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14/01/2007
-
13h18
da Efe, em Nova Déli
A Índia estuda fechar o YouTube devido a um vídeo que satiriza Mahatma Gandhi, líder indiano da independência. A polêmica se soma a outros conflitos que o site, recentemente comprado pelo Google, enfrenta, como a ocorrida em torno do vídeo da modelo brasileira Daniella Cicarelli.
No vídeo, o humorista Gautham Prasad, que mora em Nova York, interpreta Mahatma Gandhi vestido com roupas brancas, se despindo diante de um pequeno público, até ficar coberto somente por um tapa-sexo branco.
Segundo o jornal "Times of India", autoridades do governo pensam em bloquear o YouTube no país ou pedir para que o site retire o vídeo do ar.
A polêmica causou um debate sobre censura na Índia. O governo criticou duramente dois canais de televisão, o "IBN7" e o "Saara", por divulgarem o vídeo, e pediu "profundas desculpas" à população.
Os comentários na própria página do YouTube revelam a sensibilidade e o orgulho de cidadãos e pessoas de origem indiana, feridos diante do que consideram um insulto contra o "Pai da Nação", como Gandhi é conhecido na Índia.
No entanto, há aqueles que não concordam, e dizem que Gandhi teria achado o vídeo engraçado, e que não concordaria em ser objeto de culto, já que o importante não era sua figura, mas sim sua mensagem.
A repercussão do vídeo até agora foi mais moderada do que a revolta que as famosas charges de Maomé, publicadas em um jornal dinamarquês, causaram em países árabes e em outras nações de população muçulmana.
No entanto, o fato de o vídeo ter sido posto na rede é um problema para os que defendem a imposição de limites para a liberdade de expressão, já que, como demonstram a cada dia as páginas de troca de arquivos de MP3, vídeo ou de outros documentos, é muito difícil controlar o conteúdo disponibilizado na rede.
Isso porque se uma página é fechada, os documentos migram para outra, e voltam a ser baixados livremente pelos usuários que assim desejem.
O fato de 2006 ter sido o ano da ressurreição do espírito de Gandhi na Índia, graças ao filme Lage Raho Munnabhai, protagonizado pelo polêmico ator de Bollywood Sanjay Dutt, ajudou a levantar a poeira causada pelo vídeo de Gandhi no YouTube.
No filme, um mafioso chamado Munna muda sua vida adotando um estilo de vida Gandhigiri (conduta própria de Gandhi), para conquistar o amor de uma locutora de rádio.
Este filme foi exemplo da dicotomia que existe na Índia sobre os que consideram Gandhi sagrado, e os partidários de seguir sua mensagem como pauta vital.
O filme inspirou alguns grupos a lutarem contra a injustiça, tal e como fazem os protagonistas do filme, presenteando com rosas os culpados e corruptos.
Companhias telefônicas responsáveis por serviços deficientes ou universidades com condições precárias receberam rosas, assim como um construtor corrupto recebeu no filme.
Por sua vez, Sanjai Dutt, um ator que teve problemas de dependência química e foi condenado por sua participação nos atentados de Mumbai de 1993, identificou-se com seu personagem, Munna, que muda de vida inspirado em Gandhi.
A "NDTV" mostrou há semanas um Dutt com um ponto vermelho na testa, com cara de arrependimento e com ares de santidade, percorrendo diversos templos hindus.
Tal como diz o filme "Lage Raho Munnabhai", uma coisa é Gandhi e outra o que se faz em seu nome, mensagem que o diretor oferece na voz do próprio Mahatma: "Se um menino tirar uma pedra de uma estátua minha, digam-lhe que percorra o país e que derrube todas minhas estátuas, e que apague meu nome das ruas e dos livros. Que só me tenha no coração".
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Vídeo que satiriza Gandhi pode causar fechamento do YouTube na Índia
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A Índia estuda fechar o YouTube devido a um vídeo que satiriza Mahatma Gandhi, líder indiano da independência. A polêmica se soma a outros conflitos que o site, recentemente comprado pelo Google, enfrenta, como a ocorrida em torno do vídeo da modelo brasileira Daniella Cicarelli.
No vídeo, o humorista Gautham Prasad, que mora em Nova York, interpreta Mahatma Gandhi vestido com roupas brancas, se despindo diante de um pequeno público, até ficar coberto somente por um tapa-sexo branco.
Segundo o jornal "Times of India", autoridades do governo pensam em bloquear o YouTube no país ou pedir para que o site retire o vídeo do ar.
A polêmica causou um debate sobre censura na Índia. O governo criticou duramente dois canais de televisão, o "IBN7" e o "Saara", por divulgarem o vídeo, e pediu "profundas desculpas" à população.
Os comentários na própria página do YouTube revelam a sensibilidade e o orgulho de cidadãos e pessoas de origem indiana, feridos diante do que consideram um insulto contra o "Pai da Nação", como Gandhi é conhecido na Índia.
No entanto, há aqueles que não concordam, e dizem que Gandhi teria achado o vídeo engraçado, e que não concordaria em ser objeto de culto, já que o importante não era sua figura, mas sim sua mensagem.
A repercussão do vídeo até agora foi mais moderada do que a revolta que as famosas charges de Maomé, publicadas em um jornal dinamarquês, causaram em países árabes e em outras nações de população muçulmana.
No entanto, o fato de o vídeo ter sido posto na rede é um problema para os que defendem a imposição de limites para a liberdade de expressão, já que, como demonstram a cada dia as páginas de troca de arquivos de MP3, vídeo ou de outros documentos, é muito difícil controlar o conteúdo disponibilizado na rede.
Isso porque se uma página é fechada, os documentos migram para outra, e voltam a ser baixados livremente pelos usuários que assim desejem.
O fato de 2006 ter sido o ano da ressurreição do espírito de Gandhi na Índia, graças ao filme Lage Raho Munnabhai, protagonizado pelo polêmico ator de Bollywood Sanjay Dutt, ajudou a levantar a poeira causada pelo vídeo de Gandhi no YouTube.
No filme, um mafioso chamado Munna muda sua vida adotando um estilo de vida Gandhigiri (conduta própria de Gandhi), para conquistar o amor de uma locutora de rádio.
Este filme foi exemplo da dicotomia que existe na Índia sobre os que consideram Gandhi sagrado, e os partidários de seguir sua mensagem como pauta vital.
O filme inspirou alguns grupos a lutarem contra a injustiça, tal e como fazem os protagonistas do filme, presenteando com rosas os culpados e corruptos.
Companhias telefônicas responsáveis por serviços deficientes ou universidades com condições precárias receberam rosas, assim como um construtor corrupto recebeu no filme.
Por sua vez, Sanjai Dutt, um ator que teve problemas de dependência química e foi condenado por sua participação nos atentados de Mumbai de 1993, identificou-se com seu personagem, Munna, que muda de vida inspirado em Gandhi.
A "NDTV" mostrou há semanas um Dutt com um ponto vermelho na testa, com cara de arrependimento e com ares de santidade, percorrendo diversos templos hindus.
Tal como diz o filme "Lage Raho Munnabhai", uma coisa é Gandhi e outra o que se faz em seu nome, mensagem que o diretor oferece na voz do próprio Mahatma: "Se um menino tirar uma pedra de uma estátua minha, digam-lhe que percorra o país e que derrube todas minhas estátuas, e que apague meu nome das ruas e dos livros. Que só me tenha no coração".
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