Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
26/03/2007 - 15h12

"O Incrível Menino na Fotografia" busca identificação com público

Publicidade

CARMEN POMPEU
da Folha Online, em Curitiba

Com certeza, milhões de brasileiros letrados que estão acima dos 30 anos possuem uma dessas fotografias guardada em meio às recordações da infância. Eu tenho uma. Se você não tem, procure nas quinquilharias de seus pais. Eles devem ter. Em preto e branco com o papel já amarelado pelo tempo. No cenário, a bandeira nacional e a do Estado. Sob a mesa, uma placa com a série cursada. E nela a estampa solitária de uma criança sorrindo, meio que tímida, sem entender o significado daquilo.

Divulgação
Ator Eucir de Souza interpreta nos palcos "O Incrível Menino na Fotografia", no 16º FTC<BR>
Ator Eucir de Souza interpreta nos palcos "O Incrível Menino na Fotografia", no 16º FTC
É a partir dessa recordação que nasceu "O Incrível Menino na Fotografia", peça paulista escrita e dirigida por Fernando Bonassi (escritor, roteirista, dramaturgo e cineasta). Um monólogo de 50 minutos que conta a história de um atormentado aluno de escola pública, que encontra na história brasileira as razões de sua angústia.

A encenação faz parte da mostra oficial do 16º FTC (Festival de Teatro de Curitiba), que prossegue até o dia 1º de abril, na capital paranaense. A peça será apresentada nestas terça e quarta-feira, às 20h30, no teatro Paiol.

Tudo começa com o menino sendo convocado ao pátio de seu grupo escolar. Ele deveria esperar em fila até poder se sentar numa espécie de cenário montado a um canto: uma cadeira simples, uma mesa diante dele; bandeiras e símbolos nacionais ao redor.

Mas o registro, quase uma cerimônia oficial para os estudantes do período, transforma-se num terrível pesadelo. Paralisado no tempo, "O Incrível Menino na Fotografia" relata o que entreviu da história recente do país.

Interpretado pelo ator Eucir de Souza, o espetáculo não se prende a um ano específico. Poderia ter sido numa manhã de 1936, de 1965, de 1913 ou, talvez, de 1973. Para dar esse caráter atemporal, a trilha sonora preparada por Marcelo Pellegrine também não representa um período. "Ela busca completar e não sublinhar a narrativa do ator", explica Pellegrine.

A fotografia, segundo Eucir de Souza, permite uma identificação com público. "Muitas pessoas chegam depois do espetáculo pra gente e comentam sobre as experiências delas. Umas falam que fizeram outras que não porque ficaram com vergonha", diz o ator.

Para Fernando Bonassi, a idéia da peça é fazer com que as pessoas se movam, ou seja, não fiquem paralisadas diante da onda de violência que assola o Brasil. "Isso está acontecendo porque a gente não se mexe", avalia. Segundo ele, a peça é "uma pista de onde perdemos a inocência".

O Incrível Menino na Fotografia
Gênero Drama
Público Adulto
Onde Teatro Paiol (r. Guido Viaro, s/n, Curitiba)
Quando terça-feira (27) e quarta-feira (28), às 20h30
Ingressos R$ 26

Especial
  • Confira a programação do evento
  • Acompanhe a cobertura do 16º Festival de Teatro de Curitiba
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página