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21/05/2006
-
11h37
DIÓGENES MUNIZ
da Folha Online
Com shows em mais de 110 pontos da cidade, a madrugada da 2ª Virada Cultural de São Paulo oscilou entre sucessos e fracassos, dependendo da região onde se estava. No centro da cidade, região que concentrou a maioria dos eventos gratuitos, milhares de pessoas saíram às ruas. Em regiões mais afastadas e com atrações ao ar livre, porém, o medo levou o público mais cedo para casa. O motivo: os recentes ataques do grupo PCC.
Pouco depois das das 3h30 deste domingo, em uma apresentação musical na Praça de Eventos em Guaianases (zona leste), apenas 30 pessoas estáticas prestigiavam o samba de Dario Ribeiro. "Nós ainda estamos muito assustados, só vim porque sou apaixonada pelos garotos da banda Atitude 4", diz a vendedora Priscila Tânia, 20.
Em Guaianases as apresentações tiveram até 4 mil pessoas circulando à meia-noite. Depois da meia-noite, porém, segundo verificou a Folha Online, começaram a voltar para suas casas. "Ainda temos medo por causa dos assassinatos do PCC, se eu não morasse perto do palco nem viria", completa Tânia.
No geral, a zona leste concentrou a agenda cultural para o período diurno. Além de Guaianases e Penha, os únicos endereços com eventos de madrugada foram locais fechados (Centro de Esporte e Lazer JK e Centro de Esporte e Lazer André Vital).
No extremo da zona sul, o público, mesmo pequeno, se frustou ao chegar ao Largo do Campo Limpo. Isso porque shows marcados para ocorrer à noite e de madrugada no local foram cancelados ou adiados para a manhã, mas não comunicados à população --a agenda consta, aliás, no site da Virada Cultural.
À Folha Online, a organização da Virada disse apenas que a suspensão foi uma decisão do subprefeito de Campo Limpo junto com a PM (Polícia Militar), por questões de "segurança". No Capão Redondo, localizado na mesma região, a programação ocorre apenas de dia.
Casa cheia
Por outro lado, praticamente no mesmo horário, faltou ingresso (de R$ 15) para quem foi ao Sesc Pompéia (zona oeste) para ver os pernambucanos do Mombojó. Requisitado e mesmo com o preço não tão popular, o espetáculo esgotou rapidamente os 800 lugares. Quem não conseguiu entrar ficou com a declamação de poesia que acontecia na parte externa do Sesc, feita por Marcos Damigo.
"O clima aqui está perfeito, as pessoas estão alegres", disse Damigo após dizer alguns versos inspirados no Augusto dos Anjos, no cronista Sylvio Floreal e em seu bisavô.
No centro, a animação do público também estava grande. "Estou em dúvida se vou naquela balada na rua 15 de Novembro ou se vejo esse remix do filme Pixote", disse o administrador Juliano Silva, 25. Vindo de Interlagos, Silva já havia assistido a uma peça gratuita minutos antes. Perguntado sobre até que horas ficaria na rua, brincou: "Vou virar, afinal, isso daqui chama virada, né?"
Segurança
A Polícia Militar e a Guarda Civil Municipal reforçaram o policiamento da Virada Cultural depois dos 299 ataques do crime organizado que decretaram um toque de recolher informal em São Paulo.
Segundo a PM, não houve ocorrências graves durante a Virada até agora. O único caso aconteceu por volta das 23h, na zona leste, quando um guarda da GCM foi agredido ao tentar proibir a venda de bebida alcoólica.
Programação
A 2ª Virada Cultural, que começou às 18h do sábado, prossegue até as 18h deste domingo em diversos pontos de São Paulo. Em 24 horas de atrações, são mais de 500 espetáculos pela cidade (confira dicas de programação para hoje).
A programação completa pode ser conferida no site www.viradacultural.com.br. Para facilitar a pesquisa, todos os eventos estão divididos por região (centro, norte, sul, leste, oeste) ou por linguagem artística (música, dança, teatro, circo, cinema, artes visuais e literatura). Também é possível fazer a busca pelo nome da instituição em que ocorre o espetáculo (são 106 endereços).
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da Folha Online
Com shows em mais de 110 pontos da cidade, a madrugada da 2ª Virada Cultural de São Paulo oscilou entre sucessos e fracassos, dependendo da região onde se estava. No centro da cidade, região que concentrou a maioria dos eventos gratuitos, milhares de pessoas saíram às ruas. Em regiões mais afastadas e com atrações ao ar livre, porém, o medo levou o público mais cedo para casa. O motivo: os recentes ataques do grupo PCC.
Pouco depois das das 3h30 deste domingo, em uma apresentação musical na Praça de Eventos em Guaianases (zona leste), apenas 30 pessoas estáticas prestigiavam o samba de Dario Ribeiro. "Nós ainda estamos muito assustados, só vim porque sou apaixonada pelos garotos da banda Atitude 4", diz a vendedora Priscila Tânia, 20.
Em Guaianases as apresentações tiveram até 4 mil pessoas circulando à meia-noite. Depois da meia-noite, porém, segundo verificou a Folha Online, começaram a voltar para suas casas. "Ainda temos medo por causa dos assassinatos do PCC, se eu não morasse perto do palco nem viria", completa Tânia.
No geral, a zona leste concentrou a agenda cultural para o período diurno. Além de Guaianases e Penha, os únicos endereços com eventos de madrugada foram locais fechados (Centro de Esporte e Lazer JK e Centro de Esporte e Lazer André Vital).
No extremo da zona sul, o público, mesmo pequeno, se frustou ao chegar ao Largo do Campo Limpo. Isso porque shows marcados para ocorrer à noite e de madrugada no local foram cancelados ou adiados para a manhã, mas não comunicados à população --a agenda consta, aliás, no site da Virada Cultural.
À Folha Online, a organização da Virada disse apenas que a suspensão foi uma decisão do subprefeito de Campo Limpo junto com a PM (Polícia Militar), por questões de "segurança". No Capão Redondo, localizado na mesma região, a programação ocorre apenas de dia.
Casa cheia
Por outro lado, praticamente no mesmo horário, faltou ingresso (de R$ 15) para quem foi ao Sesc Pompéia (zona oeste) para ver os pernambucanos do Mombojó. Requisitado e mesmo com o preço não tão popular, o espetáculo esgotou rapidamente os 800 lugares. Quem não conseguiu entrar ficou com a declamação de poesia que acontecia na parte externa do Sesc, feita por Marcos Damigo.
"O clima aqui está perfeito, as pessoas estão alegres", disse Damigo após dizer alguns versos inspirados no Augusto dos Anjos, no cronista Sylvio Floreal e em seu bisavô.
No centro, a animação do público também estava grande. "Estou em dúvida se vou naquela balada na rua 15 de Novembro ou se vejo esse remix do filme Pixote", disse o administrador Juliano Silva, 25. Vindo de Interlagos, Silva já havia assistido a uma peça gratuita minutos antes. Perguntado sobre até que horas ficaria na rua, brincou: "Vou virar, afinal, isso daqui chama virada, né?"
Segurança
A Polícia Militar e a Guarda Civil Municipal reforçaram o policiamento da Virada Cultural depois dos 299 ataques do crime organizado que decretaram um toque de recolher informal em São Paulo.
Segundo a PM, não houve ocorrências graves durante a Virada até agora. O único caso aconteceu por volta das 23h, na zona leste, quando um guarda da GCM foi agredido ao tentar proibir a venda de bebida alcoólica.
Programação
A 2ª Virada Cultural, que começou às 18h do sábado, prossegue até as 18h deste domingo em diversos pontos de São Paulo. Em 24 horas de atrações, são mais de 500 espetáculos pela cidade (confira dicas de programação para hoje).
A programação completa pode ser conferida no site www.viradacultural.com.br. Para facilitar a pesquisa, todos os eventos estão divididos por região (centro, norte, sul, leste, oeste) ou por linguagem artística (música, dança, teatro, circo, cinema, artes visuais e literatura). Também é possível fazer a busca pelo nome da instituição em que ocorre o espetáculo (são 106 endereços).
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