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27/12/2006 - 09h07

Paris comemora centenário do criador de Tintim

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ANA DANI
Colaboração para a Folha de S.Paulo, de Paris

Ele já havia rodado o mundo inteiro e até pisado na Lua, mas nunca havia entrado antes no Centro Georges Pompidou, em Paris. Desde o último dia 20 de dezembro, Tintim, o mais famoso repórter da história dos quadrinhos mundiais, é a principal atração da mostra Hergé, organizada pelo centro cultural parisiense e pela Fundação Hergé, na Bélgica.

A exposição faz parte de uma série de eventos que serão realizados em diversos países europeus para comemorar o centenário de nascimento de Georges Rémi (1907-1983), o famoso desenhista belga criador de Tintim, que ficou mundialmente conhecido pelo pseudônimo Hergé, uma declinação das iniciais invertidas de seu nome, RG.

A mostra em Paris, que é gratuita, traz cerca de 300 documentos, entre correspondências, publicações, desenhos e pranchas originais que mostram a evolução da obra e vida de Hergé, desde os primeiros desenhos publicados na imprensa belga nos anos 20, como o escoteiro Totor, que inspirou a criação de Tintim, passando pelo encontro com o artista Andy Warhol, nos anos 60, até os últimos croquis realizados na década de 70, como o álbum "Tintin et l'Alph-Art", interrompido em 1983 com a morte do autor.

"Não quis conceber a mostra como um especialista de Tintim, mas sim como um historiador da arte, que defende as histórias em quadrinhos como uma expressão artística importante", explica Laurent Le Bon, um dos curadores da exposição.

Entre as pérolas da exposição, estão 124 pranchas originais do álbum "O Lótus Azul", realizadas entre 1934 e 1935, onde o público pode ver algumas seqüências corrigidas em guache branco diretamente pelo autor. O álbum, que se passa na China durante o imperialismo japonês, marca uma mudança importante na obra do desenhista, que abandona os clichês e estereótipos que marcaram as primeiras aventuras do repórter e passa a ter uma visão mais realista do mundo.

Essa mudança em seu trabalho se deu, principalmente, a partir do encontro com o estudante de belas artes chinês Tchang Tchong-jen, que incentivou Hergé a se informar com mais detalhes sobre os países visitados pelo jovem repórter.

Outros personagens que povoaram as aventuras de Tintim, como o inseparável cão Milu, o capitão Haddock, os policiais Dupont e Dupond, a cantora Bianca Castafiore e o distraído professor Girassol, também saíram dos quadrinhos para ilustrar os muros do Centro Pompidou. Um enorme painel organizado por ordem cronológica situa os anos de criação dos personagens.

O público pode ver ainda uma coleção de capas originais das aventuras de Tintim, publicadas no suplemento juvenil "Le Petit Vingtième" entre 1931 a 1941, além de registros em áudio e vídeo que mostram o processo de criação de Hergé.

Já a dimensão ideológica das aventuras de Tintim é pouco abordada. A mostra traz somente a reprodução de uma carta em que Hergé responde a um leitor que o acusava de anti-semitismo.

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