos apenas bons."

O que nos leva à questão: por que demorou tanto tempo para a reunião? Seria para levantar (bons) trocados, coisa feita por outros como Sex Pistols, Doors...?

"Não posso responder pelos outros, mas para nós levou esse tempo porque eu não tinha confiança de que seria tão bom quanto está sendo. Foi um choque quando a banda se separou [em janeiro de 1974, após um show que acabou em confusão generalizada, com Iggy brigando com uma gangue de motoqueiros; o vocalista seguiria solo]. Minha música chegou a um ponto em que não sabia o que fazer. Aí chamei os caras novamente. Não foi nada planejado. Eles vieram para tocar em apenas uma música. Aí eu disse: "Que tal mais uma?". Depois: "Que tal quatro músicas?". Foi assim."

Os Stooges, deve-se admitir, nunca pôde ser comparado a nada. Apareceram em época de Beatles, de Doors, dos hippies. Estavam à parte daquilo; nada era parecido com eles. "Havia Cream, Sly Stone, Hendrix, Mamas & the Papas... Iniciamos um novo período. Muitos não gostavam, diziam que éramos "um Stones mais vagabundo" ou "um Doors mais vagabundo". Não entendiam."

Ao lado do MC5, os Stooges semearam o punk. "Nunca me considerei punk. Sabe, nós éramos uma banda durona."

Claro que é Rock - São Paulo (Chácara do Jockey - av. Francisco Morato, 5.100) no dia 26/11 e Rio de Janeiro (Cidade do Rock - av. Salvador Allente, s/nº) no dia 27/11. Ing.: R$ 120 em SP (há 5.000 ingressos disponíveis) e R$ 100 no Rio.

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