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"Organizador" do Google provoca alerta em defensores da privacidade
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da Efe, em Londres
O objetivo anunciado pelo Google de ajudar as pessoas a organizar suas vidas, em uma espécie de "Big Brother" do bem, causa preocupação nos defensores da privacidade.
A empresa americana pretende criar a mais completa base de dados de informações pessoais sobre seus usuários. O objetivo, como explicou nesta semana no Reino Unido o presidente do Google, Eric Schmidt, é ajudar os usuários a decidir, por exemplo, como usar seu tempo livre no dia seguinte ou qual trabalho escolher em determinado momento da vida.
Fontes do Google no Reino Unido disseram que, por enquanto, não há um projeto concreto, mas simplesmente uma proposta, apresentada em 1º de maio, denominada iGoogle. O produto é uma espécie de Google personalizado com acesso ao histórico de buscas do usuário, à correspondência do Gmail e a um calendário.
O Google reconhece que o projeto está em fase adiantada no gerenciamento da informação que a empresa conseguiu reunir sobre seus usuários.
Neste ano, o principal rival do Google, o Yahoo!, revelou seu próprio projeto de tecnologia de busca, conhecido como Projeto Panamá, que analisa os principais interesses dos visitantes em seu portal de internet para elaborar, com eles, um perfil pessoal.
Invasão
Os defensores da privacidade temem que o acúmulo de dados pessoais na internet represente uma invasão crescente e clandestina que pode ferir as liberdades civis. A preocupação foi intensificada, segundo o jornal 'The Independent", pela oferta de US$ 3,1 bilhões lançada pelo Google sobre a companhia de publicidade na internet DoubleClick.
A companhia consegue elaborar a imagem do comportamento de uma pessoa combinando o histórico de busca na rede com informação dos cookies, códigos que permitem conhecer os interesses dos usuários segundo as páginas que visitam.
De acordo com o jornal, o organismo que representa as agências européias de proteção de dados pessoais solicitou ao Google mais informação sobre sua prática de retenção de dados. Um porta-voz do organismo britânico de proteção de dados não confirmou o conteúdo da carta e limitou-se a dizer que se tratava de uma resposta ao anúncio feito pelo Google de que não reterá informação pessoal dos usuários por mais de dois anos.
Em várias análises e editoriais hoje, a imprensa britânica demonstra preocupação com a quantidade de informação que o Google já manipula graças a várias bases de dados. As informações abrangem desde os conteúdos dos e-mails do Gmail até as buscas realizadas pelos usuários ou detalhes dos cartões de crédito no sistema de pagamento pela internet Google Checkout.
Genética
A intenção do Google foi anunciada ao mesmo tempo em que foi divulgada a informação de que a empresa investiu cerca de US$ 4 milhões em uma pequena empresa de pesquisa genética chamada 23andMe. Uma das fundadoras desta companhia, Anne Wojcicki, casou-se no começo de maio com Sergey Brin, co-fundador do Google.
A combinação do perfil genético e do histórico de internet de uma pessoa pode se tornar uma importante ferramenta para determinar o comportamento futuro de qualquer usuário da rede.
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