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29/11/2006
-
16h34
da Folha Online
Um relatório confidencial elaborado por uma equipe chefiada pelo assessor de segurança nacional do governo dos EUA, Stephen Hadley, questiona a capacidade do premiê iraquiano, Nouri al Maliki, de controlar a violência sectária que assola o país.
O documento --cujo teor foi divulgado hoje em reportagem do jornal "The New York Times"-- recomenda que os EUA tomem novas medidas para fortalecer a liderança iraquiana.
A revelação sobre o relatório ocorre no mesmo dia em que George W. Bush e Al Maliki se reuniriam em Amã, na Jordânia, para tratar da violência crescente no Iraque.
O encontro, que também contará com a presença do rei Abdullah 2º-- foi adiado para amanhã.
No texto, Hadley afirma que, embora as intenções de Al Maliki "pareçam boas", a realidade nas ruas de Bagdá sugere que o premiê "não está consciente do que está ocorrendo, omite suas intenções, ou não tem capacidade suficiente para transformar boas intenções em fatos".
Segundo o documento --que data de 8 de novembro, após uma visita de Hadley a Bagdá-- indica que os EUA deveriam dar "apoio financeiro aos grupos moderados", em vez de se aliar aos setores xiitas mais extremos, como vem fazendo o premiê iraquiano.
O relatório também apóia o envio a Bagdá de milhares de soldados americanos adicionais.
Como outra possível medida, o documento recomenda que os EUA persuadam a Arábia Saudita a utilizar a influência que o país árabe tem sobre os sunitas no Iraque, incentivando-os a abandonar a violência e a favorecer a estabilidade política no país.
Segundo o "Times", o texto não sugere em nenhum momento a possibilidade de substituir o primeiro-ministro iraquiano, mas questiona se Al Maliki dispõe da vontade e da capacidade de estabelecer um governo de união no Iraque.
Reunião
Bush adiou o encontro com Al Maliki para esta quinta-feira, segundo informações divulgadas hoje por autoridades americanas. Os dois líderes se reuniriam para discutir a crise do Iraque em um jantar em Amã, que também contaria com a presença do rei Abdullah 2º, da Jordânia.
"Considerando que o rei e o premiê tiveram um encontro bilateral na manhã de hoje, acreditou-se que não haveria necessidade de um segundo encontro entre os três à noite", disse
Dan Bartlett, conselheiro da Casa Branca, à imprensa.
Um porta-voz do palácio jordaniano afirmou que a reunião foi adiada por "falta de tempo".
Protestos
Centenas de jordanianos protestaram nesta quarta-feira em Amã contra a visita de Bush.
Mais de 200 estudantes se reuniram na Universidade da Jordânia, atendendo ao chamado de grupos islâmicos, para bradar palavras de ordem hostis ao presidente americano.
"Bush pai, Bush filho, este cão é um filho de cão", clamaram os estudantes. "O assassino de inocentes não é bem-vindo aqui", gritaram durante um protesto que durou cerca de 30 minutos.
Dezenas de manifestantes também se reuniram em frente às portas do Parlamento, convocados por Al Rafaah, um pequeno partido de centro. "Sim ao povo americano, não à política de Bush no Oriente Médio", dizia um dos cartazes.
Membros de outros partidos também participaram desta manifestação pacífica.
A coalizão de 14 partidos opositores --entre eles o influente Frente de Ação Islâmica-- obteve permissão para se manifestar contra Bush nesta quarta-feira à tarde.
Pressão
Bush também enfrenta pressão dentro dos EUA para mudar a direção da ação no Iraque, especialmente depois que seu Partido Republicano perdeu o controle do Congresso nas eleições legislativas do dia 7 de novembro --em parte devido à crescente impopularidade da guerra, na qual mais de 2.800 soldados americanos já morreram.
Os democratas, que a partir de janeiro controlarão ambas as Casas do Congresso, afirmam que as eleições significaram uma ordem da opinião pública para mudar o esforço no Iraque. Muitos democratas querem uma retirada gradual das tropas dos EUA a partir de 2007.
O líder americano rejeitou ontem uma negociação com o Irã sem a imposição de condições. No encontro da Otan em Riga, ele disse que já deixou "evidente o que é preciso para uma negociação com o Irã" --o abandono do programa nuclear de Teerã. Mesmo assim, o presidente afirmou que as relações exteriores do Iraque são responsabilidade do governo iraquiano.
O Irã, por sua vez, respondeu às declarações de Bush dizendo que o primeiro passo para a estabilização do Iraque é a retirada das tropas americanas.
Com agências internacionais
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Em relatório, EUA questionam liderança de premiê do Iraque
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Um relatório confidencial elaborado por uma equipe chefiada pelo assessor de segurança nacional do governo dos EUA, Stephen Hadley, questiona a capacidade do premiê iraquiano, Nouri al Maliki, de controlar a violência sectária que assola o país.
O documento --cujo teor foi divulgado hoje em reportagem do jornal "The New York Times"-- recomenda que os EUA tomem novas medidas para fortalecer a liderança iraquiana.
A revelação sobre o relatório ocorre no mesmo dia em que George W. Bush e Al Maliki se reuniriam em Amã, na Jordânia, para tratar da violência crescente no Iraque.
O encontro, que também contará com a presença do rei Abdullah 2º-- foi adiado para amanhã.
Reuters |
Bush ao lado do rei Abdullah 2º; reunião com premiê Al Maliki foi adiada para amanhã |
Segundo o documento --que data de 8 de novembro, após uma visita de Hadley a Bagdá-- indica que os EUA deveriam dar "apoio financeiro aos grupos moderados", em vez de se aliar aos setores xiitas mais extremos, como vem fazendo o premiê iraquiano.
O relatório também apóia o envio a Bagdá de milhares de soldados americanos adicionais.
Como outra possível medida, o documento recomenda que os EUA persuadam a Arábia Saudita a utilizar a influência que o país árabe tem sobre os sunitas no Iraque, incentivando-os a abandonar a violência e a favorecer a estabilidade política no país.
Segundo o "Times", o texto não sugere em nenhum momento a possibilidade de substituir o primeiro-ministro iraquiano, mas questiona se Al Maliki dispõe da vontade e da capacidade de estabelecer um governo de união no Iraque.
Reunião
Bush adiou o encontro com Al Maliki para esta quinta-feira, segundo informações divulgadas hoje por autoridades americanas. Os dois líderes se reuniriam para discutir a crise do Iraque em um jantar em Amã, que também contaria com a presença do rei Abdullah 2º, da Jordânia.
"Considerando que o rei e o premiê tiveram um encontro bilateral na manhã de hoje, acreditou-se que não haveria necessidade de um segundo encontro entre os três à noite", disse
Dan Bartlett, conselheiro da Casa Branca, à imprensa.
Um porta-voz do palácio jordaniano afirmou que a reunião foi adiada por "falta de tempo".
Protestos
Centenas de jordanianos protestaram nesta quarta-feira em Amã contra a visita de Bush.
Mais de 200 estudantes se reuniram na Universidade da Jordânia, atendendo ao chamado de grupos islâmicos, para bradar palavras de ordem hostis ao presidente americano.
"Bush pai, Bush filho, este cão é um filho de cão", clamaram os estudantes. "O assassino de inocentes não é bem-vindo aqui", gritaram durante um protesto que durou cerca de 30 minutos.
Dezenas de manifestantes também se reuniram em frente às portas do Parlamento, convocados por Al Rafaah, um pequeno partido de centro. "Sim ao povo americano, não à política de Bush no Oriente Médio", dizia um dos cartazes.
Membros de outros partidos também participaram desta manifestação pacífica.
A coalizão de 14 partidos opositores --entre eles o influente Frente de Ação Islâmica-- obteve permissão para se manifestar contra Bush nesta quarta-feira à tarde.
Pressão
Bush também enfrenta pressão dentro dos EUA para mudar a direção da ação no Iraque, especialmente depois que seu Partido Republicano perdeu o controle do Congresso nas eleições legislativas do dia 7 de novembro --em parte devido à crescente impopularidade da guerra, na qual mais de 2.800 soldados americanos já morreram.
Os democratas, que a partir de janeiro controlarão ambas as Casas do Congresso, afirmam que as eleições significaram uma ordem da opinião pública para mudar o esforço no Iraque. Muitos democratas querem uma retirada gradual das tropas dos EUA a partir de 2007.
O líder americano rejeitou ontem uma negociação com o Irã sem a imposição de condições. No encontro da Otan em Riga, ele disse que já deixou "evidente o que é preciso para uma negociação com o Irã" --o abandono do programa nuclear de Teerã. Mesmo assim, o presidente afirmou que as relações exteriores do Iraque são responsabilidade do governo iraquiano.
O Irã, por sua vez, respondeu às declarações de Bush dizendo que o primeiro passo para a estabilização do Iraque é a retirada das tropas americanas.
Com agências internacionais
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