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24/04/2007
-
18h04
FERNANDA CRANCIANINOV
da Folha Online, em Recife
Para fazer de "O Senhor do Castelo" um bom filme, bastou dar voz ao seu tema central, o escritor paraibano Ariano Suassuna. Marcus Vilar, diretor do longa-metragem fora de competição, marcou na segunda-feira a abertura da 11ª edição do festival Cine PE com uma homenagem prestada a Suassuna.
Para gostar do filme não é preciso conhecer qualquer obra do dramaturgo; o público sente-se cativado pela personalidade de Suassuna, que, logo na abertura (mérito do diretor), já mostra que tem gênio forte e até um certo grau de intolerância.
"Eu classifico a humanidade em dois tipos de pessoa: aqueles que concordam com o que eu penso, e gostam de mim, e [faz uma pausa] os equivocados."
Pronto. Não é preciso admirar o "Auto da Compadecida" para se interessar pela história deste sujeito que tem o "timing" certo para a comédia. No filme, Suassuna fala, diverte e até chora ao relembrar a morte do pai.
Defendendo sua paixão pela palavra, Suassuna --cuja principal influência, segundo o próprio autor, é a obra "Dom Quixote", de Miguel de Cervantes-- abre sua casa e mostra sua vida pessoal.
Talvez um dos momentos mais delicados do filme seja a presença de sua mulher, Zélia. Com ares de "making-of", Vilar mostra Suassuna dizendo que ela concorda em ser filmada, mas que prefere não dar declaração alguma. As cenas seguintes, em que Zélia aparece muda ao mostrar seus desenhos, abrem margem para interpretações de conteúdo machista --cuja responsabilidade vai além das intenções do diretor, passando, talvez, pela relação estabelecida entre o escritor e sua mulher.
O nome do filme, segundo o próprio Suassuna, "pode dar a impressão de que sou um nobre, mas não é isso. Enquanto alguém conta uma história, é como se essa pessoa construísse um castelo".
Para o diretor, Suassuna extrapolou as intenções do título da obra. "Claro que não pensamos nisso, ele foi muito mais além."
Talvez o público tenha saído do primeiro dia do festival com essa mesma impressão: Suassuna vai além do filme, revelando-se merecedor de sua homenagem.
A repórter viajou a convite do festival.
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da Folha Online, em Recife
Para fazer de "O Senhor do Castelo" um bom filme, bastou dar voz ao seu tema central, o escritor paraibano Ariano Suassuna. Marcus Vilar, diretor do longa-metragem fora de competição, marcou na segunda-feira a abertura da 11ª edição do festival Cine PE com uma homenagem prestada a Suassuna.
Para gostar do filme não é preciso conhecer qualquer obra do dramaturgo; o público sente-se cativado pela personalidade de Suassuna, que, logo na abertura (mérito do diretor), já mostra que tem gênio forte e até um certo grau de intolerância.
Tuca Vieira/Folha Imagem |
Ariano Suassuna é tema de filme |
Pronto. Não é preciso admirar o "Auto da Compadecida" para se interessar pela história deste sujeito que tem o "timing" certo para a comédia. No filme, Suassuna fala, diverte e até chora ao relembrar a morte do pai.
Defendendo sua paixão pela palavra, Suassuna --cuja principal influência, segundo o próprio autor, é a obra "Dom Quixote", de Miguel de Cervantes-- abre sua casa e mostra sua vida pessoal.
Talvez um dos momentos mais delicados do filme seja a presença de sua mulher, Zélia. Com ares de "making-of", Vilar mostra Suassuna dizendo que ela concorda em ser filmada, mas que prefere não dar declaração alguma. As cenas seguintes, em que Zélia aparece muda ao mostrar seus desenhos, abrem margem para interpretações de conteúdo machista --cuja responsabilidade vai além das intenções do diretor, passando, talvez, pela relação estabelecida entre o escritor e sua mulher.
O nome do filme, segundo o próprio Suassuna, "pode dar a impressão de que sou um nobre, mas não é isso. Enquanto alguém conta uma história, é como se essa pessoa construísse um castelo".
Para o diretor, Suassuna extrapolou as intenções do título da obra. "Claro que não pensamos nisso, ele foi muito mais além."
Talvez o público tenha saído do primeiro dia do festival com essa mesma impressão: Suassuna vai além do filme, revelando-se merecedor de sua homenagem.
A repórter viajou a convite do festival.
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