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03/10/2006 - 16h58

Tragédia na Pensilvânia reflete alta violência escolar nos EUA

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da Efe, em Washington

O novo episódio de violência ocorrido em uma escola amish da Pensilvânia --o terceiro em menos de uma semana nos Estados Unidos-- coloca em evidência os elevados índices criminais registrados em centros escolares do país.

No total, 27 crianças foram assassinadas em colégios dos EUA no ano passado, segundo a empresa de consultoria National School Safety and Security Services, de Ohio.

Além disso, foram registrados 323 incidentes graves, que incluem esfaqueamentos e tiroteios, segundo a National Association of Students Against Violence Everywhere (Save), uma organização sem fins lucrativos da Carolina do Norte.

O Departamento de Educação afirma que os crimes diminuíram na última década devido, em grande parte, ao aumento de segurança nas escolas após o massacre cometido em 1999 no Instituto de Columbine (Colorado), que deixou 13 mortos e 24 feridos.

Os dados confirmam parcialmente a versão oficial, segundo Carleen Wray, subdiretora da Save.

Wray disse que, embora o número de assassinatos tenha diminuído de 49, no ano letivo de 2004, para 27, no último ano, a quantidade de incidentes graves aumentou de 158, no ano letivo de 2005, para 323, no último período escolar.

Outros especialistas como Jane Grady, subdiretora do Centro para o estudo e a Prevenção da Violência da Universidade do Colorado, fazem uma leitura mais positiva dos dados.

Grady afirma que o número de incidentes violentos é baixo, se comparado com a quantidade de estudantes do país, que supera os 54 milhões, em cerca de 125 mil escolas.

Mesmo assim, Grady destaca que as autoridades não investem suficientemente na prevenção da violência, e que as verbas disponíveis para o setor diminuíram nos últimos anos.

"O incidente na Pensilvânia é uma grande tragédia, e mostra que as escolas precisam reforçar ainda mais a segurança", disse Grady à Efe.

Armas

Nesse sentido, Peter Blauvelt, presidente de National Alliance for Safe Schools, uma ONG da Virgínia Ocidental, destaca que as escolas necessitam atualizar seus planos de segurança, que em muitos casos não foram revistos desde sua criação, há quase oito anos, por causa da tragédia de Columbine.

"Nos últimos anos, revisei centenas de planos escolares", explicou à Efe Blauvelt, acrescentando que muitos deles não são bons, porque foram elaborados por educadores ao invés de policiais.

Para June Arnett, subdiretora do National School Safety Center, uma organização da Califórnia, a raiz do problema está, em grande parte, no fácil acesso dos jovens às armas.

Mesmo assim, Arnett destaca que a resolução dessa situação é complicada em um país como os EUA, onde o direito de ter uma arma está enraizado na própria cultura.

Onda de violência

Os especialistas consultados pela Efe descrevem como "incomuns" os três episódios violentos da última semana, que custaram a vida de nove pessoas, incluindo dois dos assassinos, que se suicidaram após disparar contra suas vítimas.

Eles afirmam ainda que é raro o ano letivo começar com uma onda de assassinatos. Os incidentes mais violentos costumam acontecer por volta de abril.

Outra das peculiaridades dos recentes incidentes reside no fato de os assassinos não terem vínculos com as escolas atacadas, algo que também não corresponde ao padrão típico.

Ainda assim, os analistas disseram que é "muito cedo" para falar de uma nova tendência.

A tragédia de Columbine é a pior da última década e a segunda mais violenta desde o desastre na Escola Bath (Michigan), ocorrido em 1927, e no qual 45 pessoas morreram, em um ato de vingança cometido por um membro do conselho diretor do colégio.

Com agências internacionais

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