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09/11/2006 - 08h52

Israel investiga falhas em ataque que matou 18 civis em Gaza

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da Efe, em Jerusalém
da Folha Online

O Exército israelense investiga um ataque ocorrido nesta quarta-feira na cidade palestina de Beit Hanoun para apurar se houve erro humano ou falha técnica nos sistemas eletrônicos do canhão.

Um total de 18 civis morreram na ação --na maioria mulheres e crianças.

A comissão militar que investiga a operação diz acreditar que o desvio de ao menos dois projéteis ocorreu devido a um cálculo errado do radar ou do sistema de tiro do canhão, ambos operados de forma manual, segundo informações do jornal israelense "Haaretz".

Ao menos dois projéteis de 155 milímetros caíram em um edifício residencial em Beit Hanoun nesta quarta-feira. Além dos 18 mortos, o ataque deixou 30 feridos.

Os projéteis se desviaram de 450 a 500 metros do alvo, por razões ainda desconhecidas.

Segundo o "Haaretz", as conclusões do relatório preliminar serão apresentadas ainda hoje ao ministro da Defesa de Israel, Amir Peretz, e ao chefe do Exército, o general Dan Halutz.

Na quarta-feira, após o incidente, Peretz ordenou que o Exército israelense suspendesse os ataques da artilharia contra Gaza, até que as razões do incidente sejam esclarecidas.

Investigação

De acordo com o jornal, a investigação revelou que, às 16h de terça-feira, quatro foguetes Qassam foram lançados contra a cidade israelense de Ashkelon a partir de uma pequena floresta ao norte de Beit Hanoun.

AP
Menina morta em ataque de Israel que vitimou 18 civis em Gaza
Na mesma noite, o Exército de Israel soube que membros do movimento islâmico Hamas lançariam mais foguetes na manhã seguinte a partir do mesmo local, situado fora do campo visual dos vigias israelenses ao longo da fronteira com os territórios palestinos.

Segundo o "Haaretz", tropas de artilharia receberam ordens de se preparar para bombardear o local, com a intenção de dissuadir os extremistas de se aproximarem da região, e na mesma noite prepararam seus canhões, com dois ou três tiros de teste.

Às 5h30 da madrugada de quarta-feira, começou o bombardeio com 12 projéteis, que deveriam cair a 1.200 metros das casas, em Beit Hanoun.

Quinze minutos depois, outros 12 projéteis foram programados para atingir o local a 450 metros das casas, todos eles com o mesmo canhão para ter mais precisão. A margem de segurança nos bombardeios da artilharia é de 200 a 300 metros.

O radar localizou apenas dez impactos do segundo conjunto de 12 foguetes lançados. Minutos depois, chegaram ao Exército israelense as primeiras informações sobre vítimas civis em Beit Hanoun.

Erro

O Exército investiga também se apenas dois foguetes caíram no edifício palestino, já que, após ver as imagens do incidente na TV, especialistas militares consideram que a destruição causada parece ter sido causada por um número maior de projéteis.

O general da reserva Zvi Fogel, do Corpo de Artilharia, explica que um erro de 450 metros, como o de quarta-feira, representa um ângulo de 3 graus no canhão, imperceptível ao olho humano. Por isso, aparentemente, houve erro em algum dos sistemas eletrônicos do canhão.

Grupos de direitos humanos expressaram reservas em relação aos resultados da investigação militar, que afirmam ser comandada pelo mesmo oficial que dirigiu a apuração de um bombardeio que matou uma família palestina em uma praia de Beit Lahia, em junho.

O oficial mencionado, Meir Kalifi, concluiu que a explosão não ocorreu por causa da artilharia israelense, mas devido a uma bomba colocada por membros do Hamas para impedir um possível desembarque de comandos israelenses. A explicação foi rejeitada por órgãos internacionais independentes e pela Autoridade Nacional Palestina (ANP).

No caso atual, o Exército israelense não se esquivou da responsabilidade e reconhece que o massacre de ao menos 18 civis foi decorrência de um erro.

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