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09/10/2006
-
19h18
da Efe, em Islamabad
O programa nuclear da Coréia do Norte teve ajuda paquistanesa, pois o criador da bomba atômica de Islamabad, Abdul Qadeer Khan, vendeu centrífugas a Pyongyang, segundo admitiu o presidente do Paquistão, Pervez Musharraf.
O cientista, que chegou a ser herói nacional no Paquistão, caiu em desgraça em fevereiro de 2004 após admitir a venda de tecnologia atômica a outros países, e atualmente está em prisão domiciliar, recuperando-se de um câncer.
O Ministério de Relações Exteriores do Paquistão disse que Islamabad não tem nada a ver com o programa nuclear da Coréia do Norte, depois de o regime comunista dizer que testou pela primeira vez, nesta segunda-feira, uma arma atômica.
O presidente, entretanto, admite a ligação paquistanesa com o programa nuclear norte-coreano. Em sua biografia "Na linha de fogo", recentemente publicada, o general Musharraf reconhece que Khan vendeu dezenas de centrífugas à Coréia do Norte, além de outras tecnologias secretas ao Irã e à Líbia.
"Que fique claro: o programa nuclear da Coréia do Norte é baseado no plutônio, enquanto o programa nuclear do Paquistão é baseado no urânio. Portanto, não pode haver uma ligação entre o teste da Coréia do Norte e as atividades do doutor Khan", disse hoje a porta-voz de Exteriores de Islamabad, Tasneem Aslam.
Na página 294 da biografia, Musharraf diz: "O doutor A. Q. Khan transferiu duas dúzias de centrífugas P-1 e P-11 à Coréia do Norte, além de óleo especial para centrífugas". Enviou a iranianos e líbios, através de Dubai, quase 8 toneladas de material, incluindo centrífugas, componentes e desenhos. Toda esta informação foi compartilhada com agências internacionais", disse o presidente paquistanês.
Além disso, em entrevista concedida à agência de notícias japonesa Kyodo, em agosto de 2005, Musharraf disse que sabia que Khan entregara centrífugas e desenhos à Coréia do Norte, mas alegou não acreditar que essas transferências tenham ajudado Pyongyang a adquirir capacidade de armas nucleares.
O general Musharraf sempre tentou minimizar a importância da transferência de tecnologia nuclear de Islamabad a Pyongyang.
"Khan não pode ter sido de grande ajuda para o programa de armas nucleares da Coréia do Norte porque seu laboratório dedicava-se a enriquecer urânio e não incluía outros passos necessários para fazer uma bomba atômica, como a conversão de urânio em gás, o desenvolvimento dos mecanismos ativadores e sistemas de fornecimento", acrescentou.
Musharraf afirmou também que o pai do programa nuclear do Paquistão só revelou informação sobre o método de enriquecimento de urânio para poder utilizá-lo em armas atômicas, mas que "não sabe como preparar a bomba".
o presidente paquistanês admitiu que Khan passou centrífugas, partes delas e completas, mas disse não lembrar o número exato.
"Se Khan entregou gás UF6 (hexafluoreto de urânio) ou alguns cilindros, não é suficiente; são necessárias toneladas e toneladas de UF6 para enriquecer urânio, milhares de centrífugas para produzir um quilo de urânio enriquecido", afirmou então Musharraf.
Em fevereiro de 2004, a confissão pública de Khan de que revelara a Irã, Líbia e Coréia do Norte segredos nucleares sem autorização de seu governo chocou seu país e levou o cientista à prisão domiciliar.
Khan pediu clemência, e o presidente Musharraf o perdoou. Mas o cientista perdeu seu status de 'herói nacional' em seu país, a única nação islâmica com armamento nuclear.
Nesta segunda-feira, o Paquistão e seu rival atômico, a Índia, repudiaram o teste nuclear anunciado pela Coréia do Norte.
"É lamentável que a Coréia do Norte tenha escolhido ignorar os conselhos da comunidade internacional contrários a que o país fizesse um teste de uma arma nuclear", disse a porta-voz Aslam, para quem o fato será "desestabilizador para a região".
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O programa nuclear da Coréia do Norte teve ajuda paquistanesa, pois o criador da bomba atômica de Islamabad, Abdul Qadeer Khan, vendeu centrífugas a Pyongyang, segundo admitiu o presidente do Paquistão, Pervez Musharraf.
O cientista, que chegou a ser herói nacional no Paquistão, caiu em desgraça em fevereiro de 2004 após admitir a venda de tecnologia atômica a outros países, e atualmente está em prisão domiciliar, recuperando-se de um câncer.
O Ministério de Relações Exteriores do Paquistão disse que Islamabad não tem nada a ver com o programa nuclear da Coréia do Norte, depois de o regime comunista dizer que testou pela primeira vez, nesta segunda-feira, uma arma atômica.
O presidente, entretanto, admite a ligação paquistanesa com o programa nuclear norte-coreano. Em sua biografia "Na linha de fogo", recentemente publicada, o general Musharraf reconhece que Khan vendeu dezenas de centrífugas à Coréia do Norte, além de outras tecnologias secretas ao Irã e à Líbia.
"Que fique claro: o programa nuclear da Coréia do Norte é baseado no plutônio, enquanto o programa nuclear do Paquistão é baseado no urânio. Portanto, não pode haver uma ligação entre o teste da Coréia do Norte e as atividades do doutor Khan", disse hoje a porta-voz de Exteriores de Islamabad, Tasneem Aslam.
Na página 294 da biografia, Musharraf diz: "O doutor A. Q. Khan transferiu duas dúzias de centrífugas P-1 e P-11 à Coréia do Norte, além de óleo especial para centrífugas". Enviou a iranianos e líbios, através de Dubai, quase 8 toneladas de material, incluindo centrífugas, componentes e desenhos. Toda esta informação foi compartilhada com agências internacionais", disse o presidente paquistanês.
Além disso, em entrevista concedida à agência de notícias japonesa Kyodo, em agosto de 2005, Musharraf disse que sabia que Khan entregara centrífugas e desenhos à Coréia do Norte, mas alegou não acreditar que essas transferências tenham ajudado Pyongyang a adquirir capacidade de armas nucleares.
O general Musharraf sempre tentou minimizar a importância da transferência de tecnologia nuclear de Islamabad a Pyongyang.
"Khan não pode ter sido de grande ajuda para o programa de armas nucleares da Coréia do Norte porque seu laboratório dedicava-se a enriquecer urânio e não incluía outros passos necessários para fazer uma bomba atômica, como a conversão de urânio em gás, o desenvolvimento dos mecanismos ativadores e sistemas de fornecimento", acrescentou.
Musharraf afirmou também que o pai do programa nuclear do Paquistão só revelou informação sobre o método de enriquecimento de urânio para poder utilizá-lo em armas atômicas, mas que "não sabe como preparar a bomba".
o presidente paquistanês admitiu que Khan passou centrífugas, partes delas e completas, mas disse não lembrar o número exato.
"Se Khan entregou gás UF6 (hexafluoreto de urânio) ou alguns cilindros, não é suficiente; são necessárias toneladas e toneladas de UF6 para enriquecer urânio, milhares de centrífugas para produzir um quilo de urânio enriquecido", afirmou então Musharraf.
Em fevereiro de 2004, a confissão pública de Khan de que revelara a Irã, Líbia e Coréia do Norte segredos nucleares sem autorização de seu governo chocou seu país e levou o cientista à prisão domiciliar.
Khan pediu clemência, e o presidente Musharraf o perdoou. Mas o cientista perdeu seu status de 'herói nacional' em seu país, a única nação islâmica com armamento nuclear.
Nesta segunda-feira, o Paquistão e seu rival atômico, a Índia, repudiaram o teste nuclear anunciado pela Coréia do Norte.
"É lamentável que a Coréia do Norte tenha escolhido ignorar os conselhos da comunidade internacional contrários a que o país fizesse um teste de uma arma nuclear", disse a porta-voz Aslam, para quem o fato será "desestabilizador para a região".
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