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03/10/2006 - 15h47

Abbas dissolverá Parlamento em duas semanas se não houver acordo

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da Folha Online

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, dissolverá o Parlamento em duas semanas e afastará o premiê e líder do Hamas, Ismail Haniyeh, se não houver acordo para um governo de unidade entre os dois partidos. A afirmação é do líder do grupo do Fatah no Parlamento, Azzam el Ahmad.

Nesta terça-feira (3), Ahmad disse a jornalistas que "não se pode governar quando as decisões estão sendo tomadas no 'exterior'", em referência ao chefe supremo do Hamas, Khaled Mashaal, exilado em Damasco.

Reuters
Membros do grupo palestino Hamas seguram armas durante manifestação em Gaza
As negociações para a formação de um governo de união nacional estão bloqueadas há duas semanas, principalmente porque o Hamas desistiu dos acordos alcançados entre Abbas e Haniyeh para reconhecer Israel --quando ruíram as chances de o Fatah participar do atual governo.

A atual onda de violência é a pior desde que o Hamas assumiu poder após ser eleito democraticamente em janeiro deste ano, despertando temores de uma guerra civil.

Desde que o Hamas assumiu o Parlamento palestino, a divisão de poderes tem causado conflitos entre os dois grupos políticos. O Hamas, diferentemente do Fatah, não reconhece o Estado de Israel e prega sua destruição. O governo israelense também não aceita o governo do Hamas, e interrompeu o repasse de dinheiro aos palestinos --piorando a crise financeira palestina.

Nova iniciativa

Segundo relatos citados pela agência de notícias independente "Maan", Mashaal e Abbas estariam perto de chegar a um acordo. A negociação está sendo feita com base em uma nova iniciativa árabe de seis pontos, que foi apresentada a Abbas durante sua recente visita ao Qatar, assim como também ao dirigente do Hamas no exílio.

O documento conteria, entre outros pontos, a criação de um governo formado por ministros do Hamas, do Fatah e independentes, e deverá reconhecer os acordos adotados pela Organização para a Libertação da Palestina (OLP).

Uma pesquisa publicada nesta terça-feira, mostra que o Fatah derrotaria o Hamas em caso de novas eleições palestinas, apesar de o premiê Ismail Haniyeh ser a personalidade em quem os palestinos depositam mais confiança. Se uma nova eleição legislativa acontecesse hoje, 32% dos palestinos votariam no Fatah, 30,5% no Hamas e o restante em partidos de menor expressão, segundo a pesquisa feita pelo Jerusalem Media and Communication Center.

Manifestações

No último domingo (1), cerca de 3.500 membros do Hamas entraram em choque contra funcionários públicos e homens do corpo de segurança aliados ao Fatah, que protestavam pelo atraso de pagamento de seus salários.

Ontem, o Fatah realizou uma greve geral em algumas regiões da Cisjordânia, obrigando o fechamento de escolas privadas e de alguns escritórios. O Hamas também ordenou a interrupção de funcionamento de todos os prédios governamentais para protestar contra ataques do Fatah a esses edifícios.

Nesta terça-feira, homens armados supostamente ligados a Abbas ameaçaram matar líderes do Hamas. A ameaça sinaliza um recrudescimento da violência entre as duas fações [que possuem braço político e armado] após os conflitos registrados nos últimos três dias, nos quais dez palestinos morreram e mais de cem se feriram.

A ameaça foi feita durante uma declaração do braço armado do Fatah --as Brigadas dos Mártires de al Aqsa. Segundo informações de uma testemunha presente ao comunicado, o recado foi dirigido ao ministro palestino do Interior, Said Siyam, a um dos dirigentes do grupo, Youssef Zahar, e Mashaal. "Nós vamos impor as regras e levar a cabo a revolução eliminando as lideranças do grupo", teria dito o porta-voz durante as ameaças.

Com agências internacionais

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