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03/10/2006 - 20h51

Crime em comunidade amish nos EUA choca a opinião pública

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da Folha Online

O tiroteio em uma escola da comunidade Amish em que morreram quatro crianças e mais o agressor Charles Carl Roberts na Pensilvânia (Estados Unidos) chocou a opinião publica norte-americana. Nesta terça, morreram mais duas meninas, uma de nove anos e outra de sete anos. Outras seis crianças ficaram feridas no ataque.

Das que continuam hospitalizadas, duas estão em estado grave, segundo a polícia estadual. O ataque ocorreu na escola amish Wolf Rock, que possui 27 alunos da 1ª a 8ª série do ensino fundamental, e fica localizada em uma comunidade amish.

Roberts, de 32 anos, invadiu a escola da comunidade de Bart Township, a 100 quilômetros da Filadélfia, ordenou a saída dos alunos do sexo masculino e das professoras e depois amarrou as meninas e as alinhou em frente ao quadro-negro, disparando contra a cabeça de cada uma delas. Em seguida, o assassino se suicidou.

02.out.2006/AP
Polícia investiga ataque que matou quatro crianças em escola amish na Pensilvânia
De acordo com as autoridades, o atirador escreveu bilhetes de suicídio, pegou armas e munição e se dirigiu para a casa-escola próxima.

Pai de três filhos, Roberts não pertencia à comunidade Amish. "Estou cheio de ódio, contra mim mesmo e contra Deus", afirmou Roberts.

Aparentemente, os amish não eram um alvo específico --ele escolheu a escola porque tinha garotas jovens como alvo, em uma "vingança contra algo que aconteceu há 20 anos", disse o comissário de polícia Jeffrey Miller. O motivo da vingança não ficou esclarecido.

Este foi o terceiro tiroteio em escolas americanas em menos de uma semana. O governo de George W. Bush solicitou uma reunião na segunda-feira (8) com representantes da polícia e das escolas para discutir uma possível intervenção federal para prevenir a violência e lidar com seus resultados.

Ataque

Segundo a polícia, o atirador levou suprimentos que indicavam um seqüestro longo, incluindo três armas, duas facas, madeira e uma bolsa com munição. Ele também tinha uma muda de roupa, papel higiênico, ferramentas e fita adesiva.

Após invadir a escola, Roberts liberou cerca de 15 meninos, uma mulher grávida e três mulheres com bebês. Em seguida, barrou portas com móveis e tábuas presas com pregos e obrigou várias garotas a ficarem alinhadas próximas ao quadro-negro. Elas foram amarradas umas às outras pelos pés.

A professora e um outro adulto fugiram para uma fazenda próxima para chamar a polícia. Seguindo a tradição Amish, a escola não mantinha telefones. A polícia foi acionada por volta das 10h30. Ainda de acordo com os costumes locais, após o tiroteio alguns pais se recusaram a voar em aviões e tiveram de ir de carro a hospitais próximos para encontrarem suas filhas.

O comissário Miller informou que Roberts ligou para o celular de sua mulher por volta das 11h, dizendo que estava se vingando de um incidente antigo. Ao telejornal "Today", do canal americano NBC, Miller disse que há três anos uma filha de Roberts morreu, e que isso pode ter influenciado no ataque.

Pai amoroso

Pelos bilhetes deixados por Roberts e pelas ligações telefônicas, Miller afirmou ter ficado claro que o atirador estava "bravo com a vida e com Deus". Ainda segundo ele, colegas de trabalho de Roberts declararam que ele estava 'sombrio' nos últimos dias.

A mulher de Roberts, Marie, disse em nota enviada à imprensa que seu marido era um homem "amoroso, companheiro e atencioso". "Ele era um pai excepcional", disse ela. "Ele levava as crianças para jogar futebol e jogos, jogava bola no quintal e levava nossa filha de sete anos para o shopping. Ele nunca negou quando eu pedia a ele que trocasse fraldas." Marie pediu a todos que "rezem pelas famílias que perderam suas crianças e por favor rezem também pela nossa família e nossos filhos".

Onda de violência

Na quarta-feira (27), um atirador invadiu uma sala de aula de uma escola em Bailey, no Colorado. Duane Morrison, 53, fez um grupo de seis alunas reféns, matou uma delas e, em seguida, se suicidou.

Segundo a polícia, todas as seis alunas foram molestadas e ao menos duas delas sofreram abusos sexuais.

Dois dias depois, um estudante armado invadiu uma escola rural do Condado de Richland, no Wisconsin, nos Estados Unidos, e disparou várias vezes contra o diretor, ferindo-o gravemente antes de ser detido. O aluno chegou à escola armado com uma pistola calibre 22 e um rifle.

Com agências internacionais

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