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13/05/2007 - 09h24

Fracasso inspirou espetáculo dos "homens azuis" que vêm ao Brasil

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ANDREA MURTA
Enviada especial da Folha de S.Paulo a Tampa (EUA)

"How to Be a Megastar 2.0", show que o trio de artistas do americano Blue Man Group traz ao Brasil no próximo mês, é resultado tanto do sucesso quanto do fracasso dos homens azuis.

Apesar de lotarem apresentações em teatros com uma mistura de música, mímica e comédia nos Estados Unidos e na Europa, um dos integrantes do trio precisou levar um tênis na cabeça para perceber que era hora de criar algo novo para grandes espaços.

Divulgação
Blue Man Group leva um carrossel de fantasias e malabarismos a suas apresentações
Blue Man Group leva um carrossel de fantasias e malabarismos a suas apresentações
Matt Goldman, co-criador do BMG, conta que, depois de uma péssima experiência em um festival de rock em Washington (EUA), se viu obrigado a adaptar os quadros. Aparecendo como atração-surpresa diante de uma platéia que esperava o show da banda de rock Rage Against the Machine, o grupo foi vaiado e uma pessoa da platéia, irritada, jogou um tênis na cabeça de um dos homens azuis. "Foi um fracasso total.

Quer dizer, uma pessoa tem que te odiar bastante para tirar um tênis do pé e jogar no palco sabendo que depois vai ter que ir embora descalça", diz Goldman, entre risos.

Ao lado dos amigos Chris Wink e Phil Stanton, Goldman criou o personagem azul em 1986, em Nova York. A tinta azul, aliás, é quase um personagem à parte; além de revestir o corpo dos artistas, colore todos os números --em vários espetáculos fixos, como o de Nova York, o público das primeiras filas se cobre com um plástico para evitar respingos do palco. E a música foi um passo natural, já que Wink e Stanton eram bateristas.

Criado para grandes arenas, "How to Be a Megastar 2.0" adapta alguns números dos teatros pequenos, como o de pegar marshmallows com a boca, e mostra quadros novos. O jeito de tocar também mudou.

Enquanto nos teatros os instrumentos são acústicos, na arena é preciso usar o Midi (programa que gera uma interface com equipamentos de computador) para que o som de instrumentos inusuais, como tubos de PVC, possa ser ouvido por dezenas de milhares de pessoas.

Percussão

A especialidade sonora do BMG, a percussão, é levada a extremos, com grandes tambores. Há também pianos modificados. O rock, com influência eletrônica, aparece com grande energia tanto em músicas próprias, em regravações de clássicos norte-americanos, como Donna Summer, a The Who (britânico).

Nota-se, portanto, que a cultura americana domina o show. Nem seria preciso tocar "Born in the USA" (de Bruce Springsteen) para criar uma atmosfera de estrelas de Hollywood e alusões à busca incansável pelos 15 minutos de fama. Sem todas as referências da cultura pop dos EUA, os brasileiros poderão perder algumas das piadas.

No palco, além da banda, um telão transmite imagens e sons o tempo todo. Há efeitos especiais com laser e roupas iluminadas. A parafernália lembra a de um megaespetáculo pop como outros.

Mas é diferente, segundo Michael "Puck" Quinn, diretor-artístico do BMG: "Não dá para levar a sério. São três carecas azuis que não falam! Apesar de ser um grande show de rock, estamos mostrando como o culto às celebridades é ridículo".

A multiplicação dos homens azuis em trios idênticos pelo mundo, no entanto, ironicamente aproxima o BMG da cena pop que critica no show. O pequeno exército de "blue men", que não pára de crescer, não estaria se tornando, como os famosos que ironiza, apenas uma fórmula comercial e repetitiva para atingir o sucesso? "É diferente", diz Stanton: "Não há celebridades no grupo.

Os "blue men" não têm ego". "Depois do show, eles limpam a tinta e voltam para casa como anônimos", reforça Quinn.

A jornalista ANDREA MURTA viajou a convite da CIE do Brasil

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