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12/11/2006 - 14h26

Confronto entre grupos rivais deixa quatro mortos no Congo

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da Efe

A tensão voltou a reinar na capital da República Democrática do Congo (RDC) com uma nova onda de violência armada, que custou a vida de três civis e um soldado, informaram neste domingo fontes oficiais.

O confronto aconteceu neste sábado entre forças leais ao presidente da RDC, Joseph Kabila, e seguidores de seu rival no segundo turno das eleições presidenciais, o vice-presidente Jean-Pierre Bemba, enquanto os resultados parciais da votação de 29 de outubro vão sendo divulgados.

Os últimos dados anunciados pela Comissão Eleitoral Independente indicam que Kabila lidera a apuração com 60,7% dos votos, margem que, por enquanto, assegura a vitória do atual presidente.

No choque, o som de morteiros e artilharia pesada começou a ser ouvido pela manhã, em Kinshasa, e durou mais de três horas nas imediações da residência de Bemba e do edifício da emissora de televisão do antigo líder rebelde.

Confronto

O tiroteio começou durante uma manifestação de apoio a Bemba, quando os participantes começaram a queimar pneus em volta da casa do vice-presidente e a construir barricadas quando a Polícia tentou dispersá-los.

Segundo testemunhas, os manifestantes estavam armados e começaram a atirar contra a polícia. Alguns deles estavam vestidos com trajes militares e começaram a fazer uso de suas metralhadoras e pistolas, o que transformou uma grande avenida da cidade em um campo de batalha.

O governador da capital, Baudouin Liwanga, informou que um soldado e três civis --um homem e duas mulheres-- morreram durante o combate. Aparentemente, os civis morreram no fogo cruzado, embora não tenha sido especificado a qual grupo o soldado pertencia.

Pela televisão, Liwanga anunciou que todas as reuniões públicas e manifestações estão proibidas em Kinsahsa, e que a presença policial foi intensificada para que a ordem seja restabelecida.

Forças de segurança

O ministro do Interior, Denis Kalume Numbi, assegurou que o Exército terá a obrigação de intervir se a calma não for mantida.

A ONU, que possui um contingente de cerca de 17 mil soldados na RDC, e a União Européia, com cerca 2 mil, enviaram vários veículos e helicópteros quando os disparos começaram. O principal temor que se mantinha era de que os distúrbios registrados em agosto --após a divulgação dos resultados da apuração do primeiro turno-- pudessem ocorrer novamente.

Após a divulgação dos primeiros números, homens armados a serviço de Kabila e de Bemba se enfrentaram nas ruas de Kinshasa durante três dias, deixando cerca de 30 mortos.

Rivalidade

A rivalidade entre Bemba e Kabila se vincula à ditadura de Mobutu Sese Seko. Se o pai do atual governante se destacou por sua luta para derrubar Mobutu, deposto em maio de 1997, Bemba desponta justamente por apoiar Mobutu, e ainda conta com as simpatias de muitos fiéis do ditador, já falecido.

Bemba, de 44 anos, é considerado um dos homens mais ricos do país. Ele nasceu na Província de Equador (nordeste), onde goza de uma popularidade que se estende à capital e à etnia "lingala".

O medo aumentou entre os cidadãos e a comunidade internacional ás vésperas dos resultados parciais das primeiras eleições presidenciais livres e plurais realizadas no país em mais de 40 anos. As autoridades têm até o dia 19 para divulgar os dados. Uma vez apresentadas as possíveis impugnações, a Corte Suprema anunciará os dados definitivos da apuração até o próximo dia 30.

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