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23/11/2006
-
08h40
da Folha Online
O estado de saúde do ex-espião russo Alexandre Litvinenko, envenenado no dia 1º de novembro, se agravou nas últimas horas, anunciou nesta quinta-feira o hospital de Londres onde ele está internado.
Em um comunicado, o hospital informou que o estado de saúde de Litvinenko passou por uma "dramática deterioração", e que ele continua internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em estado grave.
Médicos que o atendem no hospital University College afirmaram nesta quinta-feira que exames de raio-X detectaram a presença de objetos não-identificados no sistema digestivo do ex-espião.
As causas do envenenamento do ex-coronel da FSB (antiga KGB), grande crítico do presidente russo Vladimir Putin, não foram esclarecidas.
Litvinenko começou a passar mal na noite de 1º de novembro. De acordo com amigos, no mesmo dia, ele se reuniu com dois russos com os quais bebeu chá em um hotel do centro de Londres, e depois com um "contato" italiano, Mario Scaramella, que, segundo pessoas próximas a Litvinenko, não seria responsável pelo envenenamento.
Eles acusam Moscou pelo crime, mas os serviços secretos russos rejeitam categoricamente a insinuação.
A investigação do caso está a cargo da seção antiterrorista da Scotland Yard.
Veneno
Internado desde o começo do mês, na última segunda-feira (20) Litvinenko foi encaminhado para a UTI, após piora de seu quadro clínico.
A princípio, os médicos acreditavam que ele tivesse sido envenenado por tálio --um metal incolor e inodoro altamente tóxico, que costuma ser utilizado para exterminar ratos e formigas e causa perda dos cabelos, danos no sistema nervoso, pulmões, coração, fígado e rins.
Em seguida, levantou-se a possibilidade de que ele tenha sido contaminado com uma substância radioativa. "Ele foi envenenado, e estamos investigando qual a substância utilizada", disse o médico Amit Nathwani. "Mas é possível que nunca se descubra a causa exata", disse.
Espionagem
O ex-espião se mudou para o Reino Unido em 2000, quando pediu asilo político no país. Ele se uniu às forças de contra-inteligência da KGB em 1988, e chegou a ser coronel do Serviço de Segurança Nacional da Rússia.
Em 1991, Litvinenko começou a se especializar em terrorismo e crime organizado, e foi transferido para o mais secreto departamento sobre organizações criminosas do serviço de segurança em 1997.
Desde que ele saiu da Rússia em direção ao Reino Unido, há seis anos, o ex-espião é um feroz crítico do Kremlim. Com relação ao assassinato da jornalista Anna Politkovskaya (morta a tiros na frente de sua casa em outubro), sobre o qual ele teria discutido com seu contato italiano no dia do envenenamento, Litvinenko afirmou que o responsável é o presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Em 2003, Litvinenko escreveu um livro no qual acusa o serviço secreto da Rússia de estar por trás da explosão de apartamentos em 1999 que mataram mais de 300 pessoas no país em 1999. As explosões foram o estopim da segunda guerra da Tchetchênia.
Um legislador de oposição ao governo russo afirmou ao jornal "Moscow Times" que uma lei aprovada em 2006 na Rússia permite que agentes do país operem no exterior. "Eu não descarto a possibilidade de que nossos rapazes são os responsáveis [pelo envenenamento do ex-espião]", disse o legislador Viktor Ilyukhin, de acordo com o jornal.
Com agências internacionais
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Estado de saúde de ex-espião russo envenenado se agrava
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O estado de saúde do ex-espião russo Alexandre Litvinenko, envenenado no dia 1º de novembro, se agravou nas últimas horas, anunciou nesta quinta-feira o hospital de Londres onde ele está internado.
Em um comunicado, o hospital informou que o estado de saúde de Litvinenko passou por uma "dramática deterioração", e que ele continua internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em estado grave.
Médicos que o atendem no hospital University College afirmaram nesta quinta-feira que exames de raio-X detectaram a presença de objetos não-identificados no sistema digestivo do ex-espião.
As causas do envenenamento do ex-coronel da FSB (antiga KGB), grande crítico do presidente russo Vladimir Putin, não foram esclarecidas.
Efe |
Alexander Litvinenko, ex-espião russo internado em Londres |
Eles acusam Moscou pelo crime, mas os serviços secretos russos rejeitam categoricamente a insinuação.
A investigação do caso está a cargo da seção antiterrorista da Scotland Yard.
Veneno
Internado desde o começo do mês, na última segunda-feira (20) Litvinenko foi encaminhado para a UTI, após piora de seu quadro clínico.
A princípio, os médicos acreditavam que ele tivesse sido envenenado por tálio --um metal incolor e inodoro altamente tóxico, que costuma ser utilizado para exterminar ratos e formigas e causa perda dos cabelos, danos no sistema nervoso, pulmões, coração, fígado e rins.
Em seguida, levantou-se a possibilidade de que ele tenha sido contaminado com uma substância radioativa. "Ele foi envenenado, e estamos investigando qual a substância utilizada", disse o médico Amit Nathwani. "Mas é possível que nunca se descubra a causa exata", disse.
Espionagem
O ex-espião se mudou para o Reino Unido em 2000, quando pediu asilo político no país. Ele se uniu às forças de contra-inteligência da KGB em 1988, e chegou a ser coronel do Serviço de Segurança Nacional da Rússia.
Em 1991, Litvinenko começou a se especializar em terrorismo e crime organizado, e foi transferido para o mais secreto departamento sobre organizações criminosas do serviço de segurança em 1997.
Desde que ele saiu da Rússia em direção ao Reino Unido, há seis anos, o ex-espião é um feroz crítico do Kremlim. Com relação ao assassinato da jornalista Anna Politkovskaya (morta a tiros na frente de sua casa em outubro), sobre o qual ele teria discutido com seu contato italiano no dia do envenenamento, Litvinenko afirmou que o responsável é o presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Em 2003, Litvinenko escreveu um livro no qual acusa o serviço secreto da Rússia de estar por trás da explosão de apartamentos em 1999 que mataram mais de 300 pessoas no país em 1999. As explosões foram o estopim da segunda guerra da Tchetchênia.
Um legislador de oposição ao governo russo afirmou ao jornal "Moscow Times" que uma lei aprovada em 2006 na Rússia permite que agentes do país operem no exterior. "Eu não descarto a possibilidade de que nossos rapazes são os responsáveis [pelo envenenamento do ex-espião]", disse o legislador Viktor Ilyukhin, de acordo com o jornal.
Com agências internacionais
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