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12/04/2004 - 17h35

Venda de música cresce nos EUA, apesar do download de arquivos

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da Folha Online

A venda de música nos Estados Unidos --incluindo CDs, DVDs e downloads legais de canções-- apresentou uma recuperação entre o último trimestre de 2003 e o primeiro trimestre de 2004, mesmo com o download de arquivos pela internet.

Segundo dados da empresa Nielsen SoundScan, as vendas registraram um crescimento de 9,1% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2003. Esse é o melhor resultado da indústria desde 2000, de acordo com a Nielsen.

A venda de canções pela web, por meio de lojas virtuais como iTunes e Napster, também está "deslanchando" e ajudou na recuperação do mercado. Segundo a Nielsen, mais de 25 milhões de canções foram compradas pela internet entre janeiro e março deste ano. Nos últimos seis meses de 2003, foram vendidas 19,2 milhões de canções pela rede mundial de computadores.

"Até o momento, essa é uma grande recuperação", disse Geoff Mayfield, analista sênior da Billboard Magazine. "Como tivemos três anos de erosão nas vendas, será relativamente fácil para a indústria se recuperar."

Troca de arquivos

As gravadoras apontam a internet como a principal responsável pela queda nas vendas de discos, já que a rede facilita a troca de arquivos via redes de compartilhamento de arquivos.

As vendas de música nos Estados Unidos registraram quedas anuais desde 2001. Nesse ano, a queda foi de 3%. Em 2002, as vendas despencaram 11% e, no ano passado, a queda foi de menos de 4%.

A presidente da Riaa (associação das gravadoras norte-americanas), considera "uma boa notícia" a recuperação apontada pela Nielsen, mas acredita que ela ainda é insuficiente para reverter os prejuízos supostamente causados pelo download de arquivos de música.

Anos 80

Para Mayfield, porém, a recuperação é motivada por diversos fatores. Ele vê semelhanças entre o mau desempenho registrados nos últimos anos com as vendas fracas de discos há cerca de 20 anos.

Segundo ele, as vendas de música registraram quedas no começo dos anos 80, quando a onda disco começou a sair de moda. Mayfield acredita que o mesmo aconteceu no fim da década de 90, quando artistas como 'N Sync e Britney Spears conquistaram milhões de fãs adolescentes, mas não mantiveram o público nos anos seguintes.

"Não houve nada que substituísse a música [nas duas ocasiões]", disse Mayfield.

Além disso, diz Mayfield, o começo dos anos 80 e desta década também foram marcados por tempos de recessão. Já a década de 90, afirma o analista da Billboard, foi um período bom para as gravadoras, pois muitas pessoas trocaram os discos gravados em vinil pelos CDs.

P2P absolvido

As opiniões de Mayfield vão ao encontro dos resultados de uma pesquisa publicada recentemente, que praticamente isenta a troca de músicas de causar prejuízos às gravadoras.

O trabalho, produzido por Felix Oberholzer-Gee, professor da Harvard Business School, e por Koleman Strumpf, da Universidade da Carolina do Norte, afirma que os programas para a troca de arquivos como o Kazaa, Morpheus e Edonkey provocam pouco impacto nas vendas de CDs.

A lógica dos professores é que os internautas não iam mesmo comprar os discos que acabaram baixando pela web.

Para os professores, as vendas dos CDs caíram por outros motivos. Os estudiosos também afirmaram que muitas pessoas trocaram os antigos LPs de vinil por CDs nos anos 90 e isso levou a uma explosão na comercialização dos discos, fenômeno que já não se vê atualmente.

Com Associated Press

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