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15/02/2006 - 12h08

Vaticano celebra 500º aniversário dos seus museus

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MARIBEL IZCUE
da Efe, na Cidade do Vaticano

A Santa Sé celebra este ano o 500º aniversário dos Museus Vaticanos, fundados em 1506, a partir de uma reduzida coleção de esculturas do papa Julio 2º, e que hoje são berço de preciosidades da arte.

Cinco séculos depois, os museus, que ocupam boa parte das 1.400 salas dos Palácios Vaticanos, abrigam a maior coleção de arte antiga do mundo e transformaram-se num ponto turístico obrigatório para todos os visitantes de Roma.

Os especialistas concordam que a origem dos museus teve uma data específica: 14 de janeiro de 1506, quando foi descoberta a escultura de mármore de Laoconte e seus filhos, que permaneceu durante séculos vários metros abaixo da terra nas termas romanas do imperador Tito.

Grande amante da arte, o papa Júlio 2º teve conhecimento da descoberta e consultou Michelangelo, seu pupilo no mundo da arte, e o arquiteto Giuliano da Sangallo, que atestaram o enorme valor histórico da obra e recomendaram ao Pontífice que a adquirisse.

Um mês depois, a célebre escultura, que representa a morte do sacerdote troiano Laoconte e de seus filhos, ficou exposta no chamado Pátio das Estátuas do Vaticano, hoje conhecido como Pátio Octógono.

Nos anos seguintes, outras obras-primas clássicas, como o Apolo de Belvedere (século 4 a.C.) e a figura de Hércules lutando com Anteo, se uniram ao Laoconte, todas por iniciativa do papa Júlio 2º.

"A cultura se transformou num veículo de comunicação entre o Pontificado e o mundo laico, e Pátio das Estátuas, no lugar de encontro preferido do Estado Pontifício com as outras nações", explicou o o diretor dos Museus Vaticanos, Francesco Buranelli.

Em entrevista coletiva para apresentar as celebrações do 500º "aniversário" dos Museus, Buranelli lembrou o importante papel de outros Pontífices posteriores a Júlio 2º, como Leão 10º e Paulo 3º,
que também ampliaram a coleção e ajudaram a transformá-la numa das mais valiosas do mundo.

No entanto, nem tudo foi um caminho de rosas na história dos Museus Vaticanos, que tiveram que enfrentar a resistência de Pontífices como Adriano 6º (1522-1523), que decretou o fechamento do Pátio das Estátuas por considerar estas meras "imagens antigas".

Reabertos por Clemente 7º (1523-1534), em 1527, os museus sofreram um novo golpe durante o saque de Roma pelas tropas do Exército Imperial de Carlos 5º que invadiram os palácios pontifícios e roubaram parte da coleção.

Contudo, nos séculos seguintes, os Museus Vaticanos se consolidaram como um dos principais centros artísticos da Itália, com uma enorme coleção que só no ano passado foi visitada por 3,8 milhões de pessoas, a um ritmo de 35 entradas por minuto, explicou hoje Buranelli.

Os eventos comemorativos do quinto centenário começarão na sexta-feira, com uma missa de graças na Capela Sistina, sob a abóbada na qual figuram algumas das mais belas imagens da história da arte, criadas por Michelangelo a pedido de Júlio 2º.

Em 16 de março, será aberta ao público a ampliação do Museu Cristão (dentro do complexo dos Museus Vaticanos), fundado em 1756 por Benedito 14º, ao passo que, em 27 de abril, será apresentada a restauração dos murais de Pinturicchio no Palácio Apostólico.

Já em 20 de junho, será a vez do Museu Missionário Etnológico, que reúne mais de 80 mil peças sobre culturas e práticas religiosas de diferentes países e que estreará novas seções dedicadas a China, Japão, Coréia, Tibet e Mongólia.

Em setembro, selos comemorativos serão lançados com a figura de Laoconte, ao passo que, em 12 de outubro, serão abertas as portas da necrópole romana, descoberta em 2003 no interior dos Muros Vaticanos e que conta com cerca de 30 edifícios sepulcrais muito bem conservados.

As celebrações se encerrarão com a exposição "Laoconte: nas origens dos Museus Vaticanos", que será inaugurada em 16 de novembro, sucedida por um congresso, em dezembro, no qual dirigentes das principais galerias do mundo analisarão a identidade, o papel e as perspectivas dos museus na sociedade atual.

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