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03/03/2006 - 17h10

Além do glamour, Oscar tem espaço para o melodrama

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MARC LAVINE
da France Presse, em Hollywood

Crises de choro descontroladas, prêmios recusados e posições políticas incômodas. A festa do Oscar sempre teve sua cota de melodrama e a 78ª edição do evento, neste domingo, não será exceção, ainda mais com tantos filmes de forte tom social.

Afinal, são os momentos de emoção e os imprevistos que fazem da cerimônia um evento atraente, destaca Tom O'Neil, colunista do site especializado no Oscar "theenvelope.com". "Os Oscar recompensam momentos de destaque (no cinema), portanto é natural que de alguma forma produzam eles mesmos momentos espetaculares", disse.

Reprodução
Até hoje se faz referência ao homem nu que subiu ao palco em 1973. O ator britânico David Niven estava prestes a apresentar o prêmio de melhor filme, ao lado de Elizabeth Taylor, quando um homem completamente nu correu pelo palco, fazendo o sinal da paz.

Dois anos depois, quando Marlon Brando recebeu o Oscar de melhor ator por "O Poderoso Chefão", uma mulher que se identificou como Sacheen Littlefeather subiu ao palco para rejeitar o prêmio em nome do ator, como protesto contra Hollywood pelo tratamento que dava aos índios da América do Norte.

Em 2003, o documentarista Michael Moore, homenageado por seu manifesto antibélico "Tiros em Columbine", escandalizou os Estados Unidos ao afirmar que se sentia "envergonhado" com o presidente americano, George W. Bush, três dias depois do início da guerra no Iraque.

Na mesma cerimônia, o ator Adrien Brody relaxou o ambiente e o público, roubando um beijo apaixonado da atriz Halle Berry, após receber sua estatueta.

Os organizadores da cerimônia sempre estão atentos para garantir um espetáculo divertido de qualidade, acompanhado por cerca de um bilhão de telespectadores, e além disso respeitar a sensibilidade de um Estados Unidos conservador.

"Ninguém quer ver um incidente como o do seio (nu) de Janet Jackson", resumiu Robert Thompson, professor de cultura popular na Universidade de Syracuse (Nova York, leste), em alusão ao comentado acontecimento ocorrido em 2004 durante show no intervalo da final do "Superbowl", o evento de futebol mais popular do país.

A partir do escândalo causado, que custou uma multa de US$ 550 mil à rede CBS, o Oscar, assim como outros eventos de massa, é transmitido com um pequeno "delay" (atraso). No entanto, este ano os produtores da grande festa do cinema temem que os ganhadores das estatuetas aproveitem os agradecimentos para fazer críticas políticas.

Não é para menos. A lista de indicados é composta por filmes que tratam de temas espinhosos como homossexualismo, terrorismo, conflitos raciais, dupla moral e liberdade de expressão, sem deixar de lado o polêmico conflito israelense-palestino em uma indústria dominada por altos executivos judeus.

O liberal George Clooney também poderia dar alfinetadas no presidente republicano George W. Bush se ganhar um dos três prêmios que disputa: melhor diretor e roteiro por "Boa Noite e Boa Sorte" e melhor ator coadjuvante por "Syriana - A Indústria do Petróleo", thriller sobre a política petroleira internacional.

"Acho que há uma preocupação se Clooney for premiado" quanto ao discurso que poderia preparar, disse Thompson.

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