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26/02/2007 - 18h42

Comentário: Por que só se fala de um tal de Babado Novo?

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SÉRGIO RIPARDO
Editor de Ilustrada da Folha Online

O axé music sempre causou urticária na mídia purista. Há repórteres que preferem pedir demissão a ouvir um novo CD do gênero ou entrevistar a nova morena ou loira do tchan. Dizem que esses ritmos dançantes, de bunda de fora, vindos da Bahia, são lixo alienante, pobreza cultural, o pior do Brasil. Nessa linha de pensamento, que resvala ao racismo e à discriminação regional, é melhor esquecer esse tipo de música (?) ou queima o filme do profissional. "Truman Capote não perderia seu tempo."

É verdade que o axé já produziu cenas deprimentes e sons insuportáveis, assim como o samba, o pagode, o rock, o pop, o eletrônico, o funk etc. É verdade que muitas rimas são paupérrimas, a percussão é repetitiva, suas dançarinas exageram no visual rameira, mulher-objeto. Assim como é verdade que essa indústria ainda vende muito, com ou sem jabá pago às rádios. Há ainda uma forte demanda por esse ritmo devido à "indústria das micaretas" --festas de Carnaval fora de época realizadas pelas principais cidades do Brasil.

Movimentando dinheiro e interesses até de gravadoras multinacionais, o axé tem sobrevida, apesar do ódio de quem defende a MPB, o rock e o samba tradicional como únicos gêneros merecedores de prestígio e de espaço em revistas, sites e jornais. O Chiclete com Banana vai continuar lucrando e arrastando multidões com seu refrão "Cara caramba, cara caraô".

Divulgação/Playboy
Claudia Leitte, vocalista do Babado Novo, dá visibilidade ao axé music
Claudia Leitte, vocalista do Babado Novo, dá visibilidade ao axé music
Neste verão, o fenômeno do axé atende pelo nome de Claudia Leitte, 26, vocalista do Babado Novo (da gravadora Universal). Ela está em todo canto. Das revistas de fofocas às colunas sociais. Não dá para negar seu jeito brejeiro, combinado à imagem de mulher forte, um tiro certeiro para conquistar a simpatia do público.

Na "Playboy" deste mês, Claudinha é colocada na parede pela repórter durante uma entrevista. A vocalista tem de rebater todos os estereótipos que a elite alimenta sobre loiras e morenas de bandas de axé. Claudinha surpreende ao dizer que é virgem. "Seu pai acredita em Papai Noel?", indaga a repórter, de forma corajosa.

A polêmica sobre virgindade na "Playboy" rendeu frutos. Após a revista chegar às bancas, todo mundo correu atrás de Claudinha para "repercutir". Agora, ela nega que seja virgem. Seu ídolo? Jesus Cristo. O que gosta de fazer? Ler a Bíblia. Outro factóide que colocou a beldade na crista da onda foi a informação de que seu cachê é um dos maiores da indústria do axé, em um ramo em que os holofotes são disputados pelas veteranas Daniela Mercury e Ivete Sangalo.

Essas duas ampliaram seus espaços na última década, consolidando carreiras nacionais e fugindo dos clichês do axé. Suas vidas pessoais ainda despertam interesse nas revistas. Recentemente, Daniela foi surpreendida pela revista "Quem" sobre rumores de que teve um caso com uma arquiteta em Nova York. Ivete também vive negando boatos de homossexualidade.

Já apontada como um clone de Ivete Sangalo devido à semelhança da voz, Claudinha não tem problemas na seara pessoal. No dia 7 de março, ela se casa com o empresário Márcio Pereira, no Convento do Carmo, em Salvador. A Bahia vai parar para o casório, e as revistas vão fazer a festa. É o axé voltando com tudo.

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