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12/05/2003 - 12h26

Usuários contam por que trocam MP3 pela internet

GUILHERME WERNECK
da Folha de S.Paulo

Pode confessar! Quantas vezes você ligou o computador na semana passada para baixar músicas da internet? Agora, vá um pouquinho mais longe na sua confissão: quantos discos você já colocou na internet para que outras pessoas tenham acesso a eles?

Que o número de pessoas que trocam arquivos de MP3 só cresce desde que o Napster foi criado, em 1999, todo mundo sabe. No entanto, os motivos que levam as pessoas a colocar música na rede e os critérios de cada um para fazê-lo são bem menos óbvios do que a vontade de buscar uma raridade ou de ouvir um lançamento fresquinho.

Para investigar esses motivos e essas diferenças, o Folhateen foi às fontes. Conversou com usuários brasileiros do Kazaa e do Soul Seek, dois dos mais populares programas de trocas da rede, e colocou perguntas no fórum do maior site brasileiro que congrega a comunidade de usuários dos programas eDonkey e eMule, espécie de terceira via do compartilhamento de arquivos hoje.

Dos mais de 30 usuários contatados aleatoriamente pela reportagem, somente um disse que apenas baixa músicas da internet. Uma frase colhida pela reportagem resume bem o pensamento de quem compartilha músicas na rede: "Quem tem põe; quem não tem tira. Esse é o espírito da comunidade, a excelência do compartilhamento on-line".

Além disso, é bom lembrar, os programas incentivam a colocação de novas faixas na rede. No Kazaa, por exemplo, quem disponibiliza mais música em bom estado, recebe preferências na hora de baixar arquivos.

Segundo o Folhateen apurou, quem coloca música na rede o faz por três motivos principais: 1) para dividir com os outros um disco de que gosta, 2) para disponibilizar raridades que não são encontradas nas lojas e 3) como protesto contra o alto preço dos CDs.

"Convenhamos, pagar R$ 30 por um CD não dá. É mais de 10% do salário mínimo", pondera um usuário de 23 anos.

"Olha, pode parecer babaquice, mas eu acredito que estou fazendo um serviço para pessoas que, como eu, muitas vezes não têm acesso a um determinado tipo de informação", afirmou um rapaz de 26 anos, que, recentemente, disponibilizou os últimos discos de Los Hermanos e de Max de Castro na internet. "Mas, na hora de decidir o que vou colocar, conta mesmo é o meu gosto pessoal", completa.

"Gosto de disponibilizar raridades, mas, se eu tenho de pagar R$ 80 por um disco importado, acho mais do que justo dividi-lo com os outros", pondera um "viciado" em programas de compartilhamento de 25 anos.

Outra forma citada na reportagem é a divulgação de novas bandas. "Tenho um site de bandas independentes, e a troca de arquivos é uma forma de divulgar as bandas que mandam material para o site", diz um recifense de 27 anos.

Contudo, mesmo quem compartilha vê restrições no que pode ser dividido. "Passo discos raros em vinil para MP3 e os disponibilizo na rede, mas não acho justo colocar um lançamento, pois fere os direitos do artista", opina uma colecionadora de 38 anos.

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