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22/11/2006
-
09h42
da Folha Online
O Líbano deu início nesta quarta-feira a três dias de luto pelo assassinato do ministro das Indústrias e líder cristão Pierre Gemayel, após um ataque a tiros na periferia de Beirute.
Um grupo de homens armados abriu fogo contra o comboio que levava o ministro no momento em que circulava pelo bairro cristão de Sin el Fil, segundo testemunhas. Gemayel foi levado às pressas para um hospital da região, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Um dos principais aliados do premiê libanês, Fouad Siniora, o ministro é o sexto político anti-Síria assassinado nos últimos dois anos.
A morte, que foi condenada pela comunidade internacional, deve acirrar ainda mais a tensão política no país devido ao embate entre a maioria anti-Síria e a oposição que apóia Damasco.
Muitos libaneses acusam a Síria de estar por trás do assassinato de Gemayel, e também da morte do ex-premiê libanês, Rafik al Hariri, em um atentado a bomba em fevereiro de 2005
Damasco nega envolvimento. Uma comissão da ONU concluiu que há ligação de autoridades sírias e libanesas no caso. Manifestações tomaram as ruas de Beirute após a morte de Al Hariri, forçando a Síria a retirar suas tropas do Líbano, dando fim a 29 anos de ocupação militar.
O governo libanês aprovou, na semana passada, uma resolução da ONU que prevê a instituição de um tribunal para julgar os assassinos de Al Hariri, apesar da renúncia de seis ministros pró-sírios. Gemayel estava entre os membros do gabinete que aprovaram a medida.
A milícia xiita Hizbollah --que apóia Damasco-- e seus aliados se preparava para ir às ruas de Beirute, em uma tentativa de derrubar o governo de Siniora, a quem acusam de ser aliado dos Estados Unidos e de não ser um governo legítimo, no qual os xiitas não são representados.
Segundo fontes próximas ao Hizbollah, os protestos devem ser adiados após o assassinato.
Velório
O corpo de Gemayel foi levado do hospital perto de Beirute a sua cidade natal, Bekfaya, ao nordeste da capital, onde centenas de simpatizantes seguiram o funeral, mostrando cartazes com fotos do ministro e acenando com bandeiras brancas de seu partido Phalange.
A procissão seguiu paraa casa da família de Gemayel, enquanto mulheres em varandas atiravam arroz sobre o caixão do ministro, coberto com a bandeira do partido.
O funeral de Gemayel deve acontecer amanhã, com a participação de milhares de libaneses.
"É uma sensação indescritível", disse Fadi Jalakh, 27, um dos que compareceram ao velório. "Aqueles que o mataram não querem a união do Líbano, e só pioram a situação no país".
Reação
Vários países exigiram que a autoria e as circunstâncias da morte do ministro sejam apuradas.
"É a desestabilização do Líbano que está em jogo hoje. Nós devemos responder a isso com muita firmeza e coragem", disse o ministro francês das Relações Exteriores, Philippe Douste-Blazy. "Aqueles que perpetraram este assassinato devem ser responsabilizados".
O Conselho de Segurança das Nações Unidas (CS) apoiou nesta terça-feira a criação um tribunal especial para o Líbano destinado a julgar os suspeitos de assassinar Al Hariri.
A morte de Gemayel acelerou a aprovação do tribunal especial, cujo estabelecimento está previsto na resolução 1664 do organismo, adotada em 2005.
Paralelamente, os membros do Conselho de Segurança emitiram uma declaração presidencial de condenação inequívoca ao assassinato de Gemayel. O político morto foi classificado como um "patriota que simbolizava a liberdade e a independência política no Líbano".
Carreira
Político em ascensão, Gemayel foi eleito para o Parlamento em 2005 e era o mais jovem legislador da casa.
Ele vinha de uma família com tradição política. Seu pai, Amin, foi presidente libanês entre 1982 e 1988.
Saad al Hariri, filho de Rafik al Hariri e líder da maioria parlamentar anti-Síria, deu uma entrevista na TV libanesa logo após o anúncio da morte de Gemayel, dizendo que ele era "um amigo, um irmão", e que "a justiça chegará a aqueles que o mataram".
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O Líbano deu início nesta quarta-feira a três dias de luto pelo assassinato do ministro das Indústrias e líder cristão Pierre Gemayel, após um ataque a tiros na periferia de Beirute.
Um grupo de homens armados abriu fogo contra o comboio que levava o ministro no momento em que circulava pelo bairro cristão de Sin el Fil, segundo testemunhas. Gemayel foi levado às pressas para um hospital da região, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Um dos principais aliados do premiê libanês, Fouad Siniora, o ministro é o sexto político anti-Síria assassinado nos últimos dois anos.
A morte, que foi condenada pela comunidade internacional, deve acirrar ainda mais a tensão política no país devido ao embate entre a maioria anti-Síria e a oposição que apóia Damasco.
Reuters |
Familiares de ministro assassinado Pierre Gemayel choram durante velório no Líbano |
Damasco nega envolvimento. Uma comissão da ONU concluiu que há ligação de autoridades sírias e libanesas no caso. Manifestações tomaram as ruas de Beirute após a morte de Al Hariri, forçando a Síria a retirar suas tropas do Líbano, dando fim a 29 anos de ocupação militar.
O governo libanês aprovou, na semana passada, uma resolução da ONU que prevê a instituição de um tribunal para julgar os assassinos de Al Hariri, apesar da renúncia de seis ministros pró-sírios. Gemayel estava entre os membros do gabinete que aprovaram a medida.
A milícia xiita Hizbollah --que apóia Damasco-- e seus aliados se preparava para ir às ruas de Beirute, em uma tentativa de derrubar o governo de Siniora, a quem acusam de ser aliado dos Estados Unidos e de não ser um governo legítimo, no qual os xiitas não são representados.
Segundo fontes próximas ao Hizbollah, os protestos devem ser adiados após o assassinato.
Velório
O corpo de Gemayel foi levado do hospital perto de Beirute a sua cidade natal, Bekfaya, ao nordeste da capital, onde centenas de simpatizantes seguiram o funeral, mostrando cartazes com fotos do ministro e acenando com bandeiras brancas de seu partido Phalange.
A procissão seguiu paraa casa da família de Gemayel, enquanto mulheres em varandas atiravam arroz sobre o caixão do ministro, coberto com a bandeira do partido.
O funeral de Gemayel deve acontecer amanhã, com a participação de milhares de libaneses.
"É uma sensação indescritível", disse Fadi Jalakh, 27, um dos que compareceram ao velório. "Aqueles que o mataram não querem a união do Líbano, e só pioram a situação no país".
Reação
Vários países exigiram que a autoria e as circunstâncias da morte do ministro sejam apuradas.
AP |
Ministro libanês e líder cristão Pierre Gemayel, morto em atentado |
O Conselho de Segurança das Nações Unidas (CS) apoiou nesta terça-feira a criação um tribunal especial para o Líbano destinado a julgar os suspeitos de assassinar Al Hariri.
A morte de Gemayel acelerou a aprovação do tribunal especial, cujo estabelecimento está previsto na resolução 1664 do organismo, adotada em 2005.
Paralelamente, os membros do Conselho de Segurança emitiram uma declaração presidencial de condenação inequívoca ao assassinato de Gemayel. O político morto foi classificado como um "patriota que simbolizava a liberdade e a independência política no Líbano".
Carreira
Político em ascensão, Gemayel foi eleito para o Parlamento em 2005 e era o mais jovem legislador da casa.
Ele vinha de uma família com tradição política. Seu pai, Amin, foi presidente libanês entre 1982 e 1988.
Saad al Hariri, filho de Rafik al Hariri e líder da maioria parlamentar anti-Síria, deu uma entrevista na TV libanesa logo após o anúncio da morte de Gemayel, dizendo que ele era "um amigo, um irmão", e que "a justiça chegará a aqueles que o mataram".
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