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09/02/2006 - 10h17

"Acho um elogio ser coadjuvante", diz Carlos Santana

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MÁRVIO DOS ANJOS
da Folha de S.Paulo

Aos 68 anos, Carlos Santana vive a prorrogação de um dos melhores picos da sua carreira. Celebrado em Woodstock e eternizado nos anos 70, o homem que apresentou a latinidade ao rock chega ao Brasil em março para três shows grato por sua fase de "ótimo coadjuvante" do pop.

"Recebo isso como um elogio, já que eu sempre gostei de deixar a minha guitarra a serviço da canção e do artista", afirma o artista mexicano à Folha, por telefone, dizendo-se grato por "continuar tocando os corações das pessoas" a esta altura de sua carreira.

A turnê no Brasil passará por grandes espaços. No dia 15 de março, será o Gigantinho de Porto Alegre; em 17, no estacionamento do Anhembi, em São Paulo; e no dia 18, a Praça da Apoteose no Rio. Os ingressos começam a ser vendidos hoje pelo site www.ticketmaster.com.br e variam de R$ 60 a R$ 500.

Como poucos, Santana soube entender as regras do mercado da música. Assim, explorou a mística que havia em volta de seu som sensual e selvagem nos anos 70, como em "Abraxas" (1970), para ressurgir como uma enorme potência comercial, garantido sua ressurreição para as massas e renovando seu público.

"Houve muitas bênçãos desde "Supernatural" (2000). Meu show acabou se tornando uma celebração para toda a família", diz, com indisfarçável satisfação e um leve sotaque latino em seu inglês.

Naquela época, Santana despontou no topo das paradas com "Smooth", ao lado do vocalista Rob Thomas, do efêmero Matchbox 20, de quem você já não deve se lembrar mais.

Testada com sucesso em "Supernatural", que vendeu 23 milhões de cópias, a fórmula de canções com balanço latino interpretadas por astros do pop --que estejam bem nas paradas-- rendeu continuações de relativo êxito: "Shaman" e "All That I Am", do ano passado.

A lista de convidados só aumentou: Dido, Alex Band (vocal do Calling), Seal, Big Boi (Outkast), Joss Stone, will.i.am (Blacked Eyed Peas), Mary J. Blige e Steven Tyler, entre muitos outros de qualidade duvidosa ou não.

Santana não vê problema nenhum nesse foco mais comercial de sua carreira. "Fiz música instrumental de 1973 até 1997 porque quis. Mas, desde 1999, descobri que gosto de tocar com outras pessoas. O problema dos críticos é que eles têm um padrão pessoal de como o artista deve ser. E eu não estou aqui para servir aos críticos, e sim à música", afirma, sem nenhuma nostalgia.

O método de escolha dos convidados, segundo ele, depende do processo de composição. "Escrevo as canções primeiro, e é a canção quem vai dizer se vamos fazer com Plácido Domingo, Andrea Bocelli ou Milton Nascimento", diz ele, que foi acompanhado no Brasil por Gilberto Gil e Djavan no Rock in Rio 2, em 1990. Esta será a terceira vez que o mexicano se apresenta no país.

Santana deixa no ar que seu palco estará livre para receber convidados nacionais, mas nada que esteja pré-confirmado.

Ao saber que Gil é o atual ministro da Cultura, Santana se surpreende. "Mesmo? Que ótimo! Fico feliz que uma pessoa de tanta beleza e luz tenha chegado a um cargo como esse", afirma.

O guitarrista, porém, declara que jamais seguiria o mesmo caminho. "Política para mim é muito corrupta e nela há muitas pessoas de quem não gostaria de apertar as mãos."

Dos anos 70, Santana trará, além de grandes obras guitarreiras como "Soul Sacrifice" e "Black Magic Woman", a mesma vontade de difundir um bom clima na sua platéia.

"O mundo se tornou um lugar de muita raiva e desespero. Acredito que, com a música, podemos levar um pouco mais de paz, compaixão e inspiração às pessoas."

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