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19/05/2006 - 17h03

Prefeito de Moscou proíbe parada gay

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da Ansa, em Moscou

O poderoso prefeito de Moscou, Iuri Luzhkov, vetou oficialmente ontem a proposta de ativistas homossexuais da metrópole de organização de um desfile, no dia 27 de maio, em nome da tradição que já ocorre todos os anos nas grandes capitais européias, como Berlim, Paris e Roma. O ato demonstra que, 15 anos após a queda de União Soviética, a Rússia continua um país profundamente homofóbico.

A proibição foi justificada oficialmente pela "impossibilidade de bloquear o tráfego de automóveis ao longo do trajeto proposto".

Um representante da prefeitura, Nikolai Kulikov, explicou que a negativa também surgiu da necessidade de "proteger os homossexuais" de ataques raivosos por parte de nacionalistas, skinheads e ortodoxos fundamentalistas.

Os militantes da "União dos Cidadãos Ortodoxos" e da "União Pan-Nacional Russa" já anunciaram há algum tempo que estão prontos a auxiliarem as forças de ordem se "os perversos", como definiram os homossexuais, ousarem realizar a manifestação.

Mas os homossexuais, que na época da URSS podiam ser condenados a cinco anos prisão de pelo seu "crime", enquanto lésbicas eram enclausuradas em manicômios, reagiram à decisão da prefeitura e entraram hoje com uma ação legal contra a proibição, além de terem denunciado o prefeito Luzhkov por abuso do cargo.

"O município violou a lei porque não propôs um percurso alternativo", afirmou Nikolai Alekseiev, principal organizador da manifestação gay.

Alekseiev lançou um apelo ao presidente Vladimir Putin para que "como responsável pela constituição, remova do cargo o ditador Luzhkov".

Mas o prefeito moscovita, que considera homossexuais "anormais", tem do seu lado a Igreja Ortodoxa russa, que é fortemente hostil a qualquer forma de "propaganda homossexual", o partido Rússia Unida, de maioria no Congresso, além da opinião pública.

Ontem à noite, entre os cidadãos que participaram de um debate sobre a questão em uma rede de televisão local, mais de 80% rejeitaram a idéia da Parada Gay em nome dos "valores nacionais".

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