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25/12/2004 - 12h29

Conselho de psicologia proíbe psicoterapia pela internet

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MARIANA BARROS
da Folha de S.Paulo

De um lado a internet, ícone do mundo instantâneo. Do outro, a psicoterapia, tratamento lento e gradual. Seria possível unir as duas coisas dentro de um mesmo serviço? "Depende de que forma", afirma o pesquisador de psicologia e informática Oliver Zancul Prado.

O Conselho Federal de Psicologia proíbe que a psicoterapia, tratamento sem assunto nem duração definidos, seja feito via internet.

São permitidos serviços pontuais, como orientações sexuais, profissionais ou para quem está à procura de um psicólogo.

Prado é coordenador da Comissão Nacional de Credenciamento e Fiscalização de Serviços de Psicologia pela Internet (www.cfp.org.br/selo), órgão do Conselho Federal de Psicologia responsável pela avaliação de sites que ofereçam serviços de psicologia pela internet.

Nas telas dos sites aprovados é exibido um selo de qualidade. A lista completa deles está disponível no site da comissão.

Segundo Prado, o principal critério de avaliação é a transparência no tipo de serviço prestado. "Também são importantes ferramentas de segurança, como a criptografia, que codifica as palavras, para garantir a privacidade do usuário", diz.

Rede dá orientação médica e psicológica

O site do NPPI (Núcleo de Pesquisas em Psicologia e Informática) da PUC-SP é um dos serviços on-line aprovados pelo Conselho Federal de Psicologia.

A psicóloga coordenadora, Rosa Maria Farah, conta que o serviço começou por acaso. "Passamos a receber e-mails que traziam desde pedidos de indicação bibliográfica até mensagens sofridas. Pareciam trotes, mas decidimos acreditar", conta.

O serviço gratuito funcionava desde 1997 e foi oficializado em 2000. Desde então, a equipe se reúne semanalmente para debater as mensagens e elaborar respostas. O grupo recebe cerca de 20 e-mails por mês, mas já houve semanas em que chegaram mais de 60 mensagens. "É um trabalho artesanal. Levamos cerca de dez dias para conseguir responder a cada e-mail", diz Rosa.

Segundo a coordenadora, as tréplicas são freqüentes, mas se o internauta insistir em manter contato contínuo, é encaminhado para tratamento presencial.

O professor de Informática Médica da Unicamp, Renato Sabbatini, já teve quatro sites de aconselhamento médico. Atualmente, apenas um deles funciona. "Faltam verbas e os usuários se recusam a pagar", conta.

No site www.consultamedica.org.br as informações genéricas sobre tratamentos e prevenção de doenças custam R$ 20 e informações específicas, que necessitam de especialista, R$ 50.

"Planos de saúde norte-americanos cobram o preço de meia consulta por orientação on-line. É justo, pois é trabalhoso. Eu mesmo levo de uma a duas horas para responder a cada questão", diz Sabbatini. "Gostaria de saber por que há pessoas que acham que devem recebê-las de graça", diz.

Consultas, receita de medicamentos e diagnósticos feitos pela rede não são permitidos pelo Conselho Federal de Medicina. Mas a demanda por orientação é enorme. "Poderia ser atendida por um serviço público", diz Sabbatini. De acordo com sua assessoria, o Ministério da Saúde não possui serviço ou projeto de orientação pela internet.

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