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24/10/2006 - 18h14

Exército americano pode aumentar tropas dos EUA no Iraque

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da Folha Online

O general americano George Casey, um dos líderes do Exército dos EUA no Iraque, afirmou nesta terça-feira que está estudando a possibilidade de enviar mais tropas de seu país para lutar em Bagdá. O anúncio foi feito num momento em que pesquisas mostram uma oposição recorde dos americanos à guerra no Iraque, na qual não vêem vencedores.

Ao lado do embaixador iraquiano Zalmay Khalilzad, Casey disse que mais tropas poderiam ser necessárias para cumprir um novo cronograma de ação acertado hoje, em uma nova estratégia para coibir a violência no país. "Agora, precisaremos de mais tropas para cumprir isso [o cronograma]? Talvez. Como eu sempre disse, chamarei quantas tropas forem necessárias, tanto iraquianas quanto estrangeiras", afirmou o general.

Efe
Oficiais do Exército carregam caixão de fuzileiro naval americano morto no Iraque
Oficiais do Exército carregam caixão de fuzileiro naval americano morto no Iraque
A nova agenda de ações divulgada hoje é fruto de uma série de reuniões em Washington, nas quais o presidente dos EUA, George W. Bush, buscou reformular a estratégia americana no Iraque. A duas semanas das eleições que decidirão a nova liderança do Congresso americano, o declínio do apoio da opinião pública às ações do governo republicano torna a pressão sobre Bush cada vez maior.

Cronograma

O embaixador iraquiano Zalmay Khalilzad afirmou que o cronograma, já aprovado pelo premiê Nouri al Maliki, contempla medidas em várias áreas: "primeiro, vamos induzir os líderes políticos e religiosos do Iraque, que podem controlar ou influenciar grupos armados em Bagdá, a encontrar um acordo para acabar com a violência sectária".

Em segundo lugar, vamos ajudar os líderes iraquianos a implementar um grupo nacional de segurança. Forças-chave na política precisam tomar decisões difíceis nas próximas semanas para chegarem a acordos sobre vários assuntos conflituosos no país", disse Khalilzad.

Entre os assuntos mais complexos a serem discutidos dentro da agenda acertada hoje estão uma nova lei sobre a exploração e os lucros do petróleo, que, segundo o embaixador, "devem ser redistribuídos de forma a unir o país".

"Khalilzad também menciona uma emenda constitucional que "permitiria a iraquianos entender que suas crianças terão garantidos direitos democráticos e igualdade". Outra medida seria a implementação de um plano para lidar com os esquadrões da morte e as milícias no país, além da fixação de uma data para as eleições provinciais.

Zalmay Khalilzad afirmou ainda que oficiais estão solicitando o apoio de outros países árabes, como a Jordânia, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, para ajudar a encorajar grupos insurgentes sunitas a aceitar uma reconciliação nacional no Iraque. "Os países prometeram colaborar", disse.

Segurança

Outubro foi o pior mês de 2006 para as tropas americanas no Iraque, com 91 mortes. O Exército dos EUA disseram nesta terça-feira que mais dois fuzileiros navais morreram hoje, aumentando o número de soldados americanos mortos desde o início da guerra (2003) para pelo menos 2.801, segundo o cálculo da agência de notícias Associated Press.

Grande parte do cronograma anunciado hoje contempla ações que afetarão muçulmanos sunitas, a minoria por trás de muitos grupos insurgentes e que foi responsabilizada pela maioria das mortes de americanos no Iraque.

O general Casey afirmou que, com o cronograma, as forças iraquianas serão capazes de assumir o controle do país em cerca de 1,5 ano. "Já completamos 75% do processo de construção das forças iraquianas. Vai levar mais 12 ou 18 meses, mas acredito que as forças de segurança locais serão completamente capazes de assumir a responsabilidade por sua própria segurança." Ainda assim, segundo Casey, os EUA manterão seu apoio no país.

Desaparecido

Ainda não há pistas sobre o tradutor do Exército americano desaparecido após ter sido seqüestrado em Bagdá na noite desta segunda-feira. Tropas dos EUA continuam hoje a realizar buscas na cidade, tanto no solo quanto pelo ar.

O Exército afirmou que o soldado, um lingüista que não teve a identidade divulgada, foi visto pela última vez na Zona Verde de Bagdá, na tarde de ontem. Ele foi então supostamente visitar parentes iraquianos na cidade.

Segundo relatos de testemunhas, durante a visita do tradutor três carros com homens armados e usando máscaras o algemaram e, em seguida, o levaram à força.

Um dos seqüestradores teria entrado em contato com os parentes do tradutor por telefone, mas não ficou claro se havia pedido de resgate.

A polícia disse que outros 11 iraquianos, incluindo dois policiais e um soldado, foram mortos em explosões pelo país nesta terça-feira. Autoridades encontraram também mais 14 corpos desovados em várias cidades do Iraque.

Com agências internacionais

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