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07/07/2006
-
10h32
MARY PERSIA
da Folha Online
Ok, este já é o terceiro filme de bicho em um ano. "Madagascar" (Dreamworks) abriu os trabalhos em meados de 2005, e "Selvagem" (o "Madagascar" da Disney) deu continuidade à aposta de colocar animais no habitat humano, com muito concreto e pouco verde. E agora vem "Os Sem-Floresta", que estréia nesta sexta (7). Chato, mais do mesmo, não? Não.
A animação dirigida por Tim Johnson ("Formiguinhaz") e Karey Kirkpatrick (roteirista de "A Fuga das Galinhas") traz o humor que um público cativado por "Shrek", "O Espanta-Tubarões" e "Madagascar" espera. Em linhas gerais, o filme (Dreamworks em parceria com a Paramount) traz um roteiro simples (bom para as crianças), com personagens quase simples e boas sacadas (que garantem a cumplicidade com o público adulto).
Em quase uma hora e meia, o longa-metragem traz a história de uma turma de animais que acorda do período de hibernação e encontra sua floresta quase extinta, cercada por um condomínio. Com fome e sem estoque de comida, eles se deparam com o guaxinim RJ, que os ensina a roubar comida dos humanos. Apesar da postura de Robin Hood do guaxinim, suas intenções estão longe de beneficiar os necessitados.
Em meio à empolgação com os alimentos industrializados e a possibilidade de fartura, a trupe selvagem confia em RJ --com exceção da tradicionalista tartaruga macho Verne, que não consegue competir com o poder das batatinhas fritas e cookies da vida moderna humana. Preocupado com o bem-estar de seus amigos, especialmente com o carente e ingênuo esquilo Hammy, Verne reluta em aceitar a influência do estranho.
Com uma lição de moral bastante clara, a produção tem o mérito de trazê-la com muito humor, apostando em boas idéias que, não fossem bem costuradas, dariam num filme ruim. Quem ousaria fazer uma citação a "Cidadão Kane", clássico de Orson Welles, no mesmo filme em que o humor escatológico encontra na gambá Stella a personagem perfeita?
Ainda bem, para o público e para a Dreamworks --que detém a maior bilheteria mundial de uma animação, com "Shrek 2" (2004) e seus US$ 920 milhões acumulados-- que a costura saiu boa. O riso está praticamente garantido, especialmente para quem aceita rir de si mesmo. Pois, acima de tudo, "Os Sem-Floresta" mostra como o ser humano moderno é um animal estranho.
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da Folha Online
Ok, este já é o terceiro filme de bicho em um ano. "Madagascar" (Dreamworks) abriu os trabalhos em meados de 2005, e "Selvagem" (o "Madagascar" da Disney) deu continuidade à aposta de colocar animais no habitat humano, com muito concreto e pouco verde. E agora vem "Os Sem-Floresta", que estréia nesta sexta (7). Chato, mais do mesmo, não? Não.
Divulgação |
Animação estréia nesta sexta no Brasil; confira a galeria de imagens do longa-metragem |
Em quase uma hora e meia, o longa-metragem traz a história de uma turma de animais que acorda do período de hibernação e encontra sua floresta quase extinta, cercada por um condomínio. Com fome e sem estoque de comida, eles se deparam com o guaxinim RJ, que os ensina a roubar comida dos humanos. Apesar da postura de Robin Hood do guaxinim, suas intenções estão longe de beneficiar os necessitados.
Divulgação |
Humor e lição de moral se misturam no filme |
Com uma lição de moral bastante clara, a produção tem o mérito de trazê-la com muito humor, apostando em boas idéias que, não fossem bem costuradas, dariam num filme ruim. Quem ousaria fazer uma citação a "Cidadão Kane", clássico de Orson Welles, no mesmo filme em que o humor escatológico encontra na gambá Stella a personagem perfeita?
Ainda bem, para o público e para a Dreamworks --que detém a maior bilheteria mundial de uma animação, com "Shrek 2" (2004) e seus US$ 920 milhões acumulados-- que a costura saiu boa. O riso está praticamente garantido, especialmente para quem aceita rir de si mesmo. Pois, acima de tudo, "Os Sem-Floresta" mostra como o ser humano moderno é um animal estranho.
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