25/09/2002 - 10h52

Sistema para Mac fica mais ágil, mas apenas em máquina moderna

da Folha de S. Paulo

Ao contrário do que sua campanha publicitária sugere, o Mac OS X 10.2 (também conhecido como Jaguar) é uma atualização relativamente pequena. A Apple fala em "150 novos recursos", mas muitos deles são discretos.

Há algumas modificações úteis. A tecnologia Quartz Extreme, por exemplo, usa a placa de vídeo 3D para acelerar a interface gráfica do OS X. Nos testes realizados pela Folha, o recurso conseguiu extinguir a lentidão observada na minimização de janelas com o efeito "genie", que antes prejudicava até modelos topo de linha (iMac G4 de 800 MHz).

A tecnologia, que exige placa GeForce ou Radeon, não acelera o desempenho geral do sistema. Por exemplo: na criação de MP3, que exige muito da CPU, o ganho mostrou-se inferior a 3%.

O carregamento do sistema ficou dez segundos mais rápido na máquina com chip G4, mas não houve melhoria num iMac G3 de 400 MHz. Já o acionamento do ambiente Classic melhorou: 31 segundos no iMac G3 (eram 53).

O recurso contra spam (mensagens indesejadas) adicionado ao programa Mail é ineficaz no Brasil, pois se baseia em regras semânticas programadas para o inglês. O comunicador pessoal iChat é inferior ao concorrente gratuito JabberFoX), que permite falar com usuários de ICQ, MSN, AIM e Yahoo! Messenger. O iChat só entende o AIM.

Um destaque positivo é o firewall embutido: antes do Jaguar, o usuário precisava comprar um acessório para mexer no recurso.

Quem comprou o OS X depois de 17 de julho receberá a atualização por R$ 23. Os demais terão de pagar o preço total (R$ 390 em www.apple.com.br), mesmo que já tenham o OS X 10.1.

Gravação de CDs tem problemas

A Apple começou a distribuir na semana passada uma atualização para o Jaguar que supostamente melhora a compatibilidade de CDs gravados no Mac com PCs que usam o sistema Windows.

Nos testes realizados pela Folha, a correção (v10.2.1, download de 16 Mbytes) se mostrou eficaz, mas não consertou uma falha que prejudica bastante a utilização de discos regraváveis (CD-RW) no sistema Mac OS X.

Os discos do tipo RW, que comportam 650 Mbytes de dados, costumam ser usados para armazenamento temporário e transporte de arquivos, substituindo com vantagens os antigos disquetes.

Mas, no sistema da Apple, o usuário é obrigado a gravar o CD de uma vez só. Quer dizer: caso queira acrescentar ou modificar arquivos a um CD-RW, tem de apagar tudo o que estiver no disco. Esse problema, que é grave, permanece no OS X, mesmo com a atualização 10.2.1.

Além disso, o apagamento não é nada intuitivo: enquanto gravar arquivos é fácil (basta arrastá-los), o usuário é forçado a abrir o programa Disk Utility, que fica na pasta Applications/Utilities, para limpar um CD-RW.

Outro problema é oferecer a atualização 10.2.1 apenas para usuários do Jaguar: quem usa o OS X 10.1.5 ainda não tem acesso às melhorias de compatibilidade.

Dada a ubiquidade do Windows, a atualização para CD-RW não pode ser considerada um bônus, mas um conserto que deveria ser estendido a todos os usuários.

A dificuldade em escrever com caracteres acentuados, que são fundamentais no Brasil, não foi resolvida com o Jaguar, que pode ser instalado em português, mas continua exigindo que o usuário pressione combinações de teclas para digitar acentos ou til. Para contornar o problema, instale o mapa de teclado US-International, disponível gratuitamente no site www.brockerhoff.net/usi.

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