Publicidade
Publicidade
29/11/2006
-
08h12
da Folha Online
Um dia após reiterar a permanência das tropas americanas no Iraque e fazer exigências para uma eventual participação do Irã no esforço de estabilização do país, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, se reúne nesta quarta-feira com o premiê iraquiano, Nouri al Maliki, para discutir novas estratégias para a guerra na região.
Bush enfrenta uma pressão crescente, tanto nos EUA quanto no exterior, para encontrar um novo curso de ação no Iraque, onde a escalada da violência sectária já leva até seus aliados a dizerem que o país está à beira de uma guerra civil.
Mas apesar das pressões, ele se recusou ontem, em discursos em Riga (Letônia) durante um encontro da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte, aliança militar liderada pelos EUA) a aceitar a idéia de que uma guerra civil tomou o país, e disse que a luta no Iraque faz parte de uma guerra maior entre a democracia e o extremismo no Oriente Médio.
O presidente norte-americano afirmou que seu objetivo é que os iraquianos possam assumir o controle da segurança do país e alcançar a democracia antes que as tropas estrangeiras se retirem.
O encontro entre Maliki e Bush está marcado para ser realizado hoje em Amã, capital da Jordânia.
Memorando
Um memorando feito pelo conselheiro de segurança nacional dos EUA, Stephen Hadley, e divulgado nesta quarta-feira em uma matéria publicada no jornal "The New York Times" questiona seriamente a habilidade de Maliki em controlar a violência sectária no Iraque.
"Ele me parece um líder que quer ser forte mas que tem dificuldades em descobrir como fazer isso", diz Hadley no texto.
Um administrador oficial citado pelo "Times" confirma a existência do memorando, que inclui opções para fortalecer Maliki e afirma que a impressão que o premiê causou no conselheiro se consolidou após os dois se encontrarem no dia 30 de outubro deste ano.
No texto, o líder iraquiano é descrito como tendo boas intenções. "Mas a realidade das ruas em Bagdá sugere que Maliki ou ignora o que acontece, ou fingiu suas intenções, ou não possui capacidade suficiente para transformar suas boas intenções em ações", lê-se no memorando.
Hadley disse à repórteres nesta terça-feira (28) que os EUA reconhecem a dificuldade da tarefa de Maliki, mas que os esforços feitos pelo governo iraquiano e pela coalizão estrangeira de controlar a segurança em Bagdá não foram bem-sucedidos.
Os esforços "não levaram a um progresso adequado em um período aceitável", disse Hadley.
Na Jordânia
O rei Abdullah, da Jordânia, que se unirá a Bush e Maliki nesta quarta-feira, afirmou nesta semana que "algo dramático" tem que advir do encontro em Amã.
"Vamos discutir a situação no solo, nossos esforços contínuos para transferir maior responsabilidade para as forças de segurança iraquianas, e a responsabilidade de outros países na região de apoiar a segurança e estabilidade do Iraque", disse Bush ontem sobre o encontro.
"Continuaremos a ser flexíveis, e faremos as mudanças necessárias para alcançar o sucesso. Mas há uma coisa que não farei: não vou retirar nossas tropas do campo de batalha antes que a missão esteja completa", afirmou o presidente norte-americano.
Sob pressão
Bush também enfrenta pressão dentro dos EUA para mudar a direção da ação no Iraque, especialmente depois que seu Partido Republicano perdeu o controle do Congresso nas eleições legislativas do dia 7 de novembro --em parte devido à crescente impopularidade da guerra, na qual mais de 2.800 soldados americanos já morreram.
Os democratas, que a partir de janeiro controlarão ambas as Casas do Congresso, afirmam que as eleições significaram uma ordem da opinião pública para mudar o esforço no Iraque. Muitos democratas querem uma retirada gradual das tropas dos EUA a partir de 2007.
Bush também rejeitou ontem uma negociação com o Irã sem a imposição de condições. No encontro da Otan em Riga, ele disse que já deixou "evidente o que é preciso para uma negociação com o Irã" --o abandono do programa nuclear de Teerã. Mesmo assim, o presidente afirmou que as relações exteriores do Iraque são responsabilidade do governo iraquiano.
O Irã, por sua vez, respondeu às declarações de Bush dizendo que o primeiro passo para a estabilização do Iraque é a retirada das tropas americanas.
Com agências internacionais
Leia mais
Tropas dos EUA ficarão no Iraque até completar missão, diz Bush
Iraque está à beira de uma guerra civil, diz líder da ONU
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Nouri al Maliki
Leia o que já foi publicado sobre Stephen Hadley
Leia cobertura completa sobre o Iraque sob tutela
Após negar retirada de tropas, Bush encontra premiê do Iraque
Publicidade
Um dia após reiterar a permanência das tropas americanas no Iraque e fazer exigências para uma eventual participação do Irã no esforço de estabilização do país, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, se reúne nesta quarta-feira com o premiê iraquiano, Nouri al Maliki, para discutir novas estratégias para a guerra na região.
Bush enfrenta uma pressão crescente, tanto nos EUA quanto no exterior, para encontrar um novo curso de ação no Iraque, onde a escalada da violência sectária já leva até seus aliados a dizerem que o país está à beira de uma guerra civil.
Mas apesar das pressões, ele se recusou ontem, em discursos em Riga (Letônia) durante um encontro da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte, aliança militar liderada pelos EUA) a aceitar a idéia de que uma guerra civil tomou o país, e disse que a luta no Iraque faz parte de uma guerra maior entre a democracia e o extremismo no Oriente Médio.
O presidente norte-americano afirmou que seu objetivo é que os iraquianos possam assumir o controle da segurança do país e alcançar a democracia antes que as tropas estrangeiras se retirem.
O encontro entre Maliki e Bush está marcado para ser realizado hoje em Amã, capital da Jordânia.
Memorando
Um memorando feito pelo conselheiro de segurança nacional dos EUA, Stephen Hadley, e divulgado nesta quarta-feira em uma matéria publicada no jornal "The New York Times" questiona seriamente a habilidade de Maliki em controlar a violência sectária no Iraque.
"Ele me parece um líder que quer ser forte mas que tem dificuldades em descobrir como fazer isso", diz Hadley no texto.
Um administrador oficial citado pelo "Times" confirma a existência do memorando, que inclui opções para fortalecer Maliki e afirma que a impressão que o premiê causou no conselheiro se consolidou após os dois se encontrarem no dia 30 de outubro deste ano.
No texto, o líder iraquiano é descrito como tendo boas intenções. "Mas a realidade das ruas em Bagdá sugere que Maliki ou ignora o que acontece, ou fingiu suas intenções, ou não possui capacidade suficiente para transformar suas boas intenções em ações", lê-se no memorando.
Hadley disse à repórteres nesta terça-feira (28) que os EUA reconhecem a dificuldade da tarefa de Maliki, mas que os esforços feitos pelo governo iraquiano e pela coalizão estrangeira de controlar a segurança em Bagdá não foram bem-sucedidos.
Os esforços "não levaram a um progresso adequado em um período aceitável", disse Hadley.
Na Jordânia
O rei Abdullah, da Jordânia, que se unirá a Bush e Maliki nesta quarta-feira, afirmou nesta semana que "algo dramático" tem que advir do encontro em Amã.
"Vamos discutir a situação no solo, nossos esforços contínuos para transferir maior responsabilidade para as forças de segurança iraquianas, e a responsabilidade de outros países na região de apoiar a segurança e estabilidade do Iraque", disse Bush ontem sobre o encontro.
"Continuaremos a ser flexíveis, e faremos as mudanças necessárias para alcançar o sucesso. Mas há uma coisa que não farei: não vou retirar nossas tropas do campo de batalha antes que a missão esteja completa", afirmou o presidente norte-americano.
Sob pressão
Bush também enfrenta pressão dentro dos EUA para mudar a direção da ação no Iraque, especialmente depois que seu Partido Republicano perdeu o controle do Congresso nas eleições legislativas do dia 7 de novembro --em parte devido à crescente impopularidade da guerra, na qual mais de 2.800 soldados americanos já morreram.
Os democratas, que a partir de janeiro controlarão ambas as Casas do Congresso, afirmam que as eleições significaram uma ordem da opinião pública para mudar o esforço no Iraque. Muitos democratas querem uma retirada gradual das tropas dos EUA a partir de 2007.
Bush também rejeitou ontem uma negociação com o Irã sem a imposição de condições. No encontro da Otan em Riga, ele disse que já deixou "evidente o que é preciso para uma negociação com o Irã" --o abandono do programa nuclear de Teerã. Mesmo assim, o presidente afirmou que as relações exteriores do Iraque são responsabilidade do governo iraquiano.
O Irã, por sua vez, respondeu às declarações de Bush dizendo que o primeiro passo para a estabilização do Iraque é a retirada das tropas americanas.
Com agências internacionais
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice