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02/12/2005 - 15h40

Loira é nova miss soropositiva na Rússia

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da France Presse, em Moscou

"Somos pessoas como as outras. Queremos continuar vivendo felizes", desabafou, emocionada, Svetlana Izambayeva, uma loura esbelta de 24 anos, após vencer com outras duas mulheres o primeiro concurso de beleza para portadoras do vírus da Aids na Rússia.

AP/Photo
A miss soropositiva Svetlana Izambayeva
A miss soropositiva Svetlana Izambayeva
Embargada de emoção, mas muito segura, Svetlana deu uma lição de coragem nesta quinta-feira, ao mostrar o rosto para as câmeras durante a breve premiação, que coincidiu com o Dia Mundial de Luta contra a Aids.

Svetlana foi a única das três a aceitar aparecer em público, e aproveitou a ocasião para explicar as dificuldades e medos das pessoas que têm a doença. "Foi muito difícil para mim revelar minha condição, porque continua havendo o problema da discriminação na Rússia", disse, argumentando que teme "ser rejeitada" pela sociedade.

"Minha família e meus amigos sabem de minha decisão. Acho que ficarão orgulhosos", comentou Svetlana.

Trinta russas de 18 a 40 anos participaram do concurso, organizado pela revista para soropositivos "Chagui". As vencedoras foram escolhidas pela redação e pelos leitores de páginas especializadas na internet em que as fotos de algumas candidatas foram publicadas.

Os prêmios foram modestos: um tocador de MP3 para Svetlana e telefones celulares para as outras duas vencedoras. "Com esse concurso, quisemos acabar com os estereótipos e preconceitos envolvendo os soropositivos em nossa sociedade", explicou Nina Skibnevskaya, jornalista da "Chagui".

Nascida em um povoado da pequena república russa da Chuvasia, Svetlana está concluindo os estudos de economia e trabalha como cabeleireira. Mas o caminho que percorreu nos últimos três anos, desde que soube que era portadora do vírus da Aids, não foi fácil. "Custei a aceitar. Queria abandonar tudo: estudos, trabalho... Passava horas na cama, aguardando a morte chegar", conta.

Quando comunicou em seu trabalho que era soropositiva, clientes telefonavam para ela assustados, perguntando se a doença podia ser transmitida pelo contato com o cabelo. Outros, cochichavam em volta e aconselhavam as pessoas a não freqüentar seu salão.

"Na universidade, os professores me negavam um copo d'água", lembra a jovem, com amargura. Foi justamente para lutar contra a discriminação que Svetlana decidiu revelar sua doença a todo o país. "Muitos têm medo de fazê-lo. Mas deve-se dar a cara, fazer-se ouvir, para mudar as coisas", afirmou.

A Rússia tem 341 mil portadores do vírus da Aids, segundo cifras oficiais, mas especialistas independentes falam em até um milhão e meio de pessoas.

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