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27/11/2006 - 16h07

Líder do Iraque chega ao Irã para discutir crise em seu país

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da Folha Online

O presidente do Iraque, Jalal Talabani, chegou ao Teerã nesta segunda-feira para se reunir com o líder iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, em meio à forte pressão para que os EUA conversem com o Irã e a Síria para encontrar soluções para o conflito no país.

Hoje, o líder da ONU, Kofi Annan, disse que o Iraque está "à beira" de uma guerra civil.

A visita de Talabani, que visa discutir o papel iraniano na manutenção da estabilidade no Iraque, estava marcada para sábado (25), mas foi adiada devido ao fechamento do aeroporto de Bagdá.

Reuters
O presidente iraquiano, Jalal Talabani (à esq.) cumprimenta Ahmadinejad a chegar em Teerã
Medidas rígidas de segurança haviam sido impostas após uma série de explosões que matou mais de 200 pessoas na região de Sadr City, bastião xiita em Bagdá, na última quinta-feira (23).

O Iraque retomou as relações diplomáticas com o Irã em 1990, após o fim da guerra que durou dez anos e matou cerca de 1 milhão de pessoas. As relações entre os dois países melhoraram após a queda do regime do ex-ditador Saddam Hussein, que é sunita.

Os xiitas são maioria entre as populações do Iraque e do Irã.

Ontem, Ahmadinejad disse que o Irã está disposto a ajudar os EUA a "colocar fim à situação atual" do Iraque, caso o governo de Bush pare de "agredir e insultar" seu país.

Enquanto isso, o premiê iraquiano, Nouri al Maliki, se prepara para encontrar o presidente americano, George W. Bush, e a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, em Amã (Jordânia) na quarta-feira (29).

Relatório

Nesta segunda-feira, um relatório elaborado pela comissão bipartidária conhecida como Grupo de Estudos para o Iraque --que analisa alternativas para o conflito no país-- sugere que os EUA tenham conversas diretas com o Irã e a Síria, segundo o jornal "The New York Times".

Segundo o "Times" --que cita fontes oficiais que falaram em condição de anonimato--, a proposta pode ser aprovada pela comissão. No entanto, o grupo deve se dividir a respeito da instituição de um cronograma a respeito da retirada das tropas americanas do país, segundo o jornal.

O documento --cuja preparação foi anunciada antes mesmo da vitória democrata nas eleições legislativas de 7 de novembro-- deve ser entregue ao presidente George W. Bush em dezembro.

Os Estados Unidos se recusaram, em diversas ocasiões, a negociar com o Irã e a Síria para que os países ajudem a trazer estabilidade para o Iraque, acusando Teerã e Damasco de ajudarem grupos insurgentes que atuam no país. Mas a administração de Bush vem sendo pressionada para mudar sua estratégia e abrir um canal de diálogo com os dois países.

Avião

Também hoje, um avião militar americano caiu na região nordeste de Bagdá por razões ainda desconhecidas, segundo um comunicado do Exército americano.

A nota não explica se o avião, um F-16 CG, sofreu um acidente ou se foi derrubado por fogo inimigo. De acordo com o comunicado, a queda aconteceu às 13h30 (8h30 de Brasília).

O avião dava apoio a uma "operação de segurança" que a coalizão multinacional dirigida pelos Estados Unidos realizava na Província de Al Anbar, no oeste do país.

O comunicado também informa se se há vítimas no acidente, nem faz referências ao estado de saúde ou ao paradeiro do piloto.

Violência

No centro de Bagdá, homens armados abriram fogo em uma rua movimentada na manhã desta segunda-feira, matando ao menos seis iraquianos e ferindo outros três, segundo a polícia.

No distrito de Dora, um dos mais violentos da capital, outro grupo armado em dois veículos atacou uma patrulha da polícia, ferindo seis policiais. Meia hora mais tarde, mais homens armados atacaram um posto de controle em Bagdá, ferindo quatro soldados.

Policiais encontraram os corpos de dois iraquianos que foram seqüestrados, vendados e mortos a tiros.

Segundo testemunhas, soldados dos EUA mataram 11 civis e feriram outros cinco na noite deste domingo em Husseiniya, subúrbio 20 quilômetros ao nordeste de Bagdá.

O Exército americano não confirmou a ocorrência do ataque.

Tropas

De acordo com o "Times", a comissão liderada por Baker e Hamilton estuda propostas de retirada de um número significativo de soldados dos EUA no Iraque em um ano, mesmo que as tropas iraquianas não estejam preparadas para assumir o controle da segurança do país.

Segundo o jornal, os membros do grupo poderá enfrentar divergências sobre a questão.

O Exército americano informou hoje que três de seus soldados morreram e outros dois ficaram feridos em "operações de combate" neste domingo em Bagdá. Um comunicado do comando militar dos EUA não especifica o local da capital iraquiana onde ocorreram as ações.

Com as mortes, são 52 os soldados americanos mortos no Iraque durante o mês de novembro.

Um total de 2.875 soldados americanos morreram no país desde que começou, em 2003, da invasão e a posterior ocupação do país por tropas multinacionais lideradas pelos EUA.

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