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23/10/2006 - 22h51

Para americanos, ninguém está vencendo no Iraque

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da Folha Online

Nem os Estados Unidos, nem os insurgentes. Para três quintos dos americanos, a guerra no Iraque não está sendo vencida por ninguém. É o que mostra uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira pela rede de TV americana CNN.

O levantamento aponta que apenas 18% dos americanos dizem acreditar que os EUA estão vencendo a guerra. Um número igual de entrevistados também afirma que os vencedores, até agora, são os insurgentes iraquianos. Já na opinião de todos os outros, que somam aproximadamente 64% do universo da pesquisa, não há vencedores no conflito, que matou mais de 2.750 americanos desde que as tropas lideradas pelos EUA invadiram o país em 2003.

Cerca de dois terços dos entrevistados pela pesquisa da CNN disseram ser contra a continuidade da guerra no Iraque. A maioria, 57% do total, querem que os EUA anunciem uma data específica em que removerão todas as tropas do país --o governo americano se recusa a fixar um prazo para a retirada das forças, dizendo que isso ajudaria o inimigo.

A pesquisa realizada pela CNN entrevistou 1.013 americanos pelo telefone durante os últimos três dias. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

Terrorismo

A pesquisa encontrou também 53% de americanos que se dizem insatisfeitos com os esforços feitos até agora na "guerra contra o terror" do presidente George W. Bush.

Os resultados são desanimadores para o presidente: a menos de um mês das eleições para o Congresso americano, o número de pessoas que dizem que os EUA estão vencendo a guerra caiu pela metade desde dezembro de 2005.

Ao mesmo tempo, a maioria --51%-- dos entrevistados diz acreditar que os democratas, hoje minoria tanto na Câmara dos Representantes quanto no Senado, fariam um trabalho melhor no Iraque. Apenas 40% dos americanos disseram apostar na atuação dos republicanos no país do ex-ditador Saddam Hussein.

Ainda assim, o número de entrevistados que disseram confiar mais no trabalho dos democratas contra o terrorismo no geral foi de 40%. A política externa e a defesa são, tradicionalmente, pontos fortes dos republicanos nos Estados Unidos.

Casualidades de guerra

Neste mês, o número de soldados americanos mortos no Iraque já chega a 86. Uma série de explosões, incluindo um carro-bomba que explodiu em uma rua movimentada do leste de Bagdá hoje, mataram ao menos oito pessoas nesta segunda-feira. Dados de agências de notícias no país estimam que mais de 20 pessoas morreram vítimas de atos violentos em todo o país hoje.

O jornal "Washington Post" estima que mais de 600 mil pessoas já morreram no Iraque desde o início da guerra, em 2003.

A estimativa representa um número 20 vezes maior que o total de 30 mil civis iraquianos mortos calculados pelo presidente americano, George W. Bush, em dezembro último. Também é mais de dez vezes maior que os 50 mil mortos civis contabilizados pelo grupo britânico Iraq Body Count.

Oposição

Não são só os americanos que se opõe à guerra no Iraque. Em outra pesquisa, que será divulgada na terça-feira (24) pelo jornal britânico "The Guardian", mais de 60% dos eleitores ingleses declararam o desejo de que as tropas do Reino Unido seja retiradas do Iraque ainda neste ano.

Cerca de 45% dos entrevistados afirmaram que querem os soldados fora do Oriente Médio imediatamente. Apenas 30% deles disseram apoiar a decisão do primeiro-ministro Tony Blair, para quem as tropas permanecerão no Iraque até que o trabalho seja concluído.

A pesquisa publicada pelo "The Guardian" foi feita pelo instituto ICM, que entrevistou 1.019 adultos entre 20 e 22 de outubro.

Fracasso

Na última quinta-feira (19), apenas um dia após o presidente Bush ter admitido a comparação entre as guerras do Iraque e do Vietnã, um porta-voz do Exército americano em Bagdá afirmou que as últimas ações militares no país falharam e que será preciso agora uma nova estratégia de ação.

De acordo com o general William Caldwell, porta-voz chefe do Exército americano no Iraque, o último plano de segurança adotado --que teve início em agosto-- não conseguiu reduzir a violência no país.

O número de ataques aumentou mais de 20% nas primeiras três semanas do Ramadã [mês sagrado dos muçulmanos, época em que comer, beber e manter relações sexuais são atividades proibidas entre a alvorada e anoitecer], se comparadas com as três semanas anteriores. O Ramadã terminou hoje para os muçulmanos.

Agências de inteligência americanas e britânicas estudam agora um novo foco para os esforços internacionais no país.

Com agências internacionais

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