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20/06/2009 - 08h44

Projeto de editora global lusófona está em xeque

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MARCOS STRECKER
da Folha de S.Paulo

Desde o ano passado o mercado editorial brasileiro está agitado com o desembarque de um ambicioso grupo editorial lusitano. Ninguém comenta oficialmente, mas editoras-chave como Record, Companhia das Letras e Sextante já entraram na mira do grupo português Leya. Todas as tentativas de aquisição, no entanto, naufragaram.

Agora, as negociações estão concentradas na compra de uma participação na editora Nova Fronteira, que pertence à Ediouro. Mas a operação ainda não foi concluída, segundo Luiz Fernando Pedroso, diretor-superintendente do grupo Ediouro. A rigor, o negócio pode nem se concretizar.

Entrar no mercado brasileiro é estratégico para a holding Leya, criada em janeiro de 2008. Antes disso o empresário português Miguel Paes do Amaral, maior acionista do grupo, já vinha adquirindo de forma acelerada editoras em Portugal --inclusive as tradicionais Dom Quixote (que publica a obra de António Lobo Antunes) e Caminho (casa de José Saramago). Na época, Lobo Antunes protestou e ameaçou boicotar a editora sob nova direção. Havia especulações de que as compras visariam apenas uma valorização para revenda futura.

As aquisições continuaram desde então. A holding atualmente já domina o mercado lusitano e reúne 17 casas. As compras incluíram editoras em Angola e Moçambique.

No Brasil, a história é diferente. Ainda que a Leya tenha feito ofertas generosas, nada se concretizou. Na mais rumorosa troca de editora de um escritor nacional dos últimos anos --a de Rubem Fonseca--, a Leya teria oferecido R$ 1,5 milhão pelo passe do autor de "Feliz Ano Novo", entre luvas e adiantamento --sem sucesso.

Fontes do mercado agora apontam que o próprio grupo Leya estaria à venda na Europa. "A informação é falsa", disse à Folha Isaías Gomes Teixeira, administrador-executivo do grupo. Além de negar a venda do grupo categoricamente, ele diz que não comenta as operações da Leya no Brasil.

Estar à venda ou mudar de controle acionário não significa que o empreendimento que atingiria um mercado de "200 milhões a falar português" (declarações feitas no lançamento do grupo) não tenha futuro. Mas as dificuldades no Brasil, assim como a crise financeira que eclodiu em setembro passado, indicam que a estratégia de crescimento acelerado visando a atração de capitais em bolsa pode estar passando por uma reavaliação.

Parte das dúvidas sobre o grupo tem a ver com a recusa dos responsáveis pela holding em apresentar seus planos no Brasil. Paes do Amaral é um empresário agressivo em Portugal. Sua notoriedade cresceu com a administração bem-sucedida da emissora lusitana TVI, depois revendida.

O empresário teria feito carreira no mercado financeiro e trabalhado no banco Goldman Sachs, em Nova York. Seus hobbies incluem automobilismo, caça e esqui.

 

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