26/04/2007 - 07h18

Centro Cultural promove mostra de teatro com grupos de seis países

da Folha Online

Entre os dias 30 de abril e 6 de maio, o Centro Cultural São Paulo promove 2ª Mostra Latino-Americana de Teatro de Grupo, com a participação de 12 grupos nacionais e internacionais.

Grupos de Cuba, República Dominicana e Argentina, entre outros países, além de companhias de diferentes Estados brasileiros, apresentarão suas produções.

O grupo do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), Filhos da Mãe... Terra, e o Centro do Teatro Oprimido, ambos com trabalhos com fortes vínculos sociais, serão convidados especiais do evento.

Paralelamente às apresentações, haverá debates sobre o teatro latino-americano (em 1º de maio, às 15h) e sobre a dramaturgia em grupo na América Latina (em 4 de maio, às 15h), além de demonstrações de processos de criação.

Todos os espetáculos são inéditos em São Paulo, e a entrada para as atividades da mostra são gratuitas (os ingressos devem ser retirados com uma hora de antecedência).

As apresentações acontecem nas salas do Centro Cultural (r. Vergueiro, 1000, Liberdade; tel. 0/xx/11/3383-3402, www.centrocultural.sp.gov.br) e também nos arredores, no caso de trabalhos de rua.

Confira a programação:

Dia 30 (segunda), às 19h
Coletivo Filhos da Mãe... Terra, do MST
Formado em 2003 no assentamento Carlos Lamarca, em Sarapuí (SP), o grupo faz parte do Coletivo de Cultura do MST, que conta com cerca de 35 formações teatrais. "Posseiros e Fazendeiros", de 2004, seu primeiro trabalho, é o resultado de pesquisas sobre a estrutura agrária brasileira e do estudo do teatro épico. Sala Adoniran Barbosa (650 lugares).

Dia 1º (terça), às 20h
Teatro Buendía, de Cuba
O Buendía traz 19 integrantes para mostrar "Charenton", uma ópera bufa criada a partir do "Marat-Sade", de Peter Weiss. A formação de Cuba nunca esteve em São Paulo. Sala Jardel Filho (324 lugares).

Dia 2 (quarta), às 15 h
Tribo de Atuadores Oi Nóis Aqui Traveiz, de Porto Alegre (RS)
Um dos mais antigos grupos de teatro de rua do país, surgiu em 1977. Irreverente, a Tribo apresenta a montagem "A Saga de Canudos", adaptação da peça "O Evangelho Segundo Zebedeu", de César Vieira, que mostra o caráter político do movimento liderado por Antônio Conselheiro no século 19. Nas ruas do calçadão na região do Largo do Café (Centro).

Dia 2 (quarta), às 21h
Circo Teatro Udi Grudi, de Brasília (DF)
Misturando circo, teatro e música, o grupo vem a São Paulo com o espetáculo "O ovo", apresentado no ano passado em vários festivais na Europa. Sala Jardel Filho (324 lugares).

Dia 3 (quinta), às 19h
Coletivo Angu de Teatro, de Recife (PE)
A companhia discute a realidade urbana no drama "Angu de Sangue", em que dez pequenas histórias, abordando a desigualdade social, a solidão, o preconceito e o descaso, são interligadas por meio de vídeo e música. Espaço Cênico Ademar Guerra (200 lugares).

Dia 3 (quinta), às 21h
Teatro Gayumba, da República Dominicana
Criada em 1976, a companhia teatral mostra sua versão de "Don Quijote y Sancho Panza", de Miguel de Cervantes. O Gayumba tem grande presença em festivais na Europa e nas Américas. Sala Jardel Filho (324 lugares).

Dia 4 (sexta), às 18h
Associação Teatral Joana Gajuru, de Maceió (AL)
Teatro popular, de rua. Vem a São Paulo pela primeira vez, com 12 integrantes, para apresentar "Uma Canção de Guerreiro no Chumbrego da Orgia". São duas histórias adaptadas da literatura de cordel, mescladas com músicas e danças do folguedo alagoano, além de músicas populares. Passarela do Metrô Vergueiro para o Centro Cultural São Paulo.

Dia 4 (sexta), às 21h
Escena de Caracas, da Venezuela
Formado por alunos e professores da Companhia Nacional de Teatro de Venezuela, em 1996, apresenta "Mackie", criado e dirigido por Delbis Cardona, a partir de textos e músicas de Bertolt Brecht e Kurt Weill. Sala Jardel Filho (324 lugares).

Dia 5 (sábado), às 18h
Grupo de Teatro Piollin, de João Pessoa
Depois da excepcional carreira de "Vau da Sarapalha", de 1992, e de "Woyzek, o Brasileiro", de 2002, o Piollin mostra pela primeira vez em São Paulo a peça "A Gaivota (Alguns Rascunhos)", adaptação do clássico de Tchekhov. Espaço Cênico Ademar Guerra (200 lugares)

Dia 5 (sábado), às 21h
Teatro Sanitario de Operaciones (TSO), da Argentina
Sete atores em cena, misturando-se ao público, interpretam "Mantua", uma criação coletiva a partir de "Romeu e Julieta", de Shakespeare. Na estética do grupo, a utilização dos quatro elementos, iluminação elaborada e muito empenho físico. Espaço Fratelli (r. Adib Auada, 41, Centro Empresarial Granja Viana, Cotia, altura do km 23 da rod. Raposo Tavares).

Dia 6 (domingo), às 13h30
Pirei na Cenna, do Rio de Janeiro
Grupo comunitário formado em 1998 pelo projeto Teatro Legislativo do Centro de Teatro do Oprimido, dirigido por Augusto Boal, é integrado por portadores de sofrimento psíquico, familiares e simpatizantes da luta antimanicomial. O grupo produziu quatro espetáculos: "Ser ou Não Ser Positivo", "Um Amor Muito Louco", "Os Contrários" e a produção mais atual "É Melhor Prevenir que Remédio Dar", que romperam os muros do hospital e promoveram o diálogo em mais de 200 apresentações por todo o Brasil. Sala Adoniran Barbosa (330 lugares).

Dia 6 (domingo), às 18h
Teatro de los Andes, da Bolívia
Traz o espetáculo "Otra Vez Marcelo", que encerra uma trilogia sobre temas políticos. A peça narra a história de Marcelo Quiroga Santa Cruz, intelectual, parlamentar e ativista boliviano cuja luta a favor da soberania de seu país e contra a ditadura levou a seu desaparecimento e assassinato em 1980. São apenas dois atores em cena. Espaço Cênico Ademar Guerra (200 Lugares).


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