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26/11/2003
-
08h36
DAYANNE MIKEVIS
da Folha de S.Paulo
A rotina de aposentado inquietava Osvaldo Silva Pereira, 77. Por isso, começou a frequentar um centro público de informática com o objetivo de buscar trabalho. Não conseguiu resultado e resolveu ajudar quem estivesse sem emprego. "Perguntavam: 'Quanto é?' Eu dizia: 'Nada'", conta ele, que passou a enviar currículos de outras pessoas via e-mail.
Pereira não sabe quantos ajudou nem quantos e-mails enviou, mas diz ter conseguido trabalho para cerca de dez pessoas.
O sentimento de ser útil e a autonomia que o aprendizado da internet dá para o idoso fazem da rede uma arma no combate à depressão, diz o psicólogo José Carlos Ferrigno, da Gerência de Estudos da Terceira Idade do Sesc-SP.
A dona-de-casa Maria Ireuda Fernandes, 64, entra em salas de bate-papo e já fez amigos até no Japão. "Nunca conto minha idade, queima o filme", diz. Fernandes acha que pelo chat é mais fácil "saber o que está acontecendo no momento". Ela tem amigos virtuais de 38, 30 e até 19 anos.
Já a advogada Terezinha de Jesus Casal, 75, não tem vergonha de contar a idade e usa a rede para pesquisar acórdãos de processos. Além disso, faz pesquisas de casos e recolhe informações de saúde, culinária e exercícios físicos.
Tudo por minha filha
Irena Rahubina Muratow, 87, frequenta o infocentro do Jardim Progresso (zona leste de São Paulo) para uma missão especial: saber o paradeiro de sua filha única, Raísa. Polonesa, Muratow cresceu na Rússia e foi presa durante a Segunda Guerra Mundial. Após a derrota da Alemanha, veio para o Brasil. Daqui, conseguiu localizar Raísa na Rússia, onde ela havia sido deixada com a avó. Começou, então, uma ativa correspondência entre mãe e filha.
Mas as cartas pararam de chegar. Sem parentes na Europa e sem condições financeiras de viajar, Muratow depositou suas esperanças na internet. Em cadastros virtuais, salas de bate-papo e fóruns, ela pesquisa o paradeiro de Raísa.
Também por amor à filha, Zeilá Aparecida Mennocche, 64, resolveu desvendar os segredos da informática. Sua única filha, Ely, é arquiteta e há nove anos mora nos EUA. Mennocche resolveu ir a um telecentro aprender a manusear a máquina, pois já tinha uma em casa. Hoje, passa diariamente e-mails para Ely. Agora está cursando inglês e pensa em ter aulas de como capturar e transmitir imagens.
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da Folha de S.Paulo
A rotina de aposentado inquietava Osvaldo Silva Pereira, 77. Por isso, começou a frequentar um centro público de informática com o objetivo de buscar trabalho. Não conseguiu resultado e resolveu ajudar quem estivesse sem emprego. "Perguntavam: 'Quanto é?' Eu dizia: 'Nada'", conta ele, que passou a enviar currículos de outras pessoas via e-mail.
Pereira não sabe quantos ajudou nem quantos e-mails enviou, mas diz ter conseguido trabalho para cerca de dez pessoas.
O sentimento de ser útil e a autonomia que o aprendizado da internet dá para o idoso fazem da rede uma arma no combate à depressão, diz o psicólogo José Carlos Ferrigno, da Gerência de Estudos da Terceira Idade do Sesc-SP.
A dona-de-casa Maria Ireuda Fernandes, 64, entra em salas de bate-papo e já fez amigos até no Japão. "Nunca conto minha idade, queima o filme", diz. Fernandes acha que pelo chat é mais fácil "saber o que está acontecendo no momento". Ela tem amigos virtuais de 38, 30 e até 19 anos.
Já a advogada Terezinha de Jesus Casal, 75, não tem vergonha de contar a idade e usa a rede para pesquisar acórdãos de processos. Além disso, faz pesquisas de casos e recolhe informações de saúde, culinária e exercícios físicos.
Tudo por minha filha
Irena Rahubina Muratow, 87, frequenta o infocentro do Jardim Progresso (zona leste de São Paulo) para uma missão especial: saber o paradeiro de sua filha única, Raísa. Polonesa, Muratow cresceu na Rússia e foi presa durante a Segunda Guerra Mundial. Após a derrota da Alemanha, veio para o Brasil. Daqui, conseguiu localizar Raísa na Rússia, onde ela havia sido deixada com a avó. Começou, então, uma ativa correspondência entre mãe e filha.
Mas as cartas pararam de chegar. Sem parentes na Europa e sem condições financeiras de viajar, Muratow depositou suas esperanças na internet. Em cadastros virtuais, salas de bate-papo e fóruns, ela pesquisa o paradeiro de Raísa.
Também por amor à filha, Zeilá Aparecida Mennocche, 64, resolveu desvendar os segredos da informática. Sua única filha, Ely, é arquiteta e há nove anos mora nos EUA. Mennocche resolveu ir a um telecentro aprender a manusear a máquina, pois já tinha uma em casa. Hoje, passa diariamente e-mails para Ely. Agora está cursando inglês e pensa em ter aulas de como capturar e transmitir imagens.
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