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02/02/2006 - 20h58

Sérgio Rizzo aposta em Reese e Hoffman no Oscar

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da Folha Online

O jornalista Sérgio Rizzo, 40, crítico de cinema do Guia da Folha, apostou nesta quinta-feira, durante bate-papo sobre o Oscar feito pela Folha Online, sobre quem levará as estatuetas do Oscar de melhor ator e atriz. As apostas foram para Philip Seymour Hoffman, por sua atuação em "Capote", e Reese Witherspoon, protagonista de "Johnny e June". Segundo o UOL, participaram da conversa 390 internautas.

"O prêmio de melhor ator deve ser de Philip Seymour Hoffman, sujeito talentoso que encarnou de forma antológica o escritor Truman Capote, incorporando trejeitos, tom de voz etc. Azar de Joaquin Phoenix [de 'Johnny e June'], que em outra circunstância talvez fosse o vencedor, e de Heath Ledger, muito bem em "Brokeback'", opinou Rizzo.

Sobre a disputa feminina, o jornalista diz que o páreo está equilibrado entre Reese e Felicity Huffman, de "Transamerica". "Neste momento, a balança parece pender para o lado de Reese, mais ou menos como pendeu para Gwyneth Paltrow, anos atrás --e contra Fernanda Montenegro, lembra-se?--, por 'Shakespeare Apaixonado". Atriz jovem se tornando estrela, em papel cativante etc.", explica.

Os internautas também perguntaram sobre o fato do filme de Ang Lee "O Segredo de Brokeback Mountain" ser o líder de indicações (oito). O longa, que entra na disputa como favorito, conta a história de amor entre dois caubóis nos anos 60.

"Gostei do filme. Você precisa sempre fazer ponderações quando filmes assim, em temporada de Oscar, ganham tamanha repercussão. Ninguém reinventou a roda. O detalhe é que o filme só é polêmico para pessoas preconceituosas; não há nada de extraordinário nele, já que homens apaixonados não constituem algo extraordinário", disse ele.

Questionado sobre as surpresas da principal festa do cinema, Rizzo afirmou que este "foi um ano sem grandes surpresas". "Já no final de dezembro a imprensa americana especulava sobre essas indicações. Neste ano, a safra me parece acima da média, com quatro filmes adultos de primeira linha e uma superprodução empenhada em discutir tema político atual ("Munique") na principal categoria. "Match Point" ("Ponto Final" é um título bobo) e "A Lula e a Baleia" talvez merecessem mais, mas a concorrência era pesada."

Brasil

Com a expectativa gerada por conta do filme "2 Filhos de Francisco", que fez sucesso estrondoso por aqui, muitos internautas quiseram saber o motivo da resposta negativa. Foram indicados a melhor filme estrangeiro "La Bestia nel Cuore" (Itália), "Joyeux Noël" (França), "Paradise Now" (Palestina), "Sophie Scholl" (Alemanha) e "Tsotsi" (África do Sul).

"A categoria de filme em língua não-inglesa é sempre uma caixa preta. Ainda assim, não se considerava que "2 Filhos" tivesse muitas chances perto da concorrência. Não me parece que devamos encarar isso como surpresa ou como "derrota". Oscar não é Copa do Mundo", afirmou ele.

Rizzo, porém, discutiu o fato dessa ansiedade por uma indicação ao Oscar, e ressaltou que isso não é necessário para provar nossa competência na telona.

"O que falta ao cinema brasileiro para marcar uma presença mais firme na premiação", perguntou um internauta. "Em primeiro lugar não vejo por que o cinema brasileiro precise marcar 'presença mais firme' na premiação. Essa festa é do cinema industrial americano; sempre faremos o papel de bobo. E preciso que haja uma conjunção de fatores. Quase deu certo com Central do Brasil", respondeu o jornalista.

Rizzo explicou ainda que tudo vai muito além de agradar ao padrão americano. "As coisas não se apresentam dessa maneira. Não foi o 'cinema brasileiro' que concorreu a uma vaga, foi apenas um filme brasileiro. Neste ano, com o perfil que você conhece, o de '2 Filhos'. Dois ou três anos atrás, com o perfil de 'Cidade de Deus', e também não rolou (só no ano seguinte, com o lançamento americano, é que ele obteve quatro indicações). O ano em que o Oscar esteve mais perto foi sem dúvida o de 'Central do Brasil', mas aí havia 'A Vida é Bela' no meio do caminho."

Rizzo falou ainda sobre Fernando Meirelles, diretor brasileiro cujo filme "O Jardineiro Fiel" recebeu quatro indicações, mas não a de diretor.

"Fernando Meirelles me parece o maior responsável pelo prestígio de 'O Jardineiro Fiel'. O roteiro, por exemplo, embora indicado ao Oscar, tem problemas sérios (dá para acreditar que um diplomata britânico seja sonso como o personagem de Ralph Fiennes? Apenas se você também acreditar em Papai Noel). É incrível o prestígio que Fernando adquiriu nos EUA com Cidade de Deus. Merecido, claro".

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