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23/04/2003 - 10h44

Câmera ligada à rede salvou vida de família durante assalto

da Folha de S.Paulo

A professora Verônica Patricia Eguia Pereira Soares, 25, diretora de uma escola de ensino médio em Araçatuba (530 km a noroeste de São Paulo), foi salva pela internet. Mais precisamente por uma webcam que ela acabara de instalar em seu computador com o auxílio de um sobrinho.

Planejava na noite de quinta-feira, dia 10, fazer uma surpresa a um amigo de Montevidéu, que conhecera pela rede. Até então a comunicação entre os dois limitava-se ao e-mail e aos programas de mensagens rápidas.

Verônica Soares havia perdido a hora para o ciberencontro com seu amigo. Marcaram para as 21h daquela noite, mas, por desencontros e falhas na instalação do programa, ela deixou para falar com Mauricio (não quis revelar seu sobrenome) mais tarde.

"A webcam de nossa casa somente tinha sido usada para tirar fotos de meus dois filhos e colocá-las na internet", disse a professora à Folha, em entrevista por telefone. "Não fazia a menor idéia de como se usava para fazer videoconferência."

Dez minutos depois das 23h, Verônica Soares entrou na rede, encontrou Mauricio e anunciou a surpresa. "Você vai poder conhecer meus pais, que estão chegando da escola neste momento."

Enquanto Mauricio aguardava no Uruguai, ela e o sobrinho escutaram o ruído do carro dos pais se aproximando de casa.

Assim que a mãe abriu a garagem, a professora assustou-se. "Minha mãe começou a gritar. Pensei que ela havia escorregado na entrada e corri para a porta de casa." Dois ladrões armados e encapuzados haviam rendido seus pais e invadido a casa.

Ao chegar ao cômodo onde se encontrava o microcomputador, os assaltantes viram uma tela preta. Podem ter pensado que o equipamento estava desligado.

Na verdade, o protetor de tela (screen saver) havia entrado em ação e apagado a luz do monitor (esse recurso pode ser habilitado no Windows e permite que, depois de alguns minutos em desuso, a tela seja apagada; para acioná-la novamente, basta encostar em qualquer tecla ou no mouse).

Por cerca de 40 minutos, Mauricio assistiu a tudo a mais de 2.000 quilômetros de distância.

Aflito, ele tentou ligar para a Polícia Federal no Brasil, mas não foi bem-sucedido. Apelou para em São Paulo, que conseguiu acionar a Polícia Militar de Araçatuba.

Em dez minutos, mais de 15 carros chegaram ao local com 60 policiais da PM para uma negociação, que durou mais de uma hora e meia até a rendição dos ladrões.

Verônica Soares e sua família são do Uruguai e estão há mais de 20 anos em Araçatuba.

Nunca haviam ouvido falar de assaltos à mão armada na cidade. Para todos os seus familiares, "foi uma surpresa a internet ter servido de ferramenta para acabar com um assalto".

"Na hora não imaginei que Mauricio estivesse assistindo a tudo. A tela estava preta e, como tinha de manter a calma naquela situação, não pensei em nada, só torci para que meus filhos não acordassem durante aquele pesadelo, que durou horas."

Verônica Soares acredita que a internet tenha salvado sua vida e que seu amigo Mauricio tenha sido seu anjo da guarda.

Na opinião da professora, "o que está escrito vai acontecer, pois está escrito". Ela está lendo o livro "Maktub" (ed. Rocco), do escritor Paulo Coelho.

"Maktub" é um verbete em árabe. Em tradução livre, significa "o destino quis assim" ou "assim estava escrito".

Até o dia do assalto, "durante a semana, raramente eu entrava na rede à noite; somente aos sábados e domingos é que eu me conectava. Foi uma casualidade", disse. De dia, ela usa a rede para abrir sites de educação.

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